7 de abr. de 2018

Confissões

Eu tive vários amores. Dezenas deles. Talvez centenas.

Todos eles vivem e viveram na minha cabeça. Naquele mundo obscuro que ninguém pode entrar.

Alguns até toquei fisicamente. O resto ~a grande maioria~, não. Mas isso importa?

Eu desejei, eu sonhei, eu vibrei, eu pensei, eu imaginei, eu planejei.

Eu pedi pelas oportunidades de conhecê-los? Ou de que eles fossem "o certo".

Eu me toquei com vontade e paixão, tendo cada um na minha mente enquanto deitado na cama.

Eu gastei horas e horas da minha existência terrena com minhas inúmeras fantasias de sentimentos, aventuras, sexo e amor.

De corpo, eu estava só. De mente, eu estava acompanhado.

E foram vários. Como eu amei cada um deles! Minhas paixões impossíveis da adolescência, cada um que conheci por aí no mundo virtual, e os poucos que pude ver pessoalmente.

Eu fui até eles. Eu quis eles. Mas sempre houve barreiras que impediam os corpos de se unirem.

Gosto de pensar que eles, mesmo que por um ínfimo de segundo, me quiseram. Gosto de pensar que fui atraente pra alguma alma nesse mundo.

Posso muito bem estar errado...

E do que adianta ter sido atraente só por um segundo? Por um dia? Por uma semana.

Meus amores me deixaram. Uns ao longo do tempo, muitos em apenas um dia. Todos me deixaram com um adeus que não pude ouvir claramente, só sentir.

Eu amei, apesar da distância e da impossibilidade de nos encontrarmos. Eu amei, apesar de saber que a conversa duraria só um dia. Eu amei, apesar de que eu sei que o interesse logo iria acabar. Eu amei, mesmo sabendo que jamais seria recíproco.

Eu amei, apesar da linha traçada, a linha do "você é só curtição". Eu amei, apesar do vácuo. Eu amei, apesar do tempo nosso ter simplesmente acabado. Eu amei, apesar de nós percebermos que não queríamos o mesmo.

Eu amei o aqueles que são reais, aqueles que são fictícios, e aqueles impossíveis de existir.

Amei todos. E essa é minha desgraça...

Eu amei muito... É uma merda. Eu odeio. Eu odeio amar. Eu odeio um amor que nunca virá.

No fim, cá estou; sonhando com outros corpos além do meu. Mas sem ninguém. Sozinho. Eu, o quarto, a cama, e mais eu. Talvez... eu tenha nascido só pra isso mesmo.