29 de abr. de 2015

Game: Perfect Dark

("Good luck, Perfect Dark")

Eu já tinha jogado na casa de primos meus, e lembro de ter adorado. Quando morei na praia, meu melhor amigo tinha essa fita de Nintendo 64. Brincávamos de Perfect Dark dentro e fora do jogo, criávamos nossos enredos. Era muito divertido. No fim ele acabou me dando essa fita, que guardo com carinho até hoje. Esse jogo é muito especial para mim.

Primeiro vou falar dele. Outro jogo maravilhoso produzido pela maravilhosa empresa Rare, que atualmente pertence a Microsoft. Um clássico do Nintendo 64, mas atualmente há um remake para XBox Live Arcade. É considerado até hoje como um sucessor espiritual do jogo Goldeneye 007 do Nintendo 64. Como foram produzidos pela Rare, o próprio Perfect Dark traz elementos desse jogo; não apenas na jogabilidade, mas também easters eggs e mais! (já falo sobre isso) (vocês não têm ideia do êxtase que estou sentindo agora em escrever cada palavra desse artigo)

O enredo é centrado na personagem (diva) Joanna Dark, uma agente secreta que trabalha para o Instituto Carrington. Seu chefe é Daniel Carrington (nem um pouco narcisista XD). Logo na primeira missão ela se infiltra na empresa dataDyne para resgatar alguém chamado Dr. Caroll, quem enviou à Daniel um pedido de socorro. Joanna então começa uma série de missões que trazem surpresas e revelações envolvendo conspirações, alienígenas e planos diabólicos que ameaçam o mundo futurista de 2023. Parece pouca coisa, mas a história é boa e o jogo é melhor ainda, um ótimo clássico de N64. Tudo é dividido em 9 missões principais e mais 4 missões extras (uma delas é apenas um duelo de simulação). Algumas missões, como a primeira, são dividas em partes.

O cenário de todas as missões são bem-feitos e gostosos de explorar. Até mesmo aqueles das missões mais curtas ou mais chatinhas. As músicas também são ótimas, e sabem criar um clima coerente com os ambientes e situações. Ouvir a música tema assim que o jogo iniciava me arrepiava. As armas em geral também tem um bom design. O jogo oferece uma variedade de armas; pistolas, metralhadoras, lança-mísseis, até um laser de pulso. E o jogo não poupava a violência. Inimigos sangravam quando feridos, e era até mesmo possível deixá-los todos 'vermelhos' de tantos tiros, ou até queimados quando atingidos por explosivos. Outra coisa legal era que as missões podiam ter mudanças (além do aumento de objetivos) dependendo da dificuldade, como por exemplo a missão 2, que é iniciada em um local nos níveis Agent (fácil) e Special Agente (médio) e em outro no Perfect Agent (difícil). Algumas ações extras podiam facilitar missões posteriores, mas isso era possível em pouquíssimas delas.

Uma coisa fascinante feita pela Rare foi, no caso da missão 4, criar um mapa completo para as 3 partes da missão, que se passa na Área 51. Embora o mapa não seja todo acessível nas 3 partes, pode-se descobrir, pelo uso de códigos/hack que todas as partes da missão estão dentro de um único mapa. Então seria possível, por meio dos códigos/hack, acessar um local da parte 3 jogando na parte 1. Isso também era válido numa das 4 missões extras, que também se passava nesse mapa. Incrível, não? Só a Rare para fazer algo assim.

Afinal, o que o jogo traz do icônico Goldeneye 007? Bom, como eu já havia dito, a jogabilidade de ambos é muito parecida. Mas a Rare fez questão de "ressuscitar" algumas armas e cenários. No próprio Instituto Carrington, quando explorado fora das missões, tinha exemplares de 9 "armas clássicas", que são armas de Goldeneye 007, porém com os nomes mudados. Era possível jogar com elas nas missões após completar jogos de tiro ao alvo com as armas achadas pelo jogo. E um modo multiplayer chamado Combat Simulator (no qual eu me divertia bastante!) dispõe de 3 mapas extraídos do jogo antigo, com algumas modificações.

O Combat Simulator era onde eu e meu amigo brincávamos mais quando estávamos jogando. Ele tinha 16 mapas (contando aqueles 3), podia ser jogado com, no máximo, 4 jogadores e mais 8 simulantes (AI). Você podia criar seu próprio perfil e jogar à vontade. Havia desafios prontos, 30 no total, que, conforme fossem vencidos, mais mapas, armas e recursos eram disponibilizados. Dentro desses desafios tinha modos de jogo que podiam ser individual ou em time. Era possível criar todo tipo de partidas lá. O Combat Simulator foi o palco de várias histórias que eu e meu amigo criávamos. Bons tempos.

Eu não consigo expressar muito bem em palavras o que esse jogo significou para mim. Não é pelo jogo em si (embora eu o ame em todos os aspectos), mas sim pelo o que essa fita de N64 criou em um pouco mais de 1 ano. Ela criou muita coisa. Muita mesmo.

Esse artigo foi mais longo do que eu planejava, mas ouso dizer que foi um dos artigos mais emocionantes que escrevi até agora. Se fosse mais curto, seria uma desonra contra tudo que Perfect Dark representou para mim.

Segue abaixo uma intro alternativa do jogo. Escolhi essa mais pela música mesmo (que me arrepia sempre que ouço).




25 de abr. de 2015

Analisando um vídeo (anime)

Uma vez eu estava navegando pela net, quando acabei encontrando esse vídeo do anime Yu Yu Hakusho. Fiquei espantado com o show de preconceitos e ignorância que vi e ouvi. Decidi então colocar o vídeo em questão aqui e analisar cada besteira proferida pelos personagens Yusuke e Kuwabara.


Vamos começar?

- 0:55: "Mas antes eu preciso verificar uma coisinha"
E então, sem o consentimento de Miyuki, Yusuke "verifica" se os peitos dela são ou não de verdade. E depois é revelado que ele também tocou em sua genitália.

- 2:44: "É uma covardia você atacar uma mulher, Yusuke"
Fala isso para uma boxeadora. Essa mulher é uma lutadora, e ela aceitou lutar contra homens. Para de subestimar a mulher como se ela não fosse capaz de lutar.

- 3:16: "Se eu tivesse certeza de que era uma mulher, é claro que eu teria maneirado. Por isso eu me certifiquei"
Assediou a personagem para "confirmar" seu sexo biológico (o qual ele confundiu com gênero). Transfobia clara e explícita.

- 3:23: "Não é uma mulher, é um homem"
Nossa, essa doeu na alma... O corpo de Miyuki definiu sua identidade. Não importa a identidade dela. E a transfobia continua.

- 3:29: "Ah, então quer dizer que é uma drag queen"
Não. Drag queen é um homem que se veste de mulher por motivos artísticos, para apresentações, por exemplo. Miyuki é uma transexual; se veste de mulher porque se identifica e é mulher!

- 3:41: "Mas aí quando eu apalpei mais embaixo, ah meu filho, o negócio ficou esquisito. Aí eu descobri, tive certeza, sabe?
Quer dizer, tocou nela sem seu consentimento, expôs ela ao ridículo (como se ela fosse algo ridículo, o que ela não é!), e vem com esse comentário babaca. 
E daí que ela tem pênis? Mulher não pode ter pênis? Ter um pênis não a torna menos mulher. E se ela está satisfeita de ter esse órgão, ninguém tem nada a ver com isso, é um direito dela, o corpo é dela, a identidade é dela.

- 3:55: "Eu não sei se admiro você ou se eu me espanto"
Mano... que babaca... Assédio e invasão de privacidade viraram dignos de admiração. 
"Ah, ele quis dizer que o Yusuke fez aquilo tudo muito rápido." 
Foda-se! Continua sendo desrespeito!

- 4:11: "Se você é um homem, aja como homem"
Ai, que sono... "Se você é omi, seje omi". É tanto machismo, cissexismo e cisnormatividade que eu queria estar super mortA.

- 4:18: "E se o seu coração é de mulher mesmo, trate de se tornar uma mulher por inteira. Você está ouvindo???"
De repente, por um segundo, aparentou aceitar a identidade. Mas logo em seguida voltou com o cissexismo e a cisnormatividade (se ela quer ser mulher, tem que ter vagina). Sem contar a diarreia sexista de regras, tentando mandar em como a mulher deve ser.

E depois disso, com Miyuki inconsciente, Kuwabara ainda tenta invadir seu espaço, querendo confirmar por si mesmo que ela era "homem". Nenhum respeito por Miyuki, pela identidade dela e pelo corpo dela. Ela é um objeto de fascinação.

O estranho foi ela mesma por um momento afirmar que era "homem". Talvez ela se referisse ao sexo biológico, não ao gênero. Afinal, logo em seguida ela reafirma sua identidade (que o coração e a voz são de mulher). E no fim, antes de desmaiar, ela acaba se rendendo à opressão de Yusuke... Triste.



Em 4 minutos e 45 segundos de vídeo nós presenciamos: transfobia, machismo, cissexismo e cisnormatividade.

Sim, eu sei que é um anime de 1992. Apenas mostrei o vídeo como um ótimo exemplo de quantos preconceitos podemos encontrar numa cena. Essa cena, na época, poderia não causar tanto espanto (pois muitas pessoas concordariam com os "pensamentos" de Yusuke). Mas, felizmente, atualmente podemos assistir essas cenas e mostrar o verdadeiro repúdio que elas merecem.

Espero que os animes melhorem cada vez mais, sem estimular a opressão.



22 de abr. de 2015

Homofobia ≠ Lesbofobia

Alguns (tipo eu) podem ter se perguntado:

"Por que inventaram esse termo, lesbofobia? Homofobia se aplica aos dois gêneros."

Lesbofobia não deixa de ser uma homofobia. Mas o que a torna diferente, exclusiva? Bom, começa com o fato de que ela é direcionada às mulheres. Preciso dizer mais? Ok, vamos dissertar.

Não é novidade de que a classe mulher é alvo do machismo, a ideologia fundada pela nossa querida sociedade patriarcal que objetifica, inferioriza e menospreza a mulher. Portanto, e consequentemente, as violências cometidas contra homens gays e contra mulheres lésbicas são bem diferentes.

Lésbicas são um tabu na sociedade; ainda não possuem a visibilidade que necessita. E a invisibilidade é causada tanto pelos preconceitos da população quanto pelo próprio movimento LGBT, que é mais representado por homens gays. Quando alguém fala 'LGBT' para você, você pensa imediatamente no quê? Em gays ou lésbicas (ou bissexuais e transgêneros)? 

Contudo, apesar invisibilidade, lésbicas são as estrelas principais do maior fetiche de homens héteros (até mesmo daqueles que se dizem 'contra o homossexualISMO'). Muitos héteros fantasiam com duas ou mais mulheres se pegando na frente deles, e com eles participando. E a partir daí temos aquele babaca sem noção que chega num casal lésbico e pergunta "posso participar?". E também devido a isso observamos a hipersexualização das lésbicas (ou do comportamento lésbico) em sites de pornografia hétero ou até mesmo nas mídias.

"Ah, já que lésbicas são 'adoradas' pelos héteros, elas deviam ser mais aceitas do que os gays, né?"
Ha ha ha, sua ingenuidade me comove.

Existe uma imensa diferença entre o fetiche do hétero e o prazer lésbico. O homem aceita aquela relação entre mulheres enquanto elas estão ali unicamente para realizar sua fantasia (se elas estão gostando ou não, não importa realmente). Mas no momento em que as lésbicas mandam o idiota se fuder e se relacionam unicamente para o prazer delas, o homem fica puto e dá chilique. Não há só machismo extremo nisso, há muita hipocrisia também.

O maior diferencial aqui é justamente o gênero feminino. O ato de estupro é predominante contra a classe mulher. Existe "estupro corretivo" para homens? Não. Quando tentam "curar" um gay, ou usam métodos subjetivos (como exorcismos) ou aplicam tratamentos que visam estimular o gosto pela mulher/vagina (sei que não são sinônimos, mas a sociedade ainda pensa que são). Já a mulher... vish, a mulher lésbica... até mesmo o estupro contra ela é diferente, pois há a intenção doentia de curá-la.

Ainda existe o pensamento de que há mulheres que são lésbicas por "não acharem o homem certo" ou ainda por terem sido muito rejeitadas ou decepcionadas. E pior ainda é vermos a harmonia conjugal de lésbicas sendo questionada porque a relação sexual delas não tem a presença do pênis...

Percebam que existe um pensamento falocêntrico na sociedade de que o pênis é um órgão divino; somente ele produz milagres e traz a felicidade que todxs precisam. Ele cura lésbicas e somente ele pode proporcionar prazer a todas as mulheres (e talvez as demais pessoas).

Além de tudo isso, como li num artigo, a lesbofobia também pode ser o medo que uma mulher tem de amar outra mulher, o medo da rejeição e da hostilidade por ela não estar seguindo os "padrões" da sociedade.

Embora o machismo promova ódio e desprezo contra a feminilidade, mulheres lésbicas de expressão mais masculina também não escapam da lesbofobia, e sofrem tanto quanto as mulheres mais femininas por também não seguirem os padrões heteronormativos da sociedade.

Espero que a razão desse termo tenha sido explicada e seja compreendida.

Assim como a transfobia e a bifobia possuem alvos específicos, a lesbofobia também possui um alvo específico. Considerá-la igual a homofobia é desconsiderar as lutas e os sofrimentos das mulheres lésbicas, que sofrem a opressão por serem mulheres e por serem lésbicas. E uma mulher lésbica negra? Vish, pior ainda, pois além das duas opressões citadas, também sofre racismo.



E um último adendo: movimento LGBT, vocês precisam dar (MUITO) mais voz às lésbicas!



18 de abr. de 2015

Friendzone

(ATENÇÃO: esse artigo contem altas doses de ironia. Se você é um menino sofrendo de friendzone, recomendo que não leia esse artigo)

Talvez um dos mitos mais idiotas já inventados pelas pequenas e medíocres mentes machistas.

Normalmente é apontado em "casos" de um menino e uma menina. Mas pode "existir" em outros tipos de relações. Vamos falar hoje apenas da mais comum.

O menino é "amigo" da menina. Faz tudo por ela. Ela pede, ele faz. E então, um belo dia, podem ocorrer duas coisas:

1- Ele cria coragem e confessa seus sentimentos obscuros. É rejeitado.
2- Ela contempla sua boa amizade, reafirmando que há apenas amizade entre eles, e sempre haverá. 

Pronto... Fim de jogo.

Como os machistas falam, "soldado ferido".
Porque um menino estar enfrentando uma suposta barreira entre a amizade e o amor/paixão/sexo é como vencer uma guerra. E o prêmio da guerra é quem? A menina.

Afinal, de onde vem esse fenômeno tão curioso e que está ganhando tanto destaque atualmente?

Fundamentalmente esse fenômeno vem do puro machismo.

Aqui observamos a ideia de que amizade entre homem (hétero) e mulher não existe. Não dá para ter amizade. Se a mulher é muito boa, legal, bacana, firmeza, o pobre homenzinho fica encantado por essas qualidades.
(tadinho do homem... tão carente, frágil, sensível; só querendo ser amado e amar ~sim, nessa ordem~)

E também observamos a ideia de que a mulher é obrigada a recompensar o homem por suas digníssimas atitudes e cavalheirismo. O homem bom merece ser recompensado. A questão de ele ser bom não é questão de ser humano, é um sistema justo de trocas.
(tadinho do homem... sofre tanto, faz tanto, batalha tanto; homem merece ter sua divina bondade recompensada)

Conclusão: menino, se você está numa "amizade" com segundas intenções, você não é amigo porra nenhuma! Você é um babaca oportunista, quase um maníaco sexual. Toma vergonha na cara e saiba respeitar e tratar meninas como gente.

P.S.: Nenhuma menina é obrigada a ficar com você.

P.S. 2: "Ah, e nos casos do menino que venceu a friendzone?". Ele gostava dela e ela gostava dele, a coisa fluiu, rolou, ponto final. Não quer dizer que vai acontecer com você também. Deal with it!



15 de abr. de 2015

Regra 63 - animes/mangás

E se os personagens que conhecemos tivessem o gênero binário invertido?

(Goku e Chichi de Dragonball Z)

(Gary e Ash de Pokémon)

(Asuka, Shinji e Rei de Neon Genesis Evangelion)

(Naruto de... Naruto haha XD)

(Ichigo de Bleach)

(Zoro, Luffy e Sanji de One Piece)

(Natsu de Fairy Tail)






(Jellal e Erza na esquerda, Lucy na direita)

(Winry e Edward)

(L e Light de Death Note)

(Kagome e Inuyasha de... Inuyasha XD)

(As Sailor Moon)

(Gon e Killua de Hunter X Hunter)

(Personagens de Shingeki no Kyojin)

(Personagens de Higurashi no Naku Koro ni)

(Ginko de Mushishi)

(Lloyd de Tales of Symphonia)

(Personagens de Yu-Gi-Oh)

(Beatrice e Battler de Umineko no Naku Koro ni)*

*Obs: AMEI Beatrice na forma masculina 



4 de abr. de 2015

Pensamento do dia

Entrar num movimento social é uma libertação e ao mesmo tempo um compromisso.

Há vários movimentos, que defendem várias pautas. Mas no fim, todos se juntam pela afinidade de buscar igualdade.

Um deles se chama movimento LGBT. 

Mas ainda acho errada e limitadora essa sigla. Há muito mais do que lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis.

Há também assexuais, polissexuais, pansexuais, intersexuais, gêneros não binários, poliamorosos etc.

É um movimento de diversidade de sexo, sexualidade, afetividade e gênero.

Agora vem o questionamento: por que num movimento de pessoas diversificadas só um grupo quer falar, quer ter voz, quer aparecer? Por que apenas um quer representar todos?

Os movimentos combatem a opressão. Os opressores são seus inimigos. Mas como combater a opressão tendo opressores entre os próprios oprimidos?

Para quem é sua luta? Apenas para homens homossexuais? Homens homossexuais brancos e cisgêneros?

A luta é para você ou para todxs?

Por que o símbolo do movimento LGBT mostrado pelas mídias é apenas homens cis, branquinhos, malhadinhos, supostamente bem-dotadinhos e charmosinhos?

Como combater a ignorância e o preconceito de uma maioria sendo ignorante e preconceituoso com outras minorias?

É possível ser diferente do oponente, agindo igualzinho a ele?



Quando você reflete sobre essas respostas e muito mais, você quase enlouquece ao perceber quanta coisa errada há no próprio movimento.

Devemos combater o preconceito externo. Mas e o interno? Estamos combatendo?



1 de abr. de 2015

A verdade é que...

... esse blog é uma mentira.

Não apoio movimentos sociais porcaria nenhuma. Acho todos uma bobagem.

Sou um cara hétero, musculoso, bonitão, alto e cristão fervoroso. Sonho em ser pastor, quero intervenção militar (pois era tudo melhor) e sou patriota com orgulho, luto pelo país e pela moral e bons costumes.

Meritocracia nesses pobres vagabundos! Tem que ensinar a pescar, não só dar o peixe! Redução da maioridade penal, sim! Pena de morte para ladrões e corruptos!

Odeio esses gayzistas, que querem privilégios. Bando de bichas choronas, vitimistas. Agora não posso mais mandar a real e dizer que vão pro inferno que sou taxado de homofóbico.

Odeio essas feminazis, que querem supremacia das mulheres sobre os homens. Aliás, lugar de mulher é na cozinha.

Odeio também esse movimento negro, outro bando de vitimistas. E sim, são descentes amaldiçoados de Noé.

Tudo agora é preconceito. Ter opinião não é crime!

Esse povo fala que quer igualdade, mas são privilegiados com cotas, bolsas, e leis específicas que contradizem aquele trecho da Constituição que diz, claramente, "todos são iguais perante a lei".

Pra mim existe homem e mulher. Homossexuais são coisas do diabo.

Mulher de roupa curta merece ser atacada.

Os negros são os maiores racistas.

Não sou machista, nem feminista. Sou humanista.

Não deveria ter Dia da Consciência Negra, e sim Dia da Consciência Humana.

Claro que deve ter Dia do Orgulho Hétero, afinal se gays podem, homens também podem.

Gênero não binário? Legal. Posso ser um centauro?

Traveco não é mulher. É homem fazendo viadagem.

Não curto mulher trans. Gosto de mulher de verdade. E mais, mulher trans devia ser processada por propaganda enganosa.

Ela não pode dizer não se estiver desmaiada.

Não tenho nada contra nada. Apenas sigo a bíblia. Ela é a verdade, e a verdade liberta!





E, para finalizar, feliz 1º de Abril para TODXS :D

(tudo foi escrito propositalmente, cada letra, cada palavra. Se você se identificou com qualquer coisa escrita aqui... meus pêsames)