Qual é a linha que traça o limite entre uma relação consentida e uma relação abusiva? Entre o flerte e o assédio? Entre o sexo e o estupro? Quem traça essa linha? Como traça?
Aqui estou falando de crimes contra a liberdade sexual e contra o corpo e a moral de pessoas. Parece pesado, né? Mas infelizmente tais crimes ainda são muito naturalizados e relativizados. E como já abordei sobre isso em redes sociais, decidi escrever algo mais elaborado.
Não é preciso estudo científico para ver que o ser humano tem todo um conjunto de linguagens corporais e expressões faciais que demonstram suas emoções do momento. Por isso que não desculpo nenhum assédio feito pessoalmente. É evidente quando as pessoas estão incomodadas, desconfortáveis, com medo, repulsa, enfim.
Se a pessoa não consegue ler esses sinais, ela com certeza tem algum problema moral. E se ignora conscientemente os sinais, é gente da pior espécie.
As pessoas em geral têm uma ideia do que é um assédio. Como julgam isso? Pela reação de quem está recebendo o ato - seja um toque e/ou palavras. Porém, antes de olhares de terceiros, temos o olhar da própria pessoa.
Não importa qual seja o ato, ou se ele foi pedido ou não; se a pessoa aceita esse ato, ele foi consentido, logo, não fere a liberdade individual. Mas se a pessoa não o aceitar, sim, isso fere a liberdade individual. Simples, não? Sim, é simples assim.
E não importa o motivo que levou a pessoa a aceitar. Não importa se foi porque era parceire, amigue, colega; ou porque a pessoa era bonita; ou por algum interesse obscuro. É assim que funciona. Só nós mesmes decidimos quem feriu ou não a nossa liberdade.
Existem situações em que uma pessoa é invasiva. Ou seja, ela aborda a outra de uma maneira que é inconveniente, incômoda, enfim. Não dá para já apontar o dedo e acusar de assédio, porque muitas vezes as pessoas não percebem quando estão sendo invasivas. Então o que podemos fazer é alertar. Dizer o não. Ponto final.
Agora, se depois do não a outra parte persistir, sim, é um assédio declarado e com todas as letras. E como tal não deve ser relevado nem desculpado, tem que ser apontado e recriminado.
E não importa o motivo que levou a pessoa a aceitar. Não importa se foi porque era parceire, amigue, colega; ou porque a pessoa era bonita; ou por algum interesse obscuro. É assim que funciona. Só nós mesmes decidimos quem feriu ou não a nossa liberdade.
Existem situações em que uma pessoa é invasiva. Ou seja, ela aborda a outra de uma maneira que é inconveniente, incômoda, enfim. Não dá para já apontar o dedo e acusar de assédio, porque muitas vezes as pessoas não percebem quando estão sendo invasivas. Então o que podemos fazer é alertar. Dizer o não. Ponto final.
Agora, se depois do não a outra parte persistir, sim, é um assédio declarado e com todas as letras. E como tal não deve ser relevado nem desculpado, tem que ser apontado e recriminado.
Resumindo, quem decide o que foi o ato é a própria pessoa. Somente ela. E o dever de todes nós é nos policiarmos para não desrespeitar a outra parte. Temos que saber parar e aprender a entender o não mesmo quando é dito de outra forma. É uma pena que o sistema educacional falha em abordar essa questão como deve ser abordada.
Para reforçar, aqui está o vídeo de uma analogia bem didática: https://www.youtube.com/watch?v=D5l3ks5O_Hw.