16 de jan. de 2016

Confissões

Sinto-me inseguro quase sempre. Pode parecer bobagem para muitos, mas não é.

Precisamos de autoestima e confiança para nos aproximar de alguém que nos interessa.

Eu o avisto; às vezes está com um grupo ou parado em algum lugar - sentado numa cadeira ou encostado numa parede.

Normalmente as pessoas pensariam "vou lá". Aquelas abençoadas com autoestima e confiança!

Aquelas que têm menos se questionam:"vou ou não vou?"

Quando a resposta é "não vou", a razão é a mesma: medo de receber o não.

Será que sou bonito para ele? Será que sou interessante? Será que eu tenho o que ele procura? São tantas perguntas que jamais serão respondidas enquanto não aprendermos a ler a mente das pessoas.

Mas aqueles que têm ousadia em seus corações podem até pensar "vou lá!". E então logo em seguida recuam pela mesma razão.

Por que ele iria me querer? Por que devo tentar se é certeza que vou levar um não. Não sou como a maioria.

E por qual motivo tenho medo de receber um não, se na vida haverá tantos nãos?

Talvez o verdadeiro medo não seja receber a resposta negativa. Mas sim medo do sofrimento de receber mais uma resposta negativa.

Quem não se encaixa nos padrões atuais têm altas chances de receber o não. "Eu me encaixo nos padrões? Não."

Olha eles; bonitos, esbeltos ou malhados, estilosos, cheios de brilho, sociáveis, transmitindo espontaneidade e despertando desejo, não parecem ter receio, parecem ter tudo que querem.

"Eu não sou como eles", penso. "Talvez nunca serei."

Aquele complexo de inferioridade, típico de adolescente, fica me alfinetando dizendo-me que não mereço o que nunca serei. É assim que a vida funciona.

Volto para casa frustrado, deito a cabeça no travesseiro, me lamento por não ser o que o mundo atual quer que eu seja. E é provável que o ciclo se repita numa próxima noite.

Mais uma vez retorno do mesmo jeito que saí: inseguro.