31 de mai. de 2017

Sessão Yaoi (Games)

(Atenção: esse post não é para menores de 18 anos!)
(Nota: esse aviso não serve de nada, é só uma questão burocrática)















27 de mai. de 2017

16º Ciclo de Debates LGBT

Essa semana ocorreu o evento 16º Ciclo de Debates LGBT promovido pelo grupo APOGLBT SP, a organização responsável pela Parada LGBT do Brasil. Todo ano antes da Parada o grupo promove cinco dias seguidos de debates com temas variados.

Vou apenas narrar resumidamente o que aconteceu, sobre os palestrantes e os assuntos abordados em cada dia:

Primeiro dia (22/5) - Tema: Estado Laico (tema da Parada LGBT 2017)

Os três palestrantes discutiram sobre a interferência e influência da religião - o cristianismo - no Estado e discriminação de crenças africanas. O primeiro palestrante, um evangélico, falou sobre o processo dos neopentecostais até os dias atuais. O segundo palestrante focou mais no legislativo e comentou sobre a bancada evangélica. E o terceiro palestrante, um pai de santo transexual, abordou mais a intolerância religiosa.

Segundo dia (23/5) - Tema: Violência contra a mulher LBTT - Mulheres vítimas de intolerância religiosa, racismo, misoginia, bullying e machismo

As quatro palestrantes, entre elas a vereadora Soninha e a transativista Viviany Beleboni, falaram sobre a mulher branca, negra, lésbica, bissexual e trans na sociedade atual. Soninha falou sobre o machismo no meio profissional. Viviany abordou sobre as transexuais e travestis, transfobia, violência e apagamento no meio LGBT. A terceira palestrante, uma moça bissexual, falou sobre o processo da mulher de se inserir na sociedade, buscando a igualdade de gênero. E a quarta palestrante, uma moça lésbica e a única negra, dissertou muito sobre lesbofobia e racismo, LGBTs da periferia, e o apagamento na sociedade e no meio LGBT.

Terceiro dia (24/5) - Tema: Jovens; Sexualidade e Prevenção

O grupo convidado fez uma palestra mais interativa. Foram citadas diversas práticas sexuais e foi discutido quais delas possuem riscos variados ou não de transmissão de DSTs. E, com isso, prevenções e tratamentos foram apontados por profissionais da área. Houve um foco em HIV nas discussões.

Quarto dia (25/5) - Tema: Família, crianças transgêneros, adoção e terceira idade

As pessoas convidadas foram: três mulheres cis, uma mulher trans e um homem cis. Duas mulheres cis, mães de pessoas trans (uma de uma moça e outra de um rapaz) relataram a descoberta da transexualidade dos filhos e o que aprenderam. O palestrante é casado com outro homem, e juntos adotaram um menino. Então relatou o processo e a burocracia da adoção no Brasil. A mulher trans, que adotou dois meninos cis (um é deficiente) e uma menina trans, relatou a vivência pessoal e com a família transafetiva. E a terceira mulher cis, uma senhora lésbica, falou sobre discriminação etarista na sociedade e no meio LGBT, e até trouxe a companheira com que está junta há 22 anos.

Quinto dia (26/5) - Tema: Empregabilidade e empoderamento LGBT da Pessoa com Deficiência (PCD)

O grupo palestrante era composto de três mulheres deficientes (duas cis e uma trans) e dois homens cis. A primeira mulher a falar, uma hétero-cis cadeirante, relatou sua vivência e abordou a sexualidade de PCDs e a discriminação e tabus sobre isso. A segunda, uma hétero-trans cadeirante, também relatou sua vivência, combinando o mundo das PCDs e das transexuais. O primeiro homem falou sobre LGBTs no mercado de trabalho e empregabilidade. A terceira mulher, bissexual-cis, dissertou sobre PCDs desde tempos remotos e suas pautas, além de contar sua vivência. E o segundo homem ressaltou sobre sexualidade de PCDs e suas pautas.

Como meu primeiro Ciclo de Debates, devo dizer que estou impressionado e fascinado com os ensinamentos de cada dia. Eu aprendi, eu refleti, eu mudei! Embora eu tivesse uma ideia de todos os assuntos, os debates ampliaram minha visão de todos. E com todo esse conhecimento adquirido, farei mais discussões sobre esses temas (só não faço aqui para não ficar um artigo quilométrico).

Cada dia de debate teve sua força, sua mensagem, sua reflexão. Entretanto, preciso fazer três notas, pontos que de alguma forma me sacudiram por dentro:

1- A cobrança por representatividade feita no segundo, terceiro e quinto dias. No segundo dia, foi cobrada pelas lésbicas e LGBTs da periferia. No terceiro, pelos soropositivos. E no quinto, pelas PCDs. Assim como a APOGLBT foi devidamente cobrada, eu me senti cobrado enquanto o militante que digo ser.

2- A experiência do quarto dia foi simplesmente fantástica! A família transafetiva de uma palestrante foi a estrela da palestra. Fantástica! E empoderada! O símbolo do rompimento do conservadorismo e da "família tradicional" (que continuará existindo, relaxem).

3- Assim como a palestra do dia anterior, o quinto dia promoveu um debate rico e empoderador de um grupo ainda muito discriminado. Falar de PCDs ainda é um tabu. Falar de PCDs LGBTs, mais ainda. As três mulheres brilharam, cada uma com sua cor e intensidade.

Estarei aguardando com êxtase o próximo Ciclo de Debates LGBT 🌈.



24 de mai. de 2017

Eu e o futebol

Nunca parei para falar aqui da minha relação com os esportes - o futebol, em particular. Desde criança tive que lidar com o fato de não ser fã do esporte. Não foi uma característica que me trouxe discriminação, e sim mais uma sensação de ser diferente da maioria.

Vivo com minha tia desde sempre, uma torcedora do São Paulo. E ela me instigava a dizer que era meu time também. Eu era criança, crianças são bobas, repetimos o que nos mandam para agradar, então até certa idade eu me dizia são-paulino. Nunca assisti um jogo do São Paulo.

Sinceramente, nunca consegui entender essa necessidade do povo brasileiro de assistir jogos, de torcer pra algum time, e de falar tanto num assunto que, convenhamos, nem tem conteúdo. Acho que foi perto da puberdade que me assumi "sem time". Felizmente, nunca fui discriminado por isso, nem pelos outros garotos e nem por adultos. Há quem relate isso.

E mesmo assim eu sempre senti uma cobrança silenciosa através do convívio familiar e escolar de ser fã do esporte. Talvez fosse uma parte de mim querendo ser aceita, o que é normal numa criança.

Nas aulas de Educação Física eu evitava ao máximo as partidas. Eu detestava tudo: a agressividade dos meus colegas, a exaltação do esporte como "coisa de homem", a bola, enfim. Nunca me senti à vontade para jogar. E ninguém fazia questão de entender.

O que tem de opressivo no futebol? Além da possibilidade de levar boladas e rasteiras, nada. O real problema é a tradição masculina que acompanha o futebol. Pois a mesma tradição é machista e heterocisnormativa.

O futebol é o esporte dos machos. Assim foi estipulado pelo patriarcado. Homem que é homem joga bola. E numa partida os homens têm que expor toda sua virilidade, mesmo que isso inclua xingamentos e agressões (é coisa de homem, né).

Essa natureza nociva patriarcal que persegue o esporte é o que causa desconforto entre meninos, rapazes e adultos que não aceitam esse padrão de ser homem. O grupo que mais acaba rejeitando o esporte são os gays. Mas não é incomum jovens héteros fazerem o mesmo (podendo aceitar o esporte mais para socializar do que por paixão).

Atualmente o futebol não é mais propriedade exclusiva do macho hétero-cis. Existem times femininos, jogadores gays não são mais novidade, torcidas grandes estiveram se pronunciando contra homofobia, e em 2015 foi fundado um time composto majoritariamente por gays - o Unicorns Futebol Clube.

No entanto, o futebol, em geral, ainda é hostil com os homens que não se encaixam perfeitamente nas normas de comportamento do patriarcado. E o maior alvo ainda são os gays.

O machismo e a homofobia estão nos xingamentos entre as torcidas. Jogadores do time do São Paulo ainda são chamados de "bambis", que é um termo de caráter homofóbico. A feminilidade é usada como ofensa, depreciativa. O preconceito no futebol, um esporte tão popular, só perpetua a discriminação na sociedade.

Se ainda duvida da homofobia no futebol brasileiro, o jogador Richarlyson foi rechaçado mesmo antes de assumir sua homossexualidade. Enquanto o goleiro Bruno, um assassino, foi solto e recebido com abraços e fotos.

Nós que rejeitamos o futebol, principalmente gays, não fazemos isso por nos sentirmos "menos homens" para o esporte, e sim porque esse meio esportivo (junto com a sociedade) exige que sejamos um tipo de homem que não queremos ser. O problema não é o esporte, e sim o grupo que predomina sobre ele.

Esportes deveriam ser para todos, deveriam ser ambientes acolhedores. O esporte não deve servir para "fazer homens", e sim fazer pessoas unidas e saudáveis. O dia que eu contemplar essa realidade, talvez eu me sinta à vontade para jogar uma partida.

Permaneço sem torcer para algum time. Só torço por mim mesmo, pelo causa LGBT e pelo progresso da humanidade e do mundo.



20 de mai. de 2017

Como não apoiar LGBTs

Esse artigo foi feito para as pessoas hétero-cis que fazem parte (ou dizem fazer parte) da aliança, isto é, do lado que apoia a causa LGBT, ajudando no combate ao preconceito.

Não levem para o lado pessoal o que direi aqui. Os movimentos sociais apreciam gente aliada. Mas às vezes esse apoio é mostrado de uma maneira... errada. Somos todos humanos, humanos falham. Por isso vou comentar uns erros comuns da parte aliada.

Eu sei que o ser humano, por natureza, quer estar sempre certo e não aceita bem ser corrigido. Mas quando uma pessoa LGBT te dá um toque sobre algo que você falou ou fez, engole o orgulho e escute-a.

Não estou dizendo para apenas aceitar tudo que te falarem. Podemos abrir uma discussão pacífica sobre o assunto. Mas aprenda a ouvir. Não ficamos repreendendo as pessoas por qualquer coisinha e vivemos uma realidade diferente, logo sob uma perspectiva diferente.

Tem alguma dúvida? Pergunte. Não tem certeza do que está falando? Pergunte. Se não quiser perguntar, pesquisar na Internet é uma alternativa válida.

Algumas vezes vocês, no ímpeto de mostrarem seus espíritos humanitários, falam de igualdade da maneira errada, no momento errado. O discurso "somos todos iguais" é bonitinho. Menos quando apaga uma discussão necessária à respeito de alguma desigualdade.

Sério, se você for numa notícia ou postagem sobre direitos LGBTs, não venha com flores e arco-íris dizendo que somos todos iguais, sendo que na prática isso não está acontecendo. O que está sendo dito precisa ser dito. Não corte o discurso.

Vocês também acabam cometendo o erro de nos tratar com uma exclusividade que não queremos e nem precisamos. No fim somos apenas pessoas assim como vocês. Não precisam paparicar a gente. E não precisam tocar em temas LGBTs com frequência só para nos agradar.

E cuidado para não nos tratar como "mascotes". Esse aviso vai especialmente para mulheres hétero-cis com gays. Não viemos para esse mundo para sermos seus amiguinhos e confidentes. E não somos todos especialistas em moda e garotos. E para o resto, ter amizade com LGBTs não é certificado de isenção de preconceito.

Como já falei, somos gente como todo o resto. Nem todos os gays são iguais, nem todas as lésbicas são iguais, e assim por diante. Não falem que não parecemos ser algo, não deduzam o que gostamos ou não, e não venham com perguntas inconvenientes sobre nossa vida íntima.

Agora o grupo de aliados religiosos, especificamente os cristãos. Tá, eu entendi que Jesus ensinou a amar, a não julgar, a não discriminar. Ótimo isso! Lindo, maravilhoso, perfeito, supimpa. Mas não fale para LGBTs: "Jesus andava entre os pecadores". Nos chamar de pecadores é um imenso desserviço. Mostrar apoio enquanto nos rebaixa é como morder e assoprar.

Faço agora um apelo pessoal: parem de falar em bunda ou sexo anal quando nos defendem! Ser LGBT é muito mais que isso. E nem todx LGBT faz esse tipo de sexo. Nem todos os gays têm essa relação! Parem, só parem.

Se você quer mesmo apoiar a causa LGBT, ao menos aprenda um pouco sobre a diversidade, sobre os diversos grupos que existem. LGBT não é sinônimo de gay. Bissexuais não são "meio-gays". Transexuais podem ou não ser gays. As diferenciações são importantes tanto pelas identidades quanto pelas pautas de cada grupo - sim, os preconceitos têm suas diferenças.

Vale ressaltar que toda ideia defendida aqui pode ser aplicada também para os demais movimentos sociais. Toda forma de apoio às causas é bem-vinda. Por isso aprenda a ouvir, refletir e apoiar de verdade.



13 de mai. de 2017

Terminologia T

A comunidade transgênero trouxe, junto com sua luta por seus direitos, muitos debates questionando as imposições e noções de gênero. Desde a formação do movimento LGBT, pessoas trans combatem ativamente um sistema cisnormativo (que está na sociedade, na medicina e nas religiões) que nega suas identidades.

Militantes e ativistas reuniram-se e, utilizando-se de suas vivências e perspectivas, formaram um conjunto de termos utilizados dentro da comunidade transgênero. Termos que também auxiliam na luta e na desconstrução do sistema discriminatório em que vivemos.



Identidade de gênero: é o gênero com o qual a pessoa se identifica pessoalmente.
Expressão de gênero: é o comportamento da pessoa, que independe de seu gênero. É composta pelos gestos, aparência e vestimenta. Pode ser feminina, masculina, andrógina, neutra ou alguma outra.
Sexo biológico: é composto por cromossomos sexuais, gônadas, genitais e hormônios. As pessoas podem ser designadas como de um dos sexos predominantes (feminino ou masculino) ou como intersexo. O gênero das pessoas é socialmente definido pelo sexo biológico ou ao menos pelo fenótipo no caso de intersexos.
Gênero binário: é um gênero que pertence ao padrão social homem-mulher, seja a pessoa cis ou trans. É um padrão presente na maior parte do mundo e um conceito ocidental.
Gênero não-binário: todo gênero fora do padrão social. Mais especificamente, toda identidade que não é nem totalmente homem e nem totalmente mulher.
Cis: termo genérico para cisgêneros.
Cisgênero: pessoa que vivencia a cisgeneridade - que tem uma identidade de gênero de acordo com o gênero imposto no nascimento. São ou homens ou mulheres.
Trans: termo genérico para transgêneros (e transexuais).
Transgênero: pessoa que vivencia a transgeneridade - que tem uma identidade de gênero que não está de acordo com as normas sociais ou o gênero imposto no nascimento. Pode ser de gênero binários ou não-binário. Há países - como o Brasil - que utilizam ainda o termo transexual, assim como pessoas trans que o adotam em suas identidades. No entanto, o consenso internacional é de que transgênero é uma palavra mais apropriada.
Transição: representa o tempo em que a pessoa trans passa a se adequar ao seu gênero, deixando de viver como no gênero imposto. Pode incluir ou não o processo gradual em que a pessoa modifica seu corpo através de hormonização e/ou procedimentos cirúrgicos (mastectomia, próteses, implantes, transgenitalização).
Disforia: toda sensação de inconformidade com o próprio corpo, havendo necessidade de modificá-lo para assim refletir melhor sua verdadeira identidade. Nem toda pessoa trans tem alguma disforia.
Cirurgia de redesignação sexual: ou também transgenitalização, é todo o processo científico realizado para alterar a genitália de uma pessoa trans. Antigamente chamada de "cirurgia de mudança sexo" (não se chama mais assim). Nem toda pessoa trans tem vontade de fazer a cirurgia.
Nome social: é o nome pelo qual a pessoa trans deve ser atendida, pois é o nome que a mesma escolheu para sua identificação. Deve ser respeitado!
Passabilidade: são os quesitos para que uma pessoa trans seja "aceita" baseados na aparência e na corporalidade. Quanto mais mulheres e homens trans se encaixarem nas ideias e nos moldes do que a sociedade considera como mulher e homem (em outras palavras, quanto mais se parecem com pessoas cisgênero normativas), maior a aceitação.
Maldenominar: o ato de desconsiderar a identidade de gênero da pessoa, seja na prática (referindo-se a ela pelo gênero errado) ou mesmo em pensamento (ex: a pessoa se identifica como mulher, mas na sua cabeça ela será sempre um homem). Pode ser proposital ou acidental, mas mesmo que seja acidental indica preconceitos internalizados.
Transfobia: qualquer tipo de discriminação contra pessoas trans. Inclui: discurso de ódio, agressão física e/ou verbal, negação de direitos, desrespeito à identidade da pessoa, hiper-sexualização, e silenciamento.
Cisnormatividade (ou cissexismo): basicamente representa toda ideia de que o gênero é definido pelo sexo biológico. Toda imposição de gênero é essencialmente cisnormativa, assim como a discriminação contra a comunidade trans.
Binarismo: é a ideia de que as pessoas se separam apenas em homem-sexo masculino e mulher-sexo feminino. Está dentro da cisnormatividade.
Exorsexismo: um tipo de cisnormatividade que oprime e discrimina exclusivamente pessoas de gêneros não-binários.
Transmisoginia: é a discriminação específica contra mulheres trans, sendo a intersecção da cisnormatividade com o sexismo (oriundo do patriarcado). Se diferencia da misoginia devido à transfobia envolvida.
Transmisandria: é a discriminação específica contra homens trans, baseando-se apenas na cisnormatividade (visto que não existe sexismo contra o sexo/gênero masculino). É um termo sem uso prático.
FTM (female to male): uma possível tradução seria "de mulher para homem". Um termo usado para homens trans.
MTF (male to female): "de homem para mulher". Usado para mulheres trans.
*Obs: ambos os termos são controversos para militantes e transativistas, pois reforçam a ideia de que transexuais nascem de um sexo e mudam para outro. Esses grupos defendem que sexo biológico é uma construção social.
AFAB (assigned female at birth): "designadx mulher no nascimento", termo referente às pessoas transgênero que nasceram do "sexo feminino". É mais usado por homens trans, mas pode ser usado por qualquer pessoa registrada como mulher que não é mulher.
AMAB (assigned male at birth): "designadx homem no nascimento", termo referente às pessoas transgênero que nasceram do "sexo masculino". É mais usado por mulheres trans, mas também pode ser usado por qualquer pessoa registrada como homem que não é homem.
Transfeminina: toda pessoa designada homem no nascimento que tem um gênero relacionado com feminilidade/mulheridade. As mulheres trans são o maior exemplo. Pode ser uma identidade não-binária.
Transmasculino: toda pessoa designada mulher no nascimento que tem um gênero relacionado com masculinidade/hombridade. Os homens trans são o maior exemplo. Pode ser uma identidade não-binária.
Pessoa ovariada: um termo mais formal e acadêmico para se referir às pessoas que possuem sistema reprodutor (ou genital) ovariano, que dentro da biologia atual é chamado de sexo feminino ou também fêmea típica. O conceito é usado para evitar definições científicas que reforcem a cisnormatividade e o binarismo.
Pessoa testiculada: um termo mais formal e acadêmico para se referir às pessoas que possuem sistema reprodutor (ou genital) testicular, que dentro da biologia atual é chamado de sexo masculino ou também macho típico. O conceito é usado para evitar definições científicas que reforcem a cisnormatividade e o binarismo.
Crossdresser: uma pessoa que se veste com roupas tradicionalmente de outro gênero, podendo ser por alguma profissão ou para vivenciar temporariamente o outro gênero.
Drag queen: personagem que expressa artisticamente feminilidade no comportamento e na aparência. Pode ser interpretada por qualquer pessoa e não é uma identidade de gênero.
Drag king: personagem que expressa artisticamente masculinidade no comportamento e na aparência. Pode ser interpretado por qualquer pessoa e não é uma identidade de gênero.
Androginia: expressão e aparência que misturam características femininas e masculinas. Pessoas cis ou trans podem ser andróginas. Há pessoas trans que se identificam como andróginas.
Butch: expressão de gênero muito masculina de qualquer pessoa de um gênero que não seja masculino.
Femme: expressão de gênero muito feminina de qualquer pessoa de um gênero que não seja feminino.
NCG: do inglês GNC (gender non-conforming), significa "não-conformidade de gênero", que é quando uma pessoa tem uma expressão de gênero que, socialmente, não está "de acordo" com o gênero imposto ou binário. Ou seja, homens e mulheres que não expressam, respectivamente, apenas masculinidade e feminilidade.
Destransição: é quando uma pessoa que está transicionando, mas por algum motivo decide parar e retorna às características físicas e/ou à apresentação do gênero designado.
Queer: originalmente um termo utilizado de forma pejorativa contra LGBTs. Depois foi reapropriado por militantes e ativistas do movimento LGBT+. Pode ser usado como sinônimo de "gay" ou por uma pessoa cuja(s) identidade(s) estão fora da heteronorma e/ou da cisnorma.
Genderqueer: é um termo amplo e de cunho mais político. Pode ser usado por qualquer pessoa de gênero não-binário, servindo também como termo guarda-chuva para as identidades não-binárias.

Pode conferir meu outro artigo sobre diversidade de gênero aqui.



10 de mai. de 2017

Série: Please Like Me

(Yeah, I'll be fine )

Essa deve ter sido a primeira série de temática LGBT que assisti (me julguem).

A história conta o cotidiano de Josh e os demais personagens, o que inclui amigos próximos, pai, mãe e interesses amorosos. Josh saiu recentemente do armário, revelando-se gay e terminando com sua namorada, Claire. Ela e seu melhor amigo, Tom, passam a apoia-lo. Então Josh ingressa em sua nova vida como gay ao mesmo tempo em que sente a pressão de ser adulto e tem que lidar com problemas familiares, como a depressão de sua mãe e o fato de ela e o pai estarem se divorciando.

Sendo o protagonista gay, podemos acabar esperando um enredo com muitas cenas de paixão e sexo e/ou situações fortes de homofobia. No entanto, a série não segue esses caminhos. Apenas apresenta o dia-a-dia de um homossexual recém-assumido que tem uma vida sem grandes agitações ou aventuras. Josh é uma pessoa excêntrica, às vezes um tanto egocêntrico e não sabe interagir com os outros, e a maior parte da trama explora suas relações familiares, fraternas e amorosas.

O tema da homossexualidade é abordado de uma forma bem sutil. E ouso dizer que mais real. Devo apontar que temos um protagonista gay que não está dentro de padrões de beleza, o que já é um diferencial comparando com muitas outras obras. Outros temas recorrentes são: o início da fase adulta, questões familiares, depressão, e a vida de pessoas com transtornos mentais.

A série teve apenas quatro temporadas e a notícia que corre é que foi cancelada. Quem quiser uma série com um protagonista gay diferente e situações que alternam entre drama e comédia, é uma boa opção.



7 de mai. de 2017

Pensamento do dia

O que estamos ensinando para as pessoas? Que exemplo estamos dando para o mundo?

Questionamos desde sempre o propósito da vida: afinal, para que viver? A vida faz sentido? Existe um jeito certo de viver?

Queremos experimentar vários caminhos para o futuro, queremos muita coisa, temos talentos e passatempos e curiosidades, mas pensamos no tempo. "Poxa, o ser humano vive pouco tempo". (Será?)

Queremos ter nossa própria identidade, construída ao longo dos anos por nossas vivências e tendo uma influência do meio. E aí tem uma parcela de gente dizendo que você deve ser.

O que queremos? O que você quer? O que eu quero?

Viver é adquirir felicidade? Mas como adquiri-la? O que é felicidade? Ela existe mesmo?

Na vida desejamos muita coisa: família, amizades, amores, dinheiro, bens materiais, comida. Tudo que achamos que não podemos viver sem. (tá, comida é essencial mesmo)

Contudo, conseguir tudo que queremos, no momento, preenche o nosso vazio?

Sempre queremos mais ou queremos algo diferente. Porque estamos tentando viver a vida.

Há quem diga que viver é fazer o que quer, ser independente. Ou que é ter muito dinheiro para ter o que quiser. Ou é explorar os prazeres e oportunidades que surgem. Ou se dedicar a ajudar as pessoas.

Quem tem razão? Não sei dizer. Tirando o lado problemático do dinheiro, talvez cada hipótese tenha seu fundo de razão.

Não seria ótimo ser livre para conseguir tudo que desejar e ainda poder ajudar as pessoas? Afinal viver somente para si sempre deixa um vazio. E ajudar quem precisa pode preencher esse vazio.

Não diga que não tem tempo, chance ou maneiras de ajudar. Sempre temos.

Se a sua vida estiver vazia, tente algo diferente. Apenas tente.

Tem sempre alguém por aí que precisa de algo que podemos oferecer. Pode não ser o único jeito de viver, mas você pode mudar a vida de alguém.