27 de fev. de 2019

Palavras alternativas - neolinguagem

Como já falei por aqui, nossa língua tem uma estrutura muito binária. Não temos apenas as linguagens padrão a/ela/a e o/ele/o, como também temos conjuntos de palavras bem específicas e únicas, como pai e mãe.

Criar alternativas para esses conjuntos é mais desafiador que os conjuntos de neolinguagens. A questão das flexões (linda, linde, lindo etc) é resolvida pelos conjuntos de neolinguagem. Agora, no caso de pessoas que não usam nenhum conjunto da língua padrão, existe ainda esse problema que falei.

Isso ainda está em desenvolvimento. Por isso as informações aqui podem se atualizar. Depois de pesquisar e pensar, consegui formar umas palavras alternativas. Explicarei também a lógica usada para isso.

Para o conjunto princesa/príncipe pensei tanto em alternativas que alterar as palavras existentes quanto alternativas que lembrem um pouco de ambas. Formulei as palavras: príncipa, princeso (sim, já foi inventada de zoeira), prince e princis.

Palavras terminadas em -dor e -triz vêm da raiz latina –tor e –trix, que são sufixos, respectivamente, masculino e feminino. Então pensei em algo que soasse neutro e parecesse um pouco com ambas terminações padrão. Formulei a terminação –ter.  Exemplos de palavras: embaixater, imperater.

Para os conjuntos boa/bom e má/mal, sugiro bone e male. Bone vem direto do latim bono. E male soa neutro.

Alternativas para o conjunto mãe/pai são um imenso desafio de tão complicado que é. No momento consegui apenas pensar em alternativas que apenas trocam as primeiras letras entre si, pãe e mai.

Outros adjetivos com as mesmas origens, no caso, madrinha/padrinho e matriarca/patriarca, foram mais fáceis. Todas partem das mesmas raízes latinas, mater e patre. E assim como existe materno e paterno, me inspirei na palavra fraterno e formulei fadrinhe e fatriarca. Interessante notar também que assim como M e P, sílabas com F também precisa juntar os lábios pra falar.

Outras possíveis soluções seriam mudar essas letras para outras mais parecidas, que são os casos de N e B. Então, nãe e bai seriam alternativas propostas. Mas acredito que o ideal seriam alternativas diferentes de -ãe e -ai.

Formular palavras alternativas requer estudar bem a origem e o processo de formação das palavras existentes. E talvez precise de um pouco de criatividade. Seria ótimo mais pessoas dispostas a isso.



23 de fev. de 2019

Uma crítica e minha resposta

Ontem decidi pesquisar a palavra exorsexismo na busca do Facebook pra ver o que eu encontrava. Como esperado, achei quase só postagens minhas. Até que achei uma postagem peculiar citando essa e outras palavras usadas aqui.

A postagem era uma crítica a "um fulano" que usa esses termos (heterossexismo, cissexismo, monossexismo, exorsexismo, amatonormatividade, exclusionistas, falses aliades), que se diz militante com orgulho e que chama todo mundo que não entende esses contextos de burro.

Eu não tive dúvida alguma que essa pessoa estava falando de mim. Apesar da chacota e da distorção, sou a única pessoa que bate com essa descrição.

Minha reação? A princípio, achei uma postagem cômica por ser uma indireta que eu não esperava e que talvez jamais chegasse a mim. Depois eu reli, pois ainda considerei que no meio daquilo tudo houvesse um pingo de razão. Continuei achando uma postagem tosca e desnecessária. E vou explicar.

Primeiro de tudo, gostaria muito que esse indivíduo apontasse onde chamo as pessoas de burras só por "não entenderem os contextos" dos quais falo aqui. Um dos meus objetivos aqui é justamente trazer informação. Com certeza sou ignorante pra muita coisa. Isso não é defeito. Isso não é uma sina.

Segundo, o problema são as palavras e a neolinguagem? A pessoa chamou tudo isso de "necessidade de se destacar e modificar um nicho próprio". Quando você usa terminologias diferentes e vai além do básico ou comum, algum destaque você terá. Nicho próprio? Qual, exatamente? Falo de vários segmentos da comunidade e de vários assuntos pertinentes a muita gente, não apenas meus próprios grupos. E mesmo que fosse isso, se fosse essa proposta daqui, estaria tudo certo.

Só pra constar, heterossexismo e cissexismo não são palavras desconhecidas. O resto, bom, eu até entendo. Só que se incomodar com termos que falam de opressões ainda muito pouco discutidas é bem tosco e mostra descaso. E que conveniente vindo de alguém que nem sofre essas opressões, né?

Esse blogue é meu espaço. Tenho direito de escrever e me comunicar como quero. Uso palavras acadêmicas? Uso. Agora fico jogando elas aos quatro ventos em toda discussão com qualquer pessoa? Hm, não. Aliás, minha conduta no blogue não reflete minha conduta em outros espaços virtuais e nem pessoalmente.

Não acho viável eu ficar falando o significado desses termos sempre que eu for usar. Quem vem aqui do nada pode até se perder com essas palavras. Só que à direita existem links com glossários onde a pessoa pode encontrar essas palavras. No final dos artigos tem tags que podem levar a pessoa a outras páginas com explicações. Aqui não tem palavra nova e jogada sem contexto. Quem tem interesse pode pesquisar por aqui ou mesmo jogar no Google.

E mesmo que a pessoa nem pesquise, meus textos ainda podem ser compreendidos sem as pessoas precisarem aprender certinho todos os termos. Até porque aqui desenvolvo os assuntos que quero falar. Não preciso falar exorsexismo o tempo inteiro; basta eu relatar ações que envolvem essa opressão. E se a pessoa entender isso, é o que mais importa.

Não vou deixar de usar esses termos, os quais já estão explicados e que são importantes de serem falados, só porque uma galerinha incomodada com termos novos não quer. Assim como homofobia, transfobia etc já foram palavras desconhecidas, essas ainda são. E como elas serão conhecidas se eu não falar?

Por fim... revolucionar com panelinhas? Que panelinha é essa que eu tenho? Só se for a panelinha das pessoas que vão além de LGBT e estão preocupadas com inclusão, recorte, interseccionalidade e temas que o "Movimento LGBT" ignora. Se isso te incomoda, na boa, você é o real problema aqui.

Não é possível criar um espaço pra literalmente todo mundo. Se meu conteúdo não te contempla e nem te acrescenta, tudo bem. Muita coisa também não me contempla e não acrescenta. Agora críticas toscas como essas não serão consideradas.

Ainda me pergunto se a pessoa é crítica assim com outros espaços ou outras pessoas desse ativismo perfeito o qual ela deve fazer parte.



18 de fev. de 2019

As coisas de agora

AC: escola, bullying.



Esses dias vi a foto de um garoto maquiado e com cabelo pintado de roxo. Uma aparência bem extravagante. E ele foi assim para sua escola.

E eu, como muita gente idosa de 25 anos, fiquei introspective, refletindo sobre como eram as coisas na minha época de escola e como estão sendo atualmente.

Fico feliz que aquele menino agora tem a chance de ir para a escola como quer. Fico feliz que aquele menino mais novo que eu está empoderado o suficiente para se vestir como quer. Fico feliz que ele tenha a coragem de enfrentar assim, mesmo num ambiente hostil como o escolar.

Entre retrocessos e violências crescentes, não se pode negar que houve sim mudanças para melhor. Nunca antes a diversidade foi tão discutida. Nunca antes pessoas fora do padrão lutaram por seu merecido espaço.

Tudo isso teve mais e mais força e atenção nesse século e nessa década. Mas mesmo assim, eu, que passei pela escola, não tive empoderamento e coragem como esse menino teve. Passei a escola me escondendo, me passando por algo que era meio cis-hétero "colorido" meio indefinido-mas-suportável.

Tive um colega de sala assumidamente gay que passou perrengues e muita discriminação cotidiana por ser quem é. Já falei aqui dele. E vendo esse menino eu acabo me sentindo mais pra trás desse colega de sala. E eu já me sentia assim.

Ver o progresso das novas gerações, ainda mais a geração 2000, me faz sentir um misto de coisas. Além da felicidade por essas pessoas, sinto a tristeza de não ter sido forte como elas antes.

Tá, podem até tentar passar um pano ou me consolar dizendo que seria mais difícil, me deixaria com (mais) traumas, que todes têm seu tempo, enfim. Mas eu sinto o peso do que faltou. E essa falta está desaparecendo nas novas gerações.

Jovens de 12-15 anos estão dando palestras sobre vivência e tratando de assuntos "adultos", estão dando a cara pra bater, estão revolucionando suas casas e escolas, enquanto eu nessa idade quase ainda chupava o dedo e só vivia num mundinho à parte.

Mas outra parte da felicidade é a satisfação de ver jovens mais avançades que minha geração. Talvez seja o mesmo sentimento que muites mães, pais, responsáveis etc têm por filhes e crianças. A felicidade de ver a geração posterior em melhores condições, com uma mentalidade mais pra frente.

Não que minha geração não esteja bem e fazendo sua revolução. Vejo muita gente boa das décadas de 1990 e 1980. Até de 1970. Gente mente aberta empenhada em melhorar como pode a realidade e preparar as novas gerações. E não pensamos tão diferente das novas almas.

Contudo, precisamos ter em mente que essas gerações vão nos superar. Sim, a tendência é essa. O que vem depois ser melhor. É assim que progredimos. Espero que a geração de 2010 seja melhor. E assim por diante.

Sinto ainda a vergonha de não ter sido como a geração atual. Ao menos agora posso acompanhá-la. Ainda tenho muito que viver. E quero viver muito, o suficiente pra ver muitas novas gerações surgindo e marcando o mundo.



13 de fev. de 2019

Criminalização

AC: lei, criminalização, opressão e crimes de ódio, heterossexismo, cissexismo, diadismo.



Hoje teve a discussão no STF sobre o projeto de lei que criminaliza a... homofobia? Homotransfobia? LGBTfobia? Nem sei mais o que estão criminalizando. Começo com essa ironia porque é uma bagunça como cada fonte e pessoa anunciam essa notícia.

Vi muita gente a favor da lei, como eu esperava da minha bolha progressista e colorida. Mas vi uma pessoa totalmente contra. E eu já tinha ideia dos motivos. 

Não sou contra a criminalização. Acredito sim que deva existir punição para crimes de ódio. Mas os pontos contra a lei são pertinentes. Não pela lei em si, mas pelo sistema penal nosso e pela complexidade que precisa ser debatida.

Vou começar pelos termos e pelo alcance da lei dentro da comunidade...

Por um momento parece que homofobia é termo guarda-chuva para toda discriminação contra "LGBT(I)s". Daí ressaltam a discussão específica para o grupo trans; que aqui no Brasil ainda define-se como travestis e mulheres e homens transexuais. Então usam LGBTfobia (uma ou outra pessoa adicionou a letra I), dizendo que a lei é para "a comunidade toda". É mesmo?

Sinceramente, eu não consigo confiar na efetividade de uma lei num país onde as pessoas bagunçam esses termos, fazem uma salada, e muitas vezes nem sabem qual opressão estão combatendo precisamente.

Assim, querides, homofobia não é termo guarda-chuva e definitivamente não contempla transfobia e nem bifobia. Monossexismo tem mecanismos próprios e existe um sistema que privilegia monossexuais - héteros, gays e lésbicas - em detrimento de pessoas multi e até a-espectrais.

E dizer que a lei é para toda a comunidade ou é ingenuidade ou é exclusão proposital. Porque não creio que uma lei tão focada em "LGBT" possa englobar plenamente pessoas intersexo, a-espectrais, não-conformistas de gênero, não-binárias, NCLs, etc.

Li que o projeto pretende incluir junto com racismo discriminações contra orientações sexuais e identidades de gênero. Quais orientações sexuais e identidades de gênero seriam contempladas? E mais: onde tudo isso implica com pessoas intersexo sendo que aqui estamos falando de sexo?

Aliás, se for assim, prevejo muitas denúncias feitas entre segmentos da própria comunidade, considerando que ainda reproduzimos muitas opressões.

Críticas pertinentes (não falo de fundamentalistas e feministas radicais; essa gente tem mais que se fuder) apontaram que o projeto é punitivista, não resolve a questão da violência a nível sistêmico, e só vai servir para encarcerar mais gente negra e periférica.

Não consigo discordar dessas pontuações. Não falei lá em cima sobre uma complexidade que precisa ser debatida? Vou comentar duas situações dentro disso:

- a palavra viado. Tem gente que se reapropriou da palavra e transformou em identidade. Tem gente que não se ofende. Tem gente que acha ofensiva. E aí quando uma pessoa é chamada de viado na rua? Teremos situações de denúncia feita pela palavra e outras pela mera intenção pejorativa.

- a ignorância sobre a diversidade é imensa. Muites termos pejorativos ou ações opressivas ainda são praticades casualmente. Uma pessoa que não sabe que a travesti não usa linguagem o/ele/o e a tratou assim deve ser denunciada e punida por essa falha? Uma pessoa mais compreensiva pode escolher explicar do que denunciar. Mas e se não for o caso?

Por fim, toda discussão sobre criminalização necessita ser ampliada e ter maior interseccionalidade. Vi pessoas de regiões periféricas, lugares onde a tal democracia ou o próprio Estado nem chegam, apontando que a lei nem teria efeito nesses lugares. Vivemos sob um sistema penal bem seletivo que mira nos segmentos sociais mais marginalizados - negro e pobre.

Não pude deixar de notar a quantidade de pessoas racializadas apontando isso enquanto pessoas brancas - principalmente homens gays cis - estavam aplaudindo o projeto sem fazer qualquer reflexão ou pontuação.

De novo, assim como muita gente, eu anseio por uma punição penal contra crimes de ódio. Mas, não, isso não resolve a questão estrutural. A lei só envolve agravantes em crimes. Não alcança questões institucionais. As cadeias não conscientizam pessoas.

Receio até que um possível cenário negativo seja pessoas ignorantes sendo encarceradas e saindo da prisão com mais ódio da população LGBT+. Pode até haver criação de grupos de extermínio nesses locais.

Heterossexismo, cissexismo e diadismo, assim como racismo e machismo, são opressões sistêmicas e não serão resolvidas apenas com punição. Precisaria de investimento em educação e políticas públicas, principalmente. Conscientizar a população é o melhor caminho; o que esteve sendo difícil diante dos retrocessos vindos com o fascismo e o conservadorismo ganhando mais espaço na política.

Ah, então por que sou a favor de criminalizar? Porque embora muita discriminação seja fruto de ignorância, ainda existem pessoas chegando ao nível de promover ataques morais, agressões e até assassinar pessoas da comunidade. Isso é constante, é diário, e passa impune em quase todas as vezes. Essas pessoas não são coitadas e merecem sim punição maior pelo ódio.

Sem contar outras ações recorrentes como pessoas sendo expulsas de casa, sendo ofendidas em estabelecimentos, sendo perseguidas em escolas, etc. Ações que ferem a liberdade e o direito humano e que exigem medidas previstas por lei.

Enfim, era o que eu tinha a dizer sobre o projeto. Amanhã ocorrerá a votação e saberemos se foi aprovado. Tentarei ser otimista. E, se for aprovado, que tudo isso seja devidamente considerado. Apenas criminalização não vai encerrar a violência.


Deixo aqui dois textos que achei interessante compartilhar:





11 de fev. de 2019

Falta de espaços

AC: exclusão, apagamento.



Eu acho que faltam espaços. Muitos espaços. De muitos tipos e formatos.

Pra mim faltam mais espaços multi, não-binários e poliamoristas. Espaços que contemplem dois ou todos os três grupos.

Faltam espaços para pessoas intersexo e pessoas a-espectrais. Faltam espaços para outras possíveis identidades, como atrações fluídas e atrações indefinidas.

Faltam espaços para muitas pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans binárias e travestis que podem não se encaixar no comum, que são espaços focados em curtição e festa.

Faltam espaços para pessoas LGBTQIAPN+ que querem se politizar mais, que querem compartilhar gostos e preferências como interesse em ciência ou mídias, 

Faltam espaços para pessoas questionando sua atração e/ou seu gênero, que podem estar descobrindo que não são perissexo.

Mesmo dentro dos espaços LGBT+ já existentes falta muitas vezes contemplar outras intersecções (negres, PCDs, idoses, etc) e pessoas que não vão curtir o que a maioria curte. Não adianta existir o espaço e você não ter lugar.

Não estou dizendo que não pode existir espaços exclusivos (L/G/B/T etc) e nem que todos deveriam abrigar toda possível diversidade. Isso numa balada, por exemplo, é improvável e nem está de acordo com a proposta do local.

Estou apenas dizendo que existe sim uma carência de mais espaços LGBT que englobem pessoas de muitos pensamentos e gostos, assim como falta espaços para todas as identidades fora dessa sigla mais convencional.

Podem existir sim espaços pra diversão, entretenimento e pegação. Mas têm que existir espaços também para nerdices, para quem é otaku, quem gosta de física quântica, quem gosta de filmes antigos, para discutir opressões, e também para namoros e relações diferenciadas (alternativas, queerplatônicas, etc).

Sinto falta disso. Percebo essa falta em outros grupos. Vejo mais pessoas dos meus grupos e/ou de outros grupos falando dessas faltas.

Acho que precisamos unir uma galera aí e construir esses espaços. Mesmo que seja do zero. Se ninguém faz por nós, fazemos por nós e por outres.



4 de fev. de 2019

É exagero corrigir as pessoas?

AC: exorsexismo, opressão/microagressão ocasional, situação de estresse.



Ano de 2019 e tive que ouvir de uma pessoa conhecida que corrigir as pessoas é exagero, que corrigir coisas que elas estão fazendo errado é constrangedor pra elas.

Huh... foda-se?

Claro que tive que ouvir uma merda dessas de um homem cis gay que tem sua linguagem pessoal respeitada onde quer que ele vá. Sim, o assunto era corrigir pessoas me maldenominando, e isso mesmo após eu acabar de explicar a questão da minha linguagem.

As pessoas nunca dão importância para o que não as atingem. Duvido que essa pessoa iria aceitar ou concordar se eu falasse a mesma coisa diante de uma situação de heterossexismo com ela.

Isso me faz lembrar também do quanto nós de grupos marginalizados sempre estamos tentando relevar, ponderar, pensamos antes de avisar a pessoa sobre algo, avaliamos nossas palavras nos preocupando em fazer a pessoa entender e não se ofender. Muitas vezes temos medo de falar, mesmo tendo razão. Muitas vezes achamos que exageramos até quando somos educades.

Eu faço a linha diplomática na maior parte do tempo. Mas tem dias como nesse que minha paciência se esgota. E eu penso no quanto isso deve acontecer com outras pessoas, ainda mais pessoas que aturam muito mais merda diariamente que eu. Pessoas que depois ficam conhecidas como chatas ou intolerantes.

Muites de nós temos sim paciência pra explicar, mesmo não sendo nossa obrigação. Porque se nós que temos vivência e consciência não pararmos pra explicar, ninguém fará isso. Infelizmente adotamos uma missão árdua de educar as pessoas que nem deveria existir. Mas o mundo é uma bosta e lidamos com ela frequentemente. Não é todo dia que temos paciência. E tem gente que nos coloca em diálogos frustrantes e estressantes.

Não, pessoas, não é errado corrigir alguém. É um favor que você faz a si mesme, ao seu grupo e para a outra pessoa. Se ela não aceita, daí já é problema dela e talvez ela não seja uma boa companhia. Mas não julgo quem não corrige por receio ou por não achar que valerá seu esforço.

De qualquer forma nosso bem-estar será sempre mais importante que o constrangimento da outra pessoa. Sei que não gostamos de sermos corrigides. Mas esse sentimento é problema nosso. Temos que engolir o ego e admitir as falhas.

Não tenham medo também de incomodar ou de perderem contatos. Não deveríamos nos submeter a relações que nos fazem mal. Quem realmente quer nosso bem e quer aprender vai ouvir. São essas pessoas que importam no fim, pois têm consciência de seu local de escuta.