29 de abr. de 2018

Pra que ser militante?

Já falei muitas vezes que ninguém tem obrigação de ser militante de qualquer causa. Bom, a princípio, ninguém é obrigade a nada mesmo. Mas agora vamos falar do contexto atual. Serei direito e reto nesse texto. Temos:

- um avanço assombroso da mentalidade conservadora e reacionária pelo mundo
- estatísticas ainda crescentes de violência e morte motivadas por ódio
- pouca eficiência, resistência e união política de pessoas e grupos progressistas
- e muita gente dos grupos minoritários alienada politicamente

Aqui vai um fato: não podemos ignorar que precisamos mais de militantes!

Não adianta chorar, não adianta protestar, não adianta tentar encontrar uma alternativa. Precisamos sim de mais pessoas militando pelas causas sociais. Todos esses fatos só reforçam isso. O cenário atual está uma merda.

A situação está tão desnorteada que quase nem consigo separar as pessoas apenas em militantes e não-militantes. Entre a população temos militantes reais, falses militantes, gente que diz não ser militante e ainda contribui com as causas, gente que apenas não se envolve, e gente anti-militância.

Mas o que afasta as pessoas da militância?

Entre muitos fatores, o mais evidente deve ser o grupo des falses militantes: não sabem discutir ou argumentar, não têm didática, têm reações exageradas, chegam a reproduzir opressões, são pessoas antipáticas, só querem ser estrelinha, enfim. Sim, essas pessoas assustam e incomodam e desanimam. Agora, usá-las para generalizar não é justo.

Aliás, generalizar me parece uma forma de negar rápido uma responsabilidade. E daí vamos a outro fator: as pessoas não querem assumir compromisso político; não querem se envolver e não querem sair de sua zona de conforto. Isso é esperado vindo de uma sociedade com uma educação precária, que não estimula o povo a conhecer política ou ter empatia peles outres.

Ainda tem gente que se ilude achando que minorias em novelas e séries, ganhando prêmios, fazendo umas músicas, alguns direitos sociais conquistados e marcas colocando arco-íris nos produtos são sinais de grandiosos avanços. São porra nenhuma!

Precisamos de mais gente se mostrando, se expondo, dizendo que faz parte da diversidade, falando sem medo tudo que passa. Precisamos de gente falando e discutindo sobre diversidade, seja nas redes sociais, na rodinha no bar, no almoço em família, nas escolas, etc. Precisamos nos envolver politicamente e colocar no poder figuras verdadeiramente progressistas, ou mesmo tentar entrar no poder nós mesmes.

É um trabalho árduo, ninguém prometeu que seria fácil. As militâncias atuais necessitam de uma reforma. E derrubar sistemas opressivos e ir contracorrente numa onda gigante de ódio e intolerância é muito difícil. Mas lembrem-se que mudanças estão acontecendo e a união faz a força (e nos dá força também).

Quem diz que as militâncias não são necessárias ou é muito ignorante sobre o cenário atual ou não se importa com as pessoas. Se for ignorância, ainda tento conversar. Se for falta de empatia, quero mais que a pessoa se exploda. O mundo agora exige coletividade, não individualismo.



26 de abr. de 2018

N de não-binárie

E mais uma vez apareço aqui com uma nova sigla.

Após muita reflexão, decidi que era justo adicionar a letra N para as pessoas não-binárias.

Antes eu não fazia essa questão porque eu insistia em reforçar que pessoas n-b estavam inclusas na letra T de transgêneros, mesmo havendo não-bináries que não se consideram trans.

Embora o conceito de transgênero englobe a não-binariedade, na prática, a causa e a comunidade T focam exclusiva ou predominantemente nas pessoas trans binárias - mulheres e homens. Aqui no Brasil também adicionam as travestis (mesmo havendo aquelas que se identificam como mulheres, e aquelas que se encaixam numa não-binariedade).

Por esse motivo, mais todo histórico de apagamento das identidades n-b, e mais todas as pautas específicas desse segmento me fizeram perceber que é mais do que justo o segmento ter uma visibilidade única. E por isso agora coloco a letra N na sigla.

A não-binariedade atingiu proporções que espaços voltados à binariedade e a gêneros dentro de concepções comuns não conseguem contemplar. E espaços T, infelizmente, falham nisso. Esses espaços falham em:

- reconhecer a neolinguagem e aquelus que a utilizam;
- falar de gêneros sem relação com os binários ou que não envolvem as qualidades mais faladas (feminina, masculina, andrógina e neutra);
- falar de gêneros influenciados por corporalidade, neurodivergência, e outros fatores;
- falar de experiências que envolvem intensidade, multiplicidade e fluidez de gêneros;
- atender às necessidades de pessoas transfemininas que não são mulheres e pessoas transmasculinas que não são homens;
- e discutir sobre pessoas trans sem disforias, o que é o caso de muita gente n-b.

Não é possível analisar todas as pessoas trans binárias e todas as pessoas não-binárias sob o mesmo prisma. Fora os casos de exorsexismo por parte de mulheres e homens trans. Sim, a comunidade N está precisando de autonomia em relação à comunidade T.

E de forma alguma isso é abandonar ou rejeitar o segmento T. As pessoas n-b que se consideram trans ainda lutarão por essa causa. Levantar a bandeira não-binária ainda será levantar a bandeira transgênero. Para aquelus que não se consideram trans, a própria bandeira n-b é suficiente para si; enquanto auxiliam como aliades na luta T.

Minha sigla agora é LGBTQIAPN+. E se reclamar vai ter mais letra.



21 de abr. de 2018

Elu

Este será o primeiro artigo em que vou falar de mim usando a neolinguagem, usando o segundo conjunto que adoto pessoalmente.

Continuo usando linguagem o/ele/o porque gosto dela. Mas também uso a linguagem -/elu/e. Ou seja, não tenho artigo, meu pronome é elu, e os finais de palavra para mim são com e.

Me sinto representade por elu. Gosto de um pronome que não evidencia uma qualidade masculina ou feminina. Uso elu porque nele sinto neutralidade, e quero essa neutralidade falada e ouvida.

Acho bem atraente a ideia de se referirem a mim como elu e a outra pessoa não saber meu gênero. E afinal, meu gênero importa tanto assim?

Acho bem divertida a ideia de se referirem a mim com palavras novas e a outra pessoa ficar confusa. A linguagem nova ainda deve assustar um pouco.

Sou ume menine, sou formade em Farmácia, sou produtore de conteúdo sobre diversidade. Sou jovem, militante e diferente... ah, pera, já são palavras neutras haha.

Desafio as normas de gênero e desafio agora as normas da língua, língua normativa, normatividade pregada por um cistema (sim cis-tema).

O foda é que estou ciente de que pouquíssimas pessoas respeitarão minha outra linguagem, mesmo que eu decida oficialmente que ela é a primária, e não mais o/ele/o. Mas faz parte, né?

Minha linguagem é política. Saio da norma só porque quero. Sou tode desviante. Pessoa heterodissidente, pessoa transgênero, e pessoa que usa a linguagem que quer.

Meu corpo é de elu. Minha voz é de elu. Meu sexo é de elu. Meu gênero é de elu.

Prazer, sou elu.



15 de abr. de 2018

Não-binariedade: Orientações

Assim como os gêneros, há rótulos de orientações criados especificamente para não-bináries. Isso se deve ao fato de que suas atrações têm particularidades, tanto pelo gênero quanto por estarem fora das concepções sociais de relações "hétero", "gay" e "lésbica".

A identidade hétero foi criada para pessoas binárias e não contempla nenhuma pessoa n-b. Já as identidades gay e lésbica têm uma história muito importante, e atualmente estão acessíveis a pessoas de outros gêneros masculinos/femininos e que tenham atração exclusiva ou maior por homens/mulheres, assim como por gêneros iguais ou similares. Mesmo assim há outros rótulos de orientações mono.

E sobre as orientações multi, quase todas são accessíveis para todo mundo. Mas aqui haverão rótulos mais específicos também.

Segue abaixo as orientações mono e multi:



Cetero (ou Medisso): atração exclusiva por não-bináries.
*Obs: é controverso pessoas binárias usando essa orientação, pois pode facilmente ser um caso de fetichização.


Novo: pessoa gênero-fluído (ou que esteja vivenciando uma fluidez de gênero) que muda sua atração quando seu gênero muda (ex: a pessoa é bi quando agênero, ou hétero quando mulher, ou gris quando andrógine etc).


Onigay (ou Onique): pessoa que muda sua atração quando o gênero muda, de modo que ela seja sempre atraída pelo mesmo gênero que vivencia no momento.


Feminamórique (ou Femina): atração (qualquer uma) exclusiva por mulheres binárias. É uma alternativa menos controversa do que a orientação gine (que poderia ser associada à atração por vagina).


Viramórique (ou Vir): atração (qualquer uma) exclusiva por homens binários. É uma alternativa menos controversa do que a orientação andro (que poderia ser associada à atração por pênis).


Proqua: pessoa feminina que sente atração exclusiva por outras pessoas femininas. Usada por pessoas n-b que não se sentem à vontade com a conotação binária de lésbica.


Proquu: pessoa masculina que sente atração exclusiva por outras pessoas masculinas. Usada por pessoas n-b que não se sentem à vontade com a conotação binária de gay.


Martesique: atração exclusiva por homens e pessoas alinhadas com o gênero masculino.


Venusique: atração exclusiva por mulheres e pessoas alinhadas com o gênero feminino.


Terrarique: atração exclusiva por outres não-bináries e pessoas alinhadas com gêneros n-b.




Esses são os rótulos criados até agora. Se houver mais vou atualizar a lista.



12 de abr. de 2018

Reducionismo identitário

Decidi criar esta terminologia para explicar um fenômeno que ocorre frequentemente dentro da comunidade LGBTQIAP+ (e também ocorre fora, mas não importo com a opinião des héteros-cis), e atinge principalmente pessoas de atração multi, pessoas a-espectrais e pessoas não-binárias.

O reducionismo das identidades não deixa de ser uma forma de apagamento. Porém tem suas diferenças de apagamentos que visam negar ou mesmo discriminar certas identidades. 

O monossexismo, o alossexismo e o exorsexismo invalidam, respectivamente, orientações multi, orientações a-espectrais e identidades não-binárias. Isso é um apagamento. Mas o reducionismo identitário não invalida essas diversidades. Ele foca em apenas reduzi-las a identidades que são consideradas comuns, fáceis de entender, críveis ou (minimamente) aceitáveis.

Reducionistas estão sempre resumindo qualquer rótulo multi a "basicamente bi", qualquer rótulo a-espectral a "basicamente assexual", e qualquer rótulo não-binário a apenas não-binárie.

E qual é o problema de querer reduzir as coisas?

Bom, primeiramente, o desrespeito ao direito da pessoa de ser quem ela quiser e se identificar como quiser. Identidades são individuais e não devem ser controladas ou reguladas pelas outras pessoas. E vindo de uma comunidade que luta pelas liberdades individuais, é bem contraditório.

Essa atitude invalida incontáveis vivências e experiências que as pessoas podem ter. Nem todes que sentem atração por mais de um gênero vão querer usar o rótulo bi. Nem toda assexualidade e arromanticidade é estrita, limitadas à atração inexistente por toda a vida. E por que pessoas não-binárias não podem ter uma identificação própria, assim como homens e mulheres têm?

Querer encaixar as pessoas em rótulos conhecidos não deixa de ser um tipo de normalização, algo que a própria comunidade combate diariamente. Vivemos sob um sistema que normaliza só pessoas hétero cis perissexo. Quanta diversidade não deve ser apagada por isso e só agora está aparecendo? Que parâmetros usamos para decidir qual rótulo pode existir e qual é estranho demais para existir?

Reducionistas virão com discursos de que identidades novas de orientação e gênero são desnecessárias, não são acessíveis, e que não ajudam em nenhuma causa. É comum ainda dizerem que fazem a comunidade parecer uma piada. Embora seja possível encontrar bissexuais, assexuais e não-bináries que reproduzam esses discursos, podem reparar que a grande maioria des reducionistas nem pertence a estes segmentos. Coincidência?

Deixo aqui umas perguntinhas: Desnecessárias pra quem? Se não são acessíveis, o que podemos fazer para torná-las acessíveis? As comunidades que englobam essas identidades acreditam que elas não ajudam em suas causas?

Por fim, não caiam no papo reducionista. E se você for reducionista, pare com essa escrotice.



7 de abr. de 2018

Confissões

Eu tive vários amores. Dezenas deles. Talvez centenas.

Todos eles vivem e viveram na minha cabeça. Naquele mundo obscuro que ninguém pode entrar.

Alguns até toquei fisicamente. O resto ~a grande maioria~, não. Mas isso importa?

Eu desejei, eu sonhei, eu vibrei, eu pensei, eu imaginei, eu planejei.

Eu pedi pelas oportunidades de conhecê-los? Ou de que eles fossem "o certo".

Eu me toquei com vontade e paixão, tendo cada um na minha mente enquanto deitado na cama.

Eu gastei horas e horas da minha existência terrena com minhas inúmeras fantasias de sentimentos, aventuras, sexo e amor.

De corpo, eu estava só. De mente, eu estava acompanhado.

E foram vários. Como eu amei cada um deles! Minhas paixões impossíveis da adolescência, cada um que conheci por aí no mundo virtual, e os poucos que pude ver pessoalmente.

Eu fui até eles. Eu quis eles. Mas sempre houve barreiras que impediam os corpos de se unirem.

Gosto de pensar que eles, mesmo que por um ínfimo de segundo, me quiseram. Gosto de pensar que fui atraente pra alguma alma nesse mundo.

Posso muito bem estar errado...

E do que adianta ter sido atraente só por um segundo? Por um dia? Por uma semana.

Meus amores me deixaram. Uns ao longo do tempo, muitos em apenas um dia. Todos me deixaram com um adeus que não pude ouvir claramente, só sentir.

Eu amei, apesar da distância e da impossibilidade de nos encontrarmos. Eu amei, apesar de saber que a conversa duraria só um dia. Eu amei, apesar de que eu sei que o interesse logo iria acabar. Eu amei, mesmo sabendo que jamais seria recíproco.

Eu amei, apesar da linha traçada, a linha do "você é só curtição". Eu amei, apesar do vácuo. Eu amei, apesar do tempo nosso ter simplesmente acabado. Eu amei, apesar de nós percebermos que não queríamos o mesmo.

Eu amei o aqueles que são reais, aqueles que são fictícios, e aqueles impossíveis de existir.

Amei todos. E essa é minha desgraça...

Eu amei muito... É uma merda. Eu odeio. Eu odeio amar. Eu odeio um amor que nunca virá.

No fim, cá estou; sonhando com outros corpos além do meu. Mas sem ninguém. Sozinho. Eu, o quarto, a cama, e mais eu. Talvez... eu tenha nascido só pra isso mesmo.



4 de abr. de 2018

Tradições e a Diversidade

Tento pensar de forma positiva no que se refere aos avanços sociais da diversidade, em especial a comunidade LGBTQIAP+.

Os estudos de Teoria Queer também estão caminhando, e toda a história e concepção de gênero estão sendo analisadas.

A separação de homens e mulheres através dos sexos biólogos é um fenômeno presente em todas as culturas que existem e já existiram, até mesmo naquelas com mais de dois gêneros.

E gênero é algo muito presente nas estruturas sociais e nas tradições. Muitas religiões e doutrinas têm papéis específicos para homens e mulheres, seja numa data em particular, num ritual etc.

Embora eu defenda que certas tradições devem ser mantidas em prol da preservação de culturas, é inegável que as construções de gênero entrarão em conflito com a Teoria Queer e a inclusão social crescente de certos grupos minoritários.

Claro que ainda existirão homens e mulheres cis e seus lugares nas tradições continuarão garantidos. Meu ponto é: as tradições serão capazes de incluir a transgeneridade?

Por exemplo, uma tribo que tem uma festa apenas para "as mulheres" (cis, no caso); pessoas DH* de identidades femininas (mulheres, travestis e não-binárias) teriam permissão de participar? E se tiverem, como argumentar com pessoas que podem se opor a isso por ser "contra a tradição"? E se essas separações binárias incomodarem alguém?

Não quero de forma alguma afastar pessoas que pertencem a determinada cultura por causa desse dilema. E nem pessoas que têm interesse nessa cultura ou sentem alguma conexão com ela. Realmente não consigo pensar agora numa solução definitiva que agrade a todes.

Serei sempre a favor da inclusão. Acho possível que as tradições sejam inclusivas sem se perderem, acho justo que as tradições se ajustem às pessoas (não coloco subjetividades acima da humanidade). Mas o maior problema são as pessoas ou os grupos que comandam essas tradições. E geralmente quem comanda tradições é conservadore.

E tudo fica mais complicado para pessoas que não são apenas homens/de identidades masculinas nem mulheres/de identidades femininas. Na hora que disserem "homens desse lado, mulheres do outro", para onde essas pessoas vão? Entendem?

Ainda posso tornar a questão toda mais polêmica apontando que, mesmo havendo inclusão, muitas tradições reforçam estereótipos ou são baseadas em ideias ultrapassadas sem mais espaço num mundo "desconstruído". Mas isso poderia afastar as pessoas de culturas - e não desejo isso.

Fica aí uma reflexão para vocês todes.

*DH: designade homem (no nascimento).



1 de abr. de 2018

Não-binariedade: Linguagens

Quando se fala em linguagem na realidade não-binária, assim como na realidade trans binária, isso se refere a como a pessoa quer ser tratada. A linguagem é importante para refletir e reafirmar o gênero da pessoa, por isso a importância de ser respeitada.

As linguagens mais comuns e aceitas em praticamente todos os idiomas são definidas como masculina e feminina. Quando há ambiguidade ou validade para qualquer gênero, é neutra.

Como a língua portuguesa não deu possibilidade à neutralidade, as neolinguagens surgiram para romper com isso e propor uma maneira inclusiva de falar e escrever.

Podemos separar as linguagens em conjuntos compostos por: artigo, pronome, final de palavra. Essa concepção bem útil foi desenvolvida aqui. As linguagens normalizadas pelo nosso idioma são o/ele/o e a/ela/a. Aqui no blog adoto a linguagem e/elu/e.

Quem não estiver à vontade com uma ou ambas as linguagens normalizadas, pode criar sua própria linguagem. A única preocupação que devem ter em mente é a pronúncia, principalmente dos pronomes pessoais quando transformados em pronomes possessivos e demonstrativos.

Na Internet nacional ocorreu muito o uso de elx e el@. Mesmo quem estiver preocupade com a pronúncia desses pronomes pode utilizá-los em conversas escritas. Nada impede isso. Outros exemplos de neopronomes incluem elu, el, ile, ilo, etc.

As pessoas podem desenvolver seu conjunto como quiserem, incluindo fazer "misturas" ou aceitar uma linguagem que muda os três elementos constantemente. Por exemplo, conjuntos como a/éli/e ou -/ile/o pode existir. E também podem adotar quantos conjuntos quiserem.


É necessário também quebrar essa visão de que há linguagens para gêneros. Há pessoas n-b - não necessariamente de identidades masculinas/femininas - que desejam usar linguagens o/ele/o e/ou a/ela/a apenas porque se sentem à vontade. Assim como há pessoas binárias que são de um gênero, mas gostam da linguagem imposta ao outro gênero.

Embora a neolinguagem tenha sido criada pensando nas pessoas não-binárias, vale ressaltar que ela também é acessível às pessoas binárias. Afinal, linguagem é apenas linguagem.

Concluindo, usem a linguagem que quiserem e respeitem a des outres. Na dúvida, perguntem.