8 de out. de 2018

Terminologias para relações

É comum chamarmos relações de hétero, gay ou lésbica. Basta ver um casal, identificar as pessoas como um homem e uma mulher, ou dois homens, ou duas mulheres, e pronto, o casal está devidamente classificado. 

Primeiro de tudo, uma relação em si não tem orientação, e sim as pessoas envolvidas nela. Segundo, usar esses três termos - que são atrações mono - é excludente com pessoas multi e até a-espectrais. E terceiro, os termos muitas vezes não contemplam pessoas não-binárias (embora algumas possam acessar e usem as identidades gay e lésbica).

Considerando tudo isso, foram cunhados termos mais inclusivos que dependem principal ou exclusivamente dos gêneros envolvidos.

Eu já comentei nesse artigo quatro desses termos, por isso vou apenas repassá-los aqui de forma muito resumida.

Aquileana: relação entre homens.

Sáfica: relação entre mulheres.

Diamórica: relação entre não-bináries e bináries ou apenas não-bináries.

Enebeana: relação entre não-bináries.

Dórica/Quadrisiana: relação entre ume não-binárie e um homem. Define a atração de ume não-binárie por um homem.

(Bandeira dórica)

Trízica/Orbisiana: relação entre ume não-binárie e uma mulher. Define a atração de ume não-binárie por uma mulher.

(Bandeira trízica)

Duárica: relação entre mulher e homem. O termo inclui héteros, mas foi pensado com foco nas pessoas binárias multi e a-espectrais que se relacionam com o outro gênero binário. Também descreve atração entre pessoas binárias, seja exclusiva ou não.

(Bandeira duárica)

Ultramórica: relação entre mulher e homem heterodissidentes. Ou seja, pessoas binárias que se atraem pelo outro gênero binário, mas sem serem (estritamente) hétero. Um casal duárico onde uma ou ambas as partes são heterodissidentes é ultramórico.

(Bandeira ultramórica)

*Obs: ainda não há termos específicos para relações envolvendo mais de duas pessoas binárias.

Lembrando que pessoas com a mesma orientação podem definir a relação com base nela. Ou seja, um casal de homens gays pode se dizer um casal gay, não obrigatoriamente casal aquileano.

Os termos estão aí para quem quiser. No entanto, insisto sobre começarmos a adotar essas linguagens mais inclusivas, pois são úteis e podem trazer mais união entre os segmentos.