31 de jul. de 2016

Sessão Yaoi (Séries)

(Atenção: esse post não é para menores de 18 anos!)
(Nota: esse aviso não serve de nada, é só uma questão burocrática)










23 de jul. de 2016

Conscientização sobre a diversidade

Falando como militante LGBT, em muitos momentos me vejo cansado e impaciente para lidar com gente ignorante, seja na vida real ou virtual. Cansa explicar os conceitos básicos (tipo a diferença entre sexualidade e gênero), cansa formular respostas educadas e racionais (ainda mais para gente grosseira), cansa ter que explicar inúmeras vezes que sou uma pessoa normal e apenas quero os mesmos direitos que pessoas hétero-cis.

Esse mesmo cansaço me leva a dois caminhos: da preguiça e da raiva. Quando alguém ignorante fala uma besteira (nem sempre faz por mal), tanto eu quanto outrxs militantes acabamos ou não fazendo questão de debater com a pessoa ou podemos partir para agressão.

Não explicar nada e ainda xingar não leva nenhum dos lados a lugar algum. Claro, não falo daquelas pessoas que só sabem vomitar LGBTfobia pura, com ódio e irracionalidade. O melhor a fazer é ignorá-las, não dar ibope ao preconceito delas. Falo daquelas pessoas que mesmo em sua plena ignorância ainda abrem uma porta. Porta que podemos aproveitar para praticar a conscientização.

Não basta termos acesso ao conhecimento. Temos que também ter interesse em buscá-lo. Quando não buscamos, podemos estar fazendo isso por teimosia (persistência na ignorância) ou por simples alienação (rejeitamos sem perceber até).

Recentemente fiz uma limpeza em meu quarto. Tenho um armário repleto de coisas que não faço uso há anos. Eu tinha dentro dele muitas fontes de conhecimento que adquiri na infância e na adolescência e fiz ou pouco uso ou nenhum uso.

Absurdo? Pode até ser. Mas do que adianta ter conhecimento nas mãos e não ser estimulá-lo a fazer uso, correr atrás, descobrir. A educação brasileira não é mesmo das melhores, seja nas instituições de ensino ou nas residências.

Se podemos ser alvos dessa alienação quando o conhecimento está próximo, imaginem para aquelas pessoas que ele está mais distante. Pessoas que tem pouco acesso a Internet ou vivem em regiões tão remotas que o mundo delas se resume apenas àquela região e sua população. Exatamente por isso que até mesmo a ignorância de quem usa as redes sociais deve ser relativizada.

Muitas vezes se torna difícil ter paciência com a ignorância alheia. Mas sim, precisamos ter. Conscientizar as pessoas hétero-cis sobre nossa humanidade exige isso. E lembrem-se: ninguém nasce sabendo. Até nós da militância cometemos umas gafes!

Acredito que chegará um dia que pessoas hétero-cis e pessoas LGBTs coexistirão apenas como pessoas, sem rótulos ou separações, todxs iguais. Não é uma utopia se formos unidxs. A mudança também deve começar em nós.



21 de jul. de 2016

Confissões

Eles desaparecem. Somem sem deixar rastro. Aconteceu algo? Morreram? Foi de propósito?

Você e ele se conhecem. Vocês conversam. O papo flui lindamente, vocês têm afinidade.

"Tudo vai dar certo", você pensa. Dizem para não criarmos expectativas, ainda mais nesses tempos modernos de relações líquidas, sentimentos artificiais e interesses efêmeros.

Como não criar expectativa quando tudo está caminhando bem? 
Como não criar expectativa sendo que o que desejamos no fundo é que o melhor aconteça?
Ninguém aqui quer ser pessimista!

Você acorda numa bela manhã. Pega o celular e abre o WhatsApp. A foto dele sumiu.

"Que estranho..."

Não demora muito até você perceber que ele te excluiu. Excluiu o número e também das redes sociais. Se desapareceu mesmo, deve ter te bloqueado nelas.

Seu mundo despenca. Você fica sem chão. Um fluxo de negação, tristeza, indignação e frustração te inunda por dentro, até transborda. "O que houve?" Você ainda fica um tempinho sem entender.

 "O que fiz de errado?"

Se é horrível com quem estava criando ainda um vínculo, imagine para quem estava num relacionamento?

Ok, as coisas já não estavam muito boas, o contato estava distante, houve uma ou duas brigas bobas... Mas porra, avisa! Diga: "Não quero mais nada". Nem que seja apenas isso!

Nem precisa ter um vínculo enfraquecido. Acontece até com quem estava bem! Estava tudo um paraíso e, na manhã seguinte, um inferno.

 "O que fiz de errado?"

Deram o nome de "ghosting" para isso.

Isso é cruel. Isso demonstra covardia e imaturidade. Isso é a manifestação do mau-caráter.

Sumir da vida de alguém sem mais nem menos, sem nem avisar, mesmo que não revele os motivos. Se bem que no mínimo deveria dizer os motivos. Ninguém aqui é vidente!

Me pergunto até hoje: quem faz isso sente remorso depois? Quem faz isso pensou, nem que por um instante, no dano que causaria?

O seu sumiço dói. 
Dói mais ainda quando fico nessa dúvida: "O que fiz de errado?"



16 de jul. de 2016

Meu coleguinha da escola

Olá, coleguinha. Nos conhecemos na 7ª série (8º ano). Você caiu na minha sala porque repetiu de ano. Você era a figura mais polêmica da escola.

Você era parente da diretora. E você gritava aos quatro ventos que era gay. Todo mundo ouvia. Havia quem risse, havia quem se irritasse. Havia quem ficava quieto. Era meu caso.

Você, até onde se sabe, era o único gay assumido de lá, o único LGBT declarado.

Naquela época eu desnecessária a sua auto-exposição. Seu jeito afeminado me incomodava. Eu te achava uma típica bicha feia e escandalosa do gueto.

Quando você caiu na minha sala, tive um conflito interno. Uma parte minha se lamentava, pois havia caído justo na minha sala uma pessoa inconveniente. Outra parte se sentia ameaçada, pois agora havia dois gays naquela sala.

Um era assumido. 
O outro era duvidoso, escondido numa máscara de aparente heterossexualidade/ambiguidade.

Tentei ser amigável ao máximo que eu podia. Mas, assim como os demais, eu não te respeitava.

Você merecia respeito! Você merece respeito! Todo mundo merece!

A classe era maldosa, sim. Muito homofóbica. Nunca te xingamos ou te agredimos fisicamente, mas as brincadeiras eram cruéis. Era quase todo dia. Você era nosso "saco de pancada".

Zoávamos, insinuávamos coisas, até o lixo da sala colocamos em sua mochila. Você morava muito longe da escola, e nem isso a gente perdoava,

Eu fui conivente. Eu deixei acontecer. Eu participei. Eu te oprimia para a turma me aceitar. Muitas vezes gostei. Outras vezes eu ficava com culpa depois.

Eu fui um lixo com você!

Hoje, sou diferente. Me assumi, sou militante, não fico quietinho quando falam merda e todo dia trabalho internamente a desconstrução, para garantir que eu não reproduza preconceitos, inclusive a homofobia!

Homofobia dói! Você teve força suficiente para aguentar sozinho essa dor até o último ano da escola. Você dançava e sorria na formatura. Espero que tenha muito sucesso.

Devo ressaltar que não concordo com tuuudo que você fazia (você também errava). Entretanto, defeitos e faltas à parte, você teve uma coragem que demorei mais sete anos para ter.

Se eu pudesse te dizer algo agorinha mesmo, diria: me perdoe por tudo.

Escola... 
Não gosto de lembrar da escola!



13 de jul. de 2016

Homossexuais e bissexuais em animes/mangás

Animes e mangás também nunca tiveram tantos problemas em retratar pessoas homossexuais e bissexuais em suas histórias, embora os japoneses sejam um tanto conservadores. Mas claro, atualmente vivemos um tempo onde a visibilidade LGBT está cada vez maior.

Existem gêneros de obras japonesas com temáticas específicas: yaoi (apresenta relação gay) e yuri (apresenta relação lésbica). Porém aqui listarei personagens de obras que não são dessas temáticas.




  • Dragon Ball

O General Blue é um dos antagonistas em Dragon Ball, um soldado de uma organização criminosa. Sua homossexualidade é implícita no enredo, e é mais baseada em sua misoginia e pelo fato de ele mostrar repulsa quando a personagem Bulma tenta seduzi-lo tirando a roupa.

(General Blue)


  • Sailor Moon

1- Olho de Peixe já foi mencionado em outra lista. Ele retorna aqui pois, além de se travestir, ele também demonstra durante a série interesse apenas por homens. Ele se veste com roupas femininas justamente para seduzi-los.

(Olho de Peixe)

2- A trama mostra um casal de Sailors, Sailor Urano (Haruka Tenoh) e Sailor Netuno (Michiru Kaioh). Não sei dizer se foi por preconceito ou ignorância, ou não, mas nota-se que Haruka é uma mulher com uma expressão mais masculina, enquanto Michiru é mais feminina. Em uma cena, Haruka aparece junto a ela vestida de maneira masculina. O Ocidente não aceitou muito bem o casal. Consequentemente a tradução em inglês do anime colocou ambas como apenas boas amigas (muito boas amigas, sabe? BBF!!!)

(Michiru na esquerda, Haruka na direita)

  • Sakura Cardcaptor 

1- Tomoyo Daidouji é a melhor amiga da protagonista, Sakura. A série deixa muito implícito que ela tem sentimentos por Sakura, sentimentos que vão além da amizade. Ela adora filmar Sakura em todas as suas aventuras e batalhas.

(Tomoyo)

2- Yukito Kinomoto e Toya Tsukishiro têm sentimentos românticos um pelo outro. Toya é o irmão mais velho de Sakura. Yukito é um dos coadjuvantes, que mais tarde recebe um papel maior, e também é o interesse amoroso de Sakura (irônico, não?).

(Toya à esquerda e Yukito à direita)


  • Inuyasha 

Jakotsu é um personagem abertamente homossexual, membro de uma gangue de mercenários. Ele flerta com Inuyasha (muitas vezes) e com Miroku. Ele também costuma se vestir com roupas tipicamente femininas. Aparentemente sua gangue o aceita sem problemas.

(Jakotsu)


  • Neon Genesis Evangelion 

Shinji Ikari é um dos protagonistas da franquia. Numa cena, ele se masturba vendo o corpo da personagem Asuka. E também é revelado que ele tem sentimentos pelo amigo, Kaworu, que corresponde a Shinji.

(Shinji Ikari)

(Kaworu Nagisa)

  • Ghost in the Shell 

A major Motoko Kusanagi é uma ciborgue que protagoniza a franquia. Embora seja um robô, ela apareceu tendo relações com mulheres e homens. No universo da franquia, é preferível que ela sinta prazer com ciborgues do mesmo gênero, pois seus corpos são iguais, logo são mais compatíveis. Na versão mangá, mais para frente da história, ela namora um rapaz.

(Motoko Kusanagi)


  • Shingeki no Kyojin 

A personagem Ymir demonstra um interesse afetivo implícito por Krista Lenz em alguns momentos na trama. Foi revelado mais tarde pela produção da franquia que elas têm sentimentos uma pela outra.

(Ymir)

(Krista)

  • Akame ga Kill! 

Bulat é um membro de um grupo de assassinos e possui uma personalidade calma e carinhosa. Quando uma personagem afirma que ele é gay, ele não só não nega como também fica vermelho de vergonha. Inclusive ele flerta com o protagonista da franquia em uma cena.

(Bulat)


  • Umineko no Naku Koro ni 

Sayo Yasuda já foi mencionada em outra lista. E aqui está ela novamente. Sayo possui três personalidades: Shannon, Kanon e Beatrice. Shannon e Beatrice são apaixonadas por rapazes, enquanto Kanon é apaixonado por uma moça. Embora ainda seja questionável se Kanon sente alguma atração sexual por seu interesse amoroso, Beatrice e principalmente Shannon mostram desejo evidente por homens. Sayo não precisa necessariamente ser bissexual só por mostrar afetividade por homens e mulheres (isso é ser birromântica), mas ainda é uma possibilidade.

(Sayo)


Personagens homossexuais e bissexuais cresceram mais desde a década de 1990, passando de figuras de sexualidade implícita ou duvidosa para figuras que mostrar claramente suas preferências para a audiência e para o elenco de suas respectivas obras.

Sejam personagens doces ou fortes, o mais importante é mostrar a diversidade com naturalidade.



6 de jul. de 2016

Pensamento do dia

A vida é um caminho de rosas.

Rosas de todas as cores. Rosas com ou sem espinhos.

Flores que nos ensinam, seja quando exalam perfume ou quando nos cortam.

Aquelas que têm espinhos nos cortam, e ainda assim são perfumadas.

Elas são os desafios. Eles nos cortam. Os cortes doem, ardem. E daí podemos seguir dois caminhos:

Queimar a rosa com nossa raiva, revolta, angústia, vitimismo e tristeza.

Ou podemos nos recuperar dos cortes com virtude e sabedoria e aproveitar seu perfume.

Os desafios acabam conosco. Nos abalam. Balançamos, muitas vezes caímos, damos de cara no chão.

E o que devemos fazer? Simples: levantar!

Apreciar o perfume da rosa mesmo quando ela te corta é aprender com os desafios.

Destruir a rosa... bem, não vai desfazer os cortes e nem ajudar a cicatrizá-los.

E como foi dito no início: a vida é um caminho de rosas.

Incendiar uma, duas, três ou mais pode criar diante de você um caminho de fogo.

Essa é a consequência da destruição, feita de pouco em pouco.

Você vai se cortar. Todo mundo vai. Contudo, queimar é uma opção.

A escolha é sua.