Recentemente teve um caso que repercutiu nas redes sociais de um estagiário de uma empresa que fez postagens anti-feministas. Ele publicou duas fotos e nas legendas falou as merdas machistas típicas.
Essas fotos vazaram e em pouco tempo a empresa o demitiu, fazendo uma nota de esclarecimento.
Muita gente aplaudiu o ocorrido (eu, inclusive) e a história parecia ter tido um final feliz, quase uma fábula com uma lição de moral no final. Até eu considerei aquilo uma justiça. O problema é o que veio depois desse "final feliz".
Muita gente aplaudiu o ocorrido (eu, inclusive) e a história parecia ter tido um final feliz, quase uma fábula com uma lição de moral no final. Até eu considerei aquilo uma justiça. O problema é o que veio depois desse "final feliz".
O rapaz está numa nova empresa (que também já gerou polêmicas com feministas) e ganhou fama nas redes sociais por parte de seguidores de ideologias conservadora e fascista. Ops, o tiro saiu pela culatra...
Como explicar esse efeito?
Como explicar esse efeito?
Pode parecer uma excelente estratégia - e justiça - expor pessoas escrotas que estão estagiando ou trabalhando e causar sua demissão. Mas esse caso (e alguns outros) comprovou que isso não funciona como esperamos.
A Internet é vasta e nela há todo tipo de pessoa. As fotos chegaram tanto nos grupos de movimentos sociais quanto nas famosas oposições. E elas fizeram o que militantes e ativistas estão deixando de fazer: uniram-se.
Expusemos uma pessoa espalhando ódio na esperança de que o ódio fosse combatido. Ao invés disso demos voz ao ódio. Permitimos que outras pessoas se unissem ao rapaz para propagarem mais discriminação. Sim, fizemos propaganda para ele. A mesma propaganda que fazemos de outras figuras de ódio, como um certo deputado cujo nome nem pronunciarei.
E convenhamos, se fosse para cada pessoa preconceituosa perder o emprego, então milhares de pessoas deveriam estar na rua agora. Isso é realmente uma boa estratégia? Direito ao trabalho é um direito básico das pessoas. Pensem nisso.
Expusemos uma pessoa espalhando ódio na esperança de que o ódio fosse combatido. Ao invés disso demos voz ao ódio. Permitimos que outras pessoas se unissem ao rapaz para propagarem mais discriminação. Sim, fizemos propaganda para ele. A mesma propaganda que fazemos de outras figuras de ódio, como um certo deputado cujo nome nem pronunciarei.
E convenhamos, se fosse para cada pessoa preconceituosa perder o emprego, então milhares de pessoas deveriam estar na rua agora. Isso é realmente uma boa estratégia? Direito ao trabalho é um direito básico das pessoas. Pensem nisso.
Sim, está na hora de uma mudança na estratégia. Precisamos dar mais visibilidade a todxs que produzem conteúdo progressista e inclusivo, que problematizem e ensinem a desconstrução, que atuem de verdade nas militâncias e ativismos.
Se tiver as opções de compartilhar as palavras de uma pessoa preconceituosa ou um texto que fale sobre preconceito, compartilhem o texto. Mostrem esse tipo de conteúdo. Espalhem. Alguém com certeza lerá e poderá abrir a mente, melhorar.
Se tiver as opções de compartilhar as palavras de uma pessoa preconceituosa ou um texto que fale sobre preconceito, compartilhem o texto. Mostrem esse tipo de conteúdo. Espalhem. Alguém com certeza lerá e poderá abrir a mente, melhorar.
Militantes e ativistas precisam de visibilidade! E não ódio!
Esse caso me fez perceber que ignorar gente retrógrada é o melhor caminho; deixem elas vomitar ódio para o nada e lutem por um mundo com menos ódio.