30 de ago. de 2017

Sobre a Inês Brasil

Há alguns dias houve uma polêmica sobre a "musa LGBT" Inês Brasil. A artista, até então aclamada por boa parte do público LGBT (em especial os gays), apareceu numa foto com um famigerado político com ideias fascistas e inimigo da comunidade LGBTQIAP+, o que causou uma grande revolta no público.

Antes de tudo quero ressaltar que nunca fui fã da Inês Brasil (também não tenho nada contra) e que minha intenção não é "defendê-la". Não é uma simples questão de escolher um lado.

Bem, primeiramente, ela tinha todo o direito de tirar aquela foto. Ela tem o direito e a liberdade de tirar foto com quaisquer figuras e não ser julgada ou rechaçada por isso. Eu teria negado a foto, mas eu e ela somos pessoas diferentes. E ela é o tipo de pessoa que tem uma posição pacífica com todo mundo.

Agora, dito tudo isso, vamos ao seguinte fato: Inês nunca foi pró-LGBT, nunca foi uma verdadeira apoiadora da causa. Não estou dizendo que ela é contra. Mas o discurso dela é limitado a falar apenas de amor e respeito. Não é um discurso inútil ou dispensável, mas não é uma atitude que realmente levanta a bandeira e a põe compromissada com a causa LGBT.

Sendo que a própria artista já fez uma declaração transfóbica num show e até hoje nunca se desculpou. Também já disse não aprovar que crianças vejam beijo gay nos desenhos. Assim como além da foto fez um vídeo conversando com o fascista, tratando-o como se fosse bonzinho e dizendo levianamente para deixarmos os discursos de ódio "nas mãos de Deus" (como se o maior problema da comunidade fosse algumas pessoas falando ser "contra os gays").

Afinal, qual era o verdadeiro motivo de ela ser um ícone LGBT? Sinceramente, acho que é apenas por ela ser uma geradora de memes. Apenas isso. Ela é engraçada, diz frases de efeito que se espalham rápido, e tem um jeito espontâneo e único. Isso agrada, eu admito. Mas a verdade é que ela nunca fez nada para ser especificamente um ícone LGBT.

Sim, ela recebeu muita atenção ao fazer um vídeo contra um certo pastor fascista. Mas tudo que ela falou poderia ter sido dito por qualquer outra pessoa com o mínimo de bom senso e empatia pelo ser humano. E ainda assim o vídeo tinha algumas falas problemáticas.

O que realmente gerou toda essa revolta contra ela foi que aquela foto partiu em pedaços uma imagem que o público que a aclamava criou dela. Essa imagem não era verdadeira. E por isso ninguém deveria estar cobrando dela um compromisso com alguma causa social.

Mas o pior de tudo foi o ódio que o público que antes a paparicava manifestou nas redes sociais. Não foi apenas reprovação pela foto (que todxs tinham o direito de ter). Também houve xingamentos e agressões morais. O pessoal que é vítima constante de ódio conseguiu ser tão odioso quanto essa gente de (extrema-)direita, reacionária, conservadora e fascista.

A oposição é intolerante com quem discorda dela. No entanto, nós, os alvos dessa oposição, agimos da mesma forma nessa situação. Precisamos repensar sobre isso. Além de que os ataques se concentraram na figura mais vulnerável da história: uma mulher negra com pouca consciência política. Sim, isso revelou nossos podres e nossas próprias intolerâncias.

As eleições estão chegando. Aquela foto não foi um ato amigável, foi politicagem pura. O fascista está tentando cativar as pessoas. A oposição que nossa comunidade enfrenta está se utilizando de estratégias para se fortalecer. E está indo muito bem com isso.

Toda essa onda de ódio contra a Inês Brasil serviu para fortalecer mais o inimigo. O inimigo agora está pondo esse público revoltadinho no mesmo balaio que militantes e pessoas de esquerda, tudo para reforçar o discurso desonesto que LGBTs e esquerdistas só pregam o ódio.

Nossa comunidade saiu queimada. Nossa luta foi comprometida. Nossos maiores inimigos estão rindo da nossa cara enquanto a galerinha raivosa da Internet chora apagando do computador memes da musa que nunca foi musa.



27 de ago. de 2017

Tipos de atrações

Muito se fala sobre atração sexual. Mais recentemente a atração afetiva, até então colocada junto com a sexual, começou a ser discutida.

As comunidades assexual e arromântica, dentro de sua diversidade de vivências e experiências, nos trouxeram uma luz sobre os diferentes tipos de atração que o ser humano pode sentir. Segue abaixo essas atrações:



Sexual: o desejo sexual, a vontade de ter relações sexuais com a pessoa. Pode ser uma atração rápida baseada em características perceptíveis (o corpo, a genitália etc) ou pode ser desenvolvida com o tempo, de acordo com a convivência e conexão emocional.

Romântica: o sentimento romântico, a vontade de namorar, ter uma relação amorosa com a pessoa. Também pode ser imediata ou desenvolvida. Na maioria das pessoas é igual à atração sexual, mas pode ser diferente.

Estética: admirar a aparência física de alguém, achar a pessoa bonita, mas sem querer namorar e/ou transar.

Sensual: é a vontade de ter contato físico, sendo esse contato carinhoso (abraços, beijos, toques), mas sem ser sexual.

Platônica: querer uma amizade profunda, com uma conexão emocional mais intensa que as amizades comuns, mas sem um envolvimento romântico. Pessoas arromânticas tendem a desenvolver uma relação chamada "queerplatônica" que se encaixa nessa categoria.

Alternativa: ter vontade de uma aproximação emocional ou familiaridade forte, geralmente descrita como uma atração entre a romântica e a platônica.

Intelectual: quando o interesse é despertado pelo intelecto da pessoa, por seus conhecimentos e capacidades cognitivas. Com isso vem o desejo de interagir intelectualmente com a pessoa.

Emocional: voltada à personalidade da pessoa, gerando o desejo de conhecê-la. Geralmente antecede relações amorosas e sexuais.



Existem várias formas de uma pessoa atrair-se por outra(s) pessoa(s). Todas estão dentro de nós e podemos experimentá-las ao longo da vida, mesmo sem perceber. E você, já experimentou todas?



24 de ago. de 2017

Questionando a orientação sexual

Muita gente já sabe decorado o conceito de orientação sexual: "atração sexual por um ou mais gêneros". Com exceção da pansexualidade, que é atração que independe de gênero, todas as demais identidades sexuais se prendem à presença de identidades de gênero.

Antigamente o conceito era "atração sexual por um sexo, seja o oposto, o mesmo ou ambos". Precisamos atualizar nossa concepção de sexualidade no momento em que percebemos que o ser humano poderia ir além da genitália. Além de que o conceito antigo excluía intersexos.

E então colocamos o gênero como o fator mais importante e o verdadeiro determinante de uma identidade sexual. Homens heterossexuais podem gostar de travestis e mulheres trans com pênis e manter sua identidade. Homens gays podem gostar de homens com vagina e manter sua identidade. E assim por diante.

No entanto, o conceito novo acaba excluindo um grupo transgênero: pessoas agênero. Isto é, pessoas sem uma identidade de gênero. Onde uma pessoa sem gênero pode ser incluída num conceito que depende de gênero?

Esse mesmo questionamento me faz refletir sobre uma outra questão paralela: gênero é apenas construção social? Existem ainda pessoas que afirmam isso, que gênero é uma criação humana e que nossa espécie não precisa realmente de gênero.

Talvez não precisemos mesmo. Mas agora vamos analisar: se gênero é socialmente construído, ele pode ser desconstruído. Se desconstruirmos, nos tornamos todxs pessoas agênero, o que, consequentemente, rompe todas as identidades sexuais. Não que isso seja um problema. Mas isso nos tornaria capazes de nos atrairmos por todas as pessoas?

Levantar essas questões me faz perceber que a sexualidade humana continua complexa. Aceitamos o novo conceito sem considerar a possibilidade de ele estar incompleto ou mesmo errado. Não estou dizendo que não existe atração por gênero. E sim que podemos ir além, considerando também a expressão, a aparência e a corporalidade da outra pessoa.

Comecei a levantar essa questão primeiramente por perceber a exclusão de agêneros. E também por me sentir atraído sexualmente por três pessoas transgênero - duas gênero neutro e uma agênero. As três são do sexo masculino e normalmente adotam uma aparência masculina. Isso tudo é suficiente para despertar minha atração. Como fica minha identidade agora? Bem, ainda me considero gay.

E aposto que outras pessoas devem ter passado pela mesma situação. Ouso dizer que as identidades não-binárias estão ampliando nossa visão sobre o que define nossa sexualidade, se é apenas gênero ou mais que isso.

Nos apegamos tanto ao conceito atual que situações como essa nos força, mesmo que involuntariamente, a questionar nossa própria identidade sexual. Mas isso não é realmente uma novidade. Pessoas com certa identidade podem experimentar a fluidez sexual e não precisam mudar de orientação por isso. Heterossexuais podem ser héteros mesmo tendo sentido atração por alguém do mesmo gênero. Homossexuais podem ser homos mesmo tendo sentido atração por um ou mais gêneros diferentes. E assim por diante.

Com tudo isso, o que posso afirmar com certeza é que nosso conceito atual de orientação sexual precisa ser revisto. Foi revisto antes e pode ser de novo. Independentemente de qual identidade sexual utilizamos, precisamos aceitar a fluidez sexual e aceitar que o gênero está se mostrando insuficiente para determinar as orientações sexuais.



19 de ago. de 2017

Divulgação: canais LGBTs

Olá, pessoal. Trago aqui mais alguns canais menos conhecidos apresentados por figuras da comunidade LGBTQIAP+.

Para quem não viu, segue o artigo com divulgações anteriores.



Lucca Najar

Lucca é um jovem transexual que faz vídeos abordando sobre sua vida e sobre a transgeneridade.


Jake Vieira

Jake é um rapaz trans que foca mais em entretenimento, também falando sobre sua vivência como pessoa trans.


Sou Teodoro

Teodoro é um rapaz transexual que aborda sobre sua transição e sobre a transgeneridade na sociedade atual.


Transdiário

O canal de Luca Scarpelli foca em sua transição e também aborda sobre a realidade de pessoas trans no Brasil.


Cavalos-Marinhos

Thomaz e Diogo, dois rapazes trans, discutem sobre a transgeneridade e alguns outros temas comuns nas militâncias sociais.


Batatinha gwiyomi

Batatinha, também conhecida como Namy ou Zeine, é uma pessoa trans não-binária que faz vídeos focando mais na assexualidade, que é sua orientação sexual.


George Otávio - GO!

George é um rapaz demissexual homorromântico que faz vídeos abordando sobre assexualidade.


Vida Positiva

Felipe criou o canal após descobrir ser soropositivo. Desde então vem abordando sobre HIV e sua vivência após a descoberta.


XISTO

Xisto é uma pessoa não-binária que faz vídeos de entretenimento e sobre seu cotidiano.


Lorena Olaf Furter

Lorena é uma pessoa trans não-binária que aborda muito sobre as identidades não-binárias, a diversidade e outros assuntos relacionados.


Dionne Freitas

Dionne é uma moça trans e intersexo que aborda sobre ambas as vivências e também sobre sexualidade.

https://www.youtube.com/channel/UCxEMVT5B_umeTx3LXqp0b_Q

Jef Na Net

Jef fala sobre diversidade, a vida gay e religião.




16 de ago. de 2017

Neonazistas

Ano de 2017 e ainda existem grupos seguidores da ideologia que dizimou milhares de pessoas e se tornou uma das maiores vergonhas da história da humanidade.

Não, não é ignorância, falta de informação, falta de educação, problema mental, doença, não é nada disso. Nem é intolerância. O que estamos vivenciando está além da intolerância e chegou na loucura.

Podia ter sido aqui no Brasil, mas foi nos Estados Unidos que ocorreu uma manifestação neonazista. As pessoas que compuseram esse show de horrores fizeram discursos contra judeus, negros e homossexuais e defenderam a supremacia branca.

Não sei o que o país ou as organizações internacionais vão fazer ou o que podem fazer. Mas algo deve ser feito. Urgentemente!

Você percebe que a humanidade falhou quando nesses tempos modernos existem grupos de pessoas defendendo abertamente e sem medo opressão, violência e morte contra outros grupos. Isso não é liberdade de expressão!

E estou mais do que farto de ouvir discursos pacifistas, de que não devemos revidar essa gente com violência, que devemos manter o diálogo, que devemos ser "humanos".

Eu até relevo com as minorias insistindo no pacifismo. Mas ver gente que não é alvo dos neonazistas fazendo esse discurso me deixa muito puto! Tenho vontade de perguntar para essa gente: como é nunca ser ameaçado de morte por pertencer a determinado grupo?

Qual seria minha solução? Digo aqui e agora para o mundo inteiro: fuzilar! Matar esses lixos! Matar antes que nos matem, matar antes que matem, matar porque com essa gente está além da recuperação.

Todas as pessoas têm direito à vida? Bom, eu acredito que sim. Tanto que sou contra a pena de morte. Podem defender o direito à vida dos neonazistas. Agora, quem vai defender o mesmo direito de viver das minorias?

Para mim o direito à vida da outra pessoa termina no momento em que ela é uma ameaça a minha vida. Pior ainda se for ameaça a minha e de outras pessoas.

Violência é a melhor resposta? Sinceramente, não sei mais responder. Eu preferiria evitar violência. Mas infelizmente a violência é necessária, principalmente quando ela vem como resistência. As minorias precisam se armar, ter como se defender.

Sinto muito quem achar minha opinião radical. Mas entre jogar uma flor ou uma bomba, eu jogo aquilo que for preservar minha vida. Chega de pacifismo com essa gente! Isso é guerra! Não é questão de "escolher lados". Isso é questão de vida.



12 de ago. de 2017

O sucesso de Pabllo Vittar

Cada vez mais a cantora drag queen Pabllo Vittar conquista seu lugar na mídia nacional e também na internacional. Uma boa parcela da população, especialmente da comunidade LGBTQIAP+, está se sentindo representada e está apoiando a artista.

Não vou discutir aqui se a Pabllo tem mesmo talento ou não. Ela está fazendo sucesso, um sucesso que tende a crescer, então algum talento ela deve ter. Gosto dela, mas não sou fã suficiente para ser intitulado de vittarlover. No entanto, preciso falar sobre ela. E defendê-la.

Ninguém consegue agradar todo mundo. Pabllo esteve sendo criticada por sua voz, por ser superestimada, pelas letras de algumas músicas e por sua contribuição a longo prazo para a comunidade. Todas as pessoas são passíveis de críticas. Porém, o que estive vendo está me incomodando e vou explicar o motivo.

Vou comentar dois casos específicos sobre as (pseudo-)críticas contra ela:

Compararam ela com Freddy Mercury, geralmente exaltando-o como um homossexual melhor, mais talentoso e mais representativo. Bom, sem entrar no mérito se Freddy era de fato gay ou bissexual (o que era possível, bissexualidade sempre foi apagada), vamos aos seguintes fatos: são duas pessoas de tempos diferentes fazendo seus ativismos. Freddy contribuiu para a comunidade. Pabllo está contribuindo para a comunidade. Ninguém é mais ou menos aqui. Não é porque Freddy agiu de um jeito que todx artista LGBT deve seguir a mesma fórmula.

Compararam ela com figuras LGBTs nacionais, como Vera Verão, Nanny People e Rogéria. Antes de tudo, essas pessoas tiveram sim um papel importante na história da visibilidade LGBT nacional. Não vou negar. Agora, todas elas têm algo em comum: são personagens de entretenimento. Quando vi essa comparação, a única coisa que entendi foi "bons tempos quando LGBTs só apareciam na TV pra gente dar risada". Melhor ainda é ver a galera reacionária fazendo essa comparação (nem se importam com a comunidade!).

Tudo isso só tem um objetivo: desmerecer a Pabllo. Só. Mais nada. Duvido que essa mesma galera tenha imensa paixão e admiração por todas as personalidades citadas.

Agora, ninguém está dizendo que a Pabllo vai revolucionar o mundo apenas com músicas e clipes e acabar com as opressões sofridas pela comunidade. Não. Até porque uma pessoa só não faz uma revolução. Mas eu, como pessoa LGBT, estarei cobrando mais do ativismo dela.

E, além disso, a Pabllo ainda está inserida num sistema capitalista. Ela precisa tomar o mesmo cuidado que artistas que se dizem pró-LGBT (como Anitta), que é não cruzar o limite entre o ativismo verdadeiro e o lucro em cima da causa LGBT (o famoso pink money).

Talvez ela esteja sendo muito exaltada pelxs fãs. Talvez esteja sendo um pouco superestimada por seu talento. Agora, ter alguém como ela sendo reconhecida no mundo é positivo para a visibilidade e representatividade LGBT. Sem contar que ela também está representando o Brasil.

O clipe Sua Cara foi gravado no Marrocos, onde é crime por lei ser homossexual. Conseguem imaginar o que é um homossexual interpretando uma drag queen e uma artista pró-LGBT gravando um clipe num país desses? Isso não é um rompimento de barreiras?

Com tudo isso e vendo os ataques que Pabllo esteve sofrendo, só posso concluir uma coisa: o que incomoda de verdade é termos uma pessoa LGBT, nordestina e que rompe padrões tendo sucesso. Com certeza há gente que não gosta da voz e das letras. Mas o incômodo maior é a pessoa dela estar ganhando espaço num meio artístico ainda predominado por pessoas hétero-cis.

As críticas sobre Pabllo estar inserida no capitalismo e as cobranças do que ela pode fazer pela comunidade são válidas. Meu ponto principal foi a importância de ter uma drag fazendo sucesso, o que isso significa para a diversidade. Estarei acompanhando a Pabllo, torcendo por sua carreira e por sua contribuição para um mundo mais tolerante.



6 de ago. de 2017

Comentando uma notícia

Faz pouco tempo uma dupla de artistas negras e lésbicas fizeram declarações polêmicas. Elas não apenas apoiaram uma figura política reacionária (famosa por ser homofóbica e racista), como também declararam que gays devem mostrar afetividade em quatro paredes.

Bem, eu nem tenho muito que comentar. É tão surreal que a gente nem consegue encontrar palavras. Sem falar sobre o que pode tê-las motivado a prestar esse imenso desserviço à comunidade LGBTQIAP+, o que elas falaram não tem como ser levado a sério. Sem contar o quanto é hipócrita da parte delas considerando todo seu histórico.

Mas o que pode levar duas pessoas de classes minoritárias a apoiarem um reacionário que não esconde seu ódio das minorias? Talvez tenha sido o que a maioria diz: desespero por uns minutinhos de fama. Sim, existem artistas que se rebaixam a níveis subterrâneos por um pouco de atenção.

Agora, considerando que elas realmente apoiam o sujeito, o que posso dizer? Sinceramente não sei dizer como duas mulheres negras e lésbicas possam aderir a uma ideologia política que as oprime, que as segrega, que quer tirar/privar direitos básicos. No entanto, não é novidade que existem pessoas da comunidade que são conservadores e contra a esquerda/o progressismo.

Lavagem cerebral? O oprimido aceitando sua condição de oprimido? Medo de enfrentar os sistemas de opressão? Como o conservadorismo pode seduzir uma de suas vítimas? Síndrome de Estocolmo?

Acho que (e eu falo por mim também) a esquerda atual deva começar a rever o que ela pode estar fazendo de errado (não apenas com as minorias). Agora, o que fazemos com as duas? Ignoramos. Apenas isso. Não as ataquem de forma alguma. Deixem que vivam de acordo com as consequências de seus atos. A luta da comunidade LGBTQIAP+ continuará. Por elas, inclusive.



3 de ago. de 2017

Mudanças aqui e ali

Bem, o artigo de hoje não é nada de demais. Fiz algumas mudanças nesse humilde espaço. Troquei o fundo e coloquei esse novo cabeçalho super ultra mega extravagante hahaha. Na verdade era apenas um teste, no fim gostei e decidi deixar.

Pessoas, em meio a essas mudanças, peguei um momento para analisar toda minha trajetória. 

Primeiramente, fico besta em perceber que logo serão 3 anos de blog. Então estou há 3 anos escrevendo artigos todo mês, geralmente dois numa semana. Isso é muita coisa!!! 'o'

Segundamente, percebi o quanto cresci, o quanto fui melhorando no conteúdo. Preciso melhorar mais, não estou satisfeito. Mas posso me alegrar e dizer que consegui criar algo muito bom aqui.

Continuarei firme aqui, trazendo uma variedade de assunto sem perder foco nas militâncias e ativismos sociais. Tudo isso é parte de mim agora.

Sobre as mudanças, decidi agora adotar mais a sigla LGBTQIAP+ do que LGBT ou LGBT+ (a que eu estava me acostumando). Preciso expandir mais meus horizontes e abordar mais sobre toda a comunidade. Não que eu já não tenha falado sobre os grupos fora da sigla oficial (ainda é LGBT), mas agora mostrarei apoio maior.

Acham a sigla extensa? Sem problema, podem ler como LGBT. Ou melhor, posso até explicá-la. Mas mesmo LGBT+ não estava, a meu ver, representando todas as identidades que deveria representar. Claro que será uma mudança gradativa. Ainda me apresentarei pessoalmente como LGBT, para melhor compreensão das outras pessoas. Mas a mudança é necessária.

Outra coisa, os termos que costumo utilizar vão mudar. LGBTfobia é uma palavra que vou excluir, pois não inclui toda a comunidade (embora eu usasse sempre pensando em todxs). Os preconceitos, como homofobia, transfobia, etc serão substituídos por heteronormatividade, cisnormatividade etc, principalmente quando o contexto do artigo for mais político.

Sempre me identifiquei com as ideias de esquerda. Porém, no cenário atual e após muita reflexão, não estou mais querendo utilizar o "rótulo" de esquerdista. Agora me apresentarei como progressista, apoiarei medidas que acredito que visem o progresso social e político. Continuo sendo contrário ao lado conservador e reacionário.

Podem talvez parecer atitudes pouco relevantes, mas até mesmo pequenas mudanças são importantes para nos direcionar a maiores mudanças. E eu quero mudar um pouco como me expresso e como faço minha militância. Por hoje é só isso.

Beijos coloridos!