7 de jul. de 2018

Copa

Pois é, hoje dedico um artigo para falar de uma coisa que não gosto e nem acompanho: a Copa.

Nunca falei disso e nem fiz questão porque além de não ser fã de futebol, quando criei o blog a Copa daquele ano já havia passado. Decidi comentar sobre essa. Não especificamente sobre a Copa, mas sobre discussões que me chamaram a atenção.

Talvez eu já tenha falado isso aqui, mas o povo brasileiro é muito movido a pão e circo mesmo, além de ser muito alienado e acomodado. A Copa faz parte do circo sim, não adianta tentar desmentir. É tão circo que não apenas libera muites trabalhadories do serviço como também faz o povo entrar num espírito festivo e patriota sem um real propósito.

Pessoas se reúnem em suas casas ou em bares (e nesse caso lotam a calçada e até a rua, o que incomoda muito), torcem pela nossa seleção e/ou outras, gritam, xingam, comemoram, ficam hipnotizadas nos jogos. Não vou negar que de certo modo é muito boa essa união do povo. Seria melhor ainda se ela fosse... constante.

Vou esclarecer uma coisa antes que me acusem: não gostar da Copa e não acompanhá-la não torna ninguém mais politizade, inteligente, crítique, nem menos alienade ou acomodade. Pessoas politizadas, inteligentes e críticas podem e têm todo direito de curtir essa época. Todes têm, na verdade. Assim como tem gente com a TV desligada falando muita besteira.

Porém quero propor aqui uma análise de toda essa festa e todo esse patriotismo aparente. As pessoas podem sim comemorar as vitórias nos jogos, afinal jogos são competições e elas são feitas pra isso. Mas o que exatamente estamos comemorando quando nossa seleção faz um gol ou ganha uma partida?

E o patriotismo... Bem, já adianto, não sou patriota e o conceito de patriotismo não me faz sentido algum. Mas nada impede alguém de amar seu próprio país. E agora pergunto: onde está o tal do amor pelo país nos outros dias do ano? Amam mesmo o país ou apenas a seleção?

O país está uma bosta sim e não estou acusando a Copa. Estou apenas questionando todo esse empenho que milhares de pessoas fazem por competições que não vão beneficiá-las em nada, mas esse empenho não aparece ou aparece muito pouco quando é algo para melhorar o país.

O maior problema aqui é toda essa atenção e importância dada à Copa, e quando ela acaba, bom, nada muda. O povo retorna a sua rotina opressiva e insatisfatória, continuam na zona de conforto frente a todos os absurdos que ocorrem quase todo dia, votam em figuras corruptas e incompetentes, e fica por isso mesmo. Cadê o patriotismo?

E só mais um esclarecimento antes que me acusem: não, não estou dizendo que essas milhares de pessoas deveriam estar nas ruas protestando. Deveriam não, poderiam, mas protestar na rua não é a única forma de se exigir melhoras e nem de se revoltar. Eu só pergunto onde está toda essa união, todo esse sentimento de confraternização nos outros dias do ano. Só.

Podem curtir a Copa à vontade. Mas não finjam amar a pátria e não percam o senso crítico. E não se esqueçam: a época de eleições está chegando.