5 de set. de 2018

Não-monogamia

A não-monogamia é um termo guarda-chuva para todas as práticas de relação (sexual, romântica, platônica etc) que de alguma forma está fora dos padrões da monogamia. Eu gostaria que houvesse uma palavra diferente, mas até o momento essa é a usada.

(O mobius roxo, símbolo associado com a não-monogamia)

Há uma grande variedade dentro desse grupo. Os modelos de relação não podem ser simplesmente divididos em monogamia e poliamor. Inclusive há relações que podem ser temporárias/momentâneas ou mesmo experimentadas uma única vez, como as práticas de swing (troca entre dois ou mais casais) e sexo casual (principalmente com muites parceires e sem envolvimento afetivo).

Pessoas que aderem à relação aberta (ou agoragamia) não se definem como pessoas poliamoristas, embora possam ter envolvimentos afetivos com outres além de sue(s) parceire(s). Relações abertas, principalmente relações a dois, costumam funcionar bem quando todas as partes cumprem regras pré-estabelecidas.


Poliamor consiste na relação com múltiplas pessoas ao mesmo tempo. Dentro desse grupo podem haver conjuntos com polifidelidade (relações fechadas), pessoas namorando entre si e em relações abertas, cadeias de pessoas onde nem todas se relacionam, etc. O mais interessante e divertido do poliamor são as muitas possibilidades.


O que diferencia poliamor de poligamia é que ela é por definição casamento entre mais de duas pessoas. Ela é institucionalizada em vários países da África e Ásia, mas somente quando entre um homem e várias mulheres (poliginia). Geralmente são relações em si problemáticas e opressivas. Poliandria (uma mulher com vários homens) não é permitida em nenhum país.

Panamor é um termo específico para pessoas que formam relações com muites parceires independentemente de gênero e atração.


Existe também a anarquia relacional, que parte da filosofia de que relações não necessitam de regras, rótulos ou hierarquias, permitindo que as pessoas enxerguem e administrem seus vínculos como quiserem.


A não-monogamia também inclui pessoas que rejeitam um ou mais tipos de relações, afinal, também são práticas que fogem da monogamia e são alvos da mononormatividade.

Anamor (tradução minha de nonamory) define uma escolha ou estilo de vida que dispensa relações afetivas (românticas e platônicas) íntimas e de longa duração. A pessoa prefere focar em amizades, famílias ou em si mesma; e pode ou não ser sexualmente ativa.


O aroamor é um termo mais específico para pessoas arromânticas que nunca sentem atração romântica e nunca se envolvem numa relação romântica.


Por fim a agamia é um estado de rejeição total à qualquer relação e casamento, chegando ao ponto de rejeitar o ato da reprodução.


Todas as formas de não-monogamia merecem respeito e reconhecimento, tanto social quanto jurídico (especialmente em casos de famílias ou conjuntos poliafetives). As pessoas devem ser livres para se relacionarem (ou não) com quem quiserem e como quiserem; claro, sempre havendo consenso de todas as partes. A não-monogamia é válida!