19 de nov. de 2018

Resistência

AC: violência, política, eleições.



Falamos que seríamos resistência. Muites não entenderam, riram, caçoaram, ou acharam exagero. Quem se enquadra nisso, ou é pessoa privilegiada ou muito alienada. Quem faz parte das minorias sociais e está ciente da realidade sabe o que é essa resistência.

No momento em que o país elegeu um presidente que cresceu com base em polêmicas, discursos de ódio contra minorias e grandes mentiras como um "kit gay" em escolas, nos deparamos com a realidade que muites de nós não quisermos enxergar: nosso país continua violento e preconceituoso, minorias sociais são alvo do sistema, e os poucos direitos conquistados sempre estiveram ameaçados.

Nossa resistência é justamente contra isso. Contra os direitos que estão ameaçados. Contra possíveis retrocessos que estão sendo previstos todo dia com as atitudes contraditórias do novo presidente. Contra a violência intensificada contra as minorias que veio ocorrendo desde o primeiro turno das eleições.

Viver num governo que nos odeia e não está com a gente exige que sejamos resistência.
Existir numa sociedade que nos segrega e nos mata exige que sejamos resistência. 
Tivemos motivos de sobra para ter medo e respondemos a isso sendo resistência.
O cenário político-social atual nos mostrou a realidade e que precisamos ser resistência.

Somos e seremos resistência até o fim de nossas vidas. Não apenas nesses quatro anos. E nem mesmo se fosse eleita uma pessoa mais progressista. Sempre fomos alvos de discriminação e será preciso muita luta para derrubar os sistemas opressivos. O que vamos enfrentar agora é um período de crise, uma grande onda contra nós.

Por isso necessitamos tanto de união e politização. Por isso necessitamos mais do que nunca sair das bolhas, lutar como pode, nos movimentar, e dialogar com a sociedade. Isso tudo faz parte de nossa resistência. Não estamos colocando todo mundo que não é minoria como inimigo, mesmo que existam sim muites inimigues contra nós.

Em compensação elegemos muita gente progressista. Temos apoio de grupos internacionais. E, matematicamente, somos uma maioria que não quis eleger aquele sujeito. Nós podemos. Não estamos sozinhes e sem qualquer apoio além de nós mesmes. Não digo para relaxarmos. Apenas pra ressaltar que somos muites resistindo. Sigo sendo resistência.