10 de dez. de 2016

Teoria Queer

Você pode ver o termo "teoria queer" por aí, principalmente em discussões envolvendo militantes LGBTs. É possível encontrar pelo vasto mar virtual da Internet material suficiente sobre o tema.

Aqui vou falar resumidamente sobre essa teoria e comentar um pouco sobre ela.

Ela surgiu na década de 90 com base em estudos sociais sobre homossexualidade e gênero, estendendo-se à sociedade e à diversidade presente entre pessoas LGBTs e as hétero-cis. Os estudos queers propõem que nossas identidades, seja sexual ou de gênero, são construções sociais, e, com isso, não existem papeis biológicos pré-definidos. Mais do que essa ideia, a teoria tem intenção de questionar as normas e padrões estabelecidos pelas sociedades no que se refere a biologia-gênero-sexualidade.

Existem interpretações errôneas de que ela propõe que todas as pessoas são "queer" (do inglês, "estranho"; usado para designar tudo que foge às normas) ou que afirma que podem existir dezenas de gêneros, embora ela abra espaço para identidades além do binarismo feminino-masculino.

Afinal, o gênero é mesmo uma construção social? Papéis de gênero e padrões de comportamento são. Podemos ver variações de masculinidades e feminilidades em culturas de diferentes países, até em diferentes épocas. Mas a teoria começou a observar o quanto era errado utilizar a biologia, ou o que entendemos dela, para criar e impor modelos de gênero para as pessoas.

Há algumas divergências de segmentos políticos e sociais sobre a utilidade prática da teoria queer. Embora os materiais disponíveis sobre o assunto tenham muitos conceitos e ideias um pouco complexas, a proposta central da teoria é simples: promover que todas as identidades e estilos de vida são aceitáveis; sejam dentro ou fora de padrões pré-estabelecidos.

Acredito que, acima de tudo, a teoria tenta passar a boa mensagem que todas as pessoas têm sua individualidade e devem viver sem normas que as recriminem ou inibem. E por fim, questionar ou desviar-se do padrão não é uma anomalia, e sim uma libertação pessoal.

Fica um questionamento: quem faz a norma é realmente normal ou acredita ser normal?