1 de abr. de 2018

Não-binariedade: Linguagens

Quando se fala em linguagem na realidade não-binária, assim como na realidade trans binária, isso se refere a como a pessoa quer ser tratada. A linguagem é importante para refletir e reafirmar o gênero da pessoa, por isso a importância de ser respeitada.

As linguagens mais comuns e aceitas em praticamente todos os idiomas são definidas como masculina e feminina. Quando há ambiguidade ou validade para qualquer gênero, é neutra.

Como a língua portuguesa não deu possibilidade à neutralidade, as neolinguagens surgiram para romper com isso e propor uma maneira inclusiva de falar e escrever.

Podemos separar as linguagens em conjuntos compostos por: artigo, pronome, final de palavra. Essa concepção bem útil foi desenvolvida aqui. As linguagens normalizadas pelo nosso idioma são o/ele/o e a/ela/a. Aqui no blog adoto a linguagem e/elu/e.

Quem não estiver à vontade com uma ou ambas as linguagens normalizadas, pode criar sua própria linguagem. A única preocupação que devem ter em mente é a pronúncia, principalmente dos pronomes pessoais quando transformados em pronomes possessivos e demonstrativos.

Na Internet nacional ocorreu muito o uso de elx e el@. Mesmo quem estiver preocupade com a pronúncia desses pronomes pode utilizá-los em conversas escritas. Nada impede isso. Outros exemplos de neopronomes incluem elu, el, ile, ilo, etc.

As pessoas podem desenvolver seu conjunto como quiserem, incluindo fazer "misturas" ou aceitar uma linguagem que muda os três elementos constantemente. Por exemplo, conjuntos como a/éli/e ou -/ile/o pode existir. E também podem adotar quantos conjuntos quiserem.


É necessário também quebrar essa visão de que há linguagens para gêneros. Há pessoas n-b - não necessariamente de identidades masculinas/femininas - que desejam usar linguagens o/ele/o e/ou a/ela/a apenas porque se sentem à vontade. Assim como há pessoas binárias que são de um gênero, mas gostam da linguagem imposta ao outro gênero.

Embora a neolinguagem tenha sido criada pensando nas pessoas não-binárias, vale ressaltar que ela também é acessível às pessoas binárias. Afinal, linguagem é apenas linguagem.

Concluindo, usem a linguagem que quiserem e respeitem a des outres. Na dúvida, perguntem.