2018 foi um ano de renovação. Sim, isso é bem clichê. Muita gente fala isso. Mas eu posso afirmar que me renovei desde ano passado.
Comparando meu eu do ano passado com o de agora tem diferenças gritantes.
Foi tudo um processo em sequência: não-binariedade, multissexualidade e poliamor. Não preciso explicar isso para quem acompanha os conteúdos daqui. Porém ressalto que meu processo diz respeito apenas a mim e que minhas vivências não são tudo parte da mesma salada.
Primeiro, após ter muito contato com pessoas não-binárias e fazer autorreflexão, percebi que eu estava fora do binário de gênero. Após isso, fui percebendo também que muitas pessoas fora do binário também me atraiam por isso, que a não-binariedade poderia ser atraente e que é uma atração possível. E, por fim, eu percebi logo que eu poderia e tenho capacidade de me relacionar com várias pessoas ao mesmo tempo.
Posso dizer que uma coisa foi puxando a outra. Logo me senti mais deslocade dos grupos que eu achava fazer parte, em especial o segmento G.
Tive uma leve crise de identidade com a descoberta da multissexualidade. Acabei escolhendo a identidade polissexual. E posso dizer que sua visão das coisas muda quando você muda de identidade e de segmento.
Com toda essa questão do gênero também decidi adotar neolinguagem para mim. Adotei o conjunto -/elu/e. Aceito também -/éle/e e -/elz/e. Só suporto o/ele/o como auxiliar. Esteve sendo uma experiência interessante e estressante.
E mesmo gostando da minha identidade de gênero atual, fiz várias descobertas sobre meu gênero. E talvez eu faça mais outras.
E mesmo gostando da minha identidade de gênero atual, fiz várias descobertas sobre meu gênero. E talvez eu faça mais outras.
Eu, num sentido apenas político, me identifico como queer. Sou pessoa queer enquanto homem não-binárie, não-conformista de linguagem, polissexual, transexpressive, poliamorista, e fetichista. Amo a identidade queer e pretendo trazer mais uma cultura queer para cá.
É incrível como mudamos em questão de meses. Se eu pudesse voltar no tempo, encontrar meu eu de dezembro de 2017 e dizer tudo que sou agora, ele provavelmente daria uma risada alta (algo que dificilmente faço).
Somos uma metamorfose ambulante, estamos sempre aprendendo, crescendo, mudando. Por isso finalizo dizendo que não tenham medo de mudar de identidade, de se descobrir e redescobrir. Faz parte da vida. Identidades não devem ser absolutas.
Que venha 2019!
Que venha 2019!