29 de ago. de 2018

Lesbianidade e Identidade lésbica

Hoje, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, gostaria de homenagear esse segmento falando um pouco sobre a história geral da lesbianidade e da identidade lésbica.

A identidade pode ser um tanto recente. No entanto, a lesbianidade foi registrada em diversos momentos na história da humanidade.


Desde a Grécia Antiga já existiam relatos de relações amorosas entre mulheres, sendo os textos da poetisa Safo, da Ilha de Lesbos, os mais conhecidos. Só daqui podemos ver de onde surgiram as palavras lésbica e sáfica.

(Descrição de imagem: uma pintura de Safo e Erina, amiga de Safo e também poetisa)

Mesmo em Roma com toda sua suposta liberdade sexual a mulher foi recriminada, sendo limitada ao lar e à família biológica. Por isso vemos a necessidade de discutir sobre a mulher lésbica dentro dos dois aspectos: atração e gênero.

O conceito de lésbica foi desenvolvido apenas no século XX, para separar os comportamentos "homoafetivos" entre homens e entre mulheres. O sexo entre mulheres foi historicamente visto como tabu, chegando a ser desacreditado. No entanto, infelizmente, relações sáficas foram patologizadas, assim como as aquileanas, pela comunidade médica na época da Segunda Guerra.

Nas décadas de 1950-1960 surgiram as sub-culturas lésbicas femme e butch, que são, respectivamente, lésbicas de expressão feminina e de expressão masculina. Era comum femme e butch formarem pares, imitando casais héteros.

Embora esses termos sejam mais populares no meio lésbico, ressalto aqui que podem ser usados como expressão de gênero por outros segmentos.

(Bandeira butch)

Na década de 1970 formou-se uma identidade lésbica política por causa do movimento feminista radical da época. Isso gerou controvérsias, pois muitas lésbicas não queriam que a identidade fosse uma mera questão de escolha de comportamento sexual.

A comunidade lésbica se consolidou mais nesse mesmo período, até por ter ocorrido a devida separação entre as mulheres lésbicas e as mulheres bi/multi.


O machado labrys da bandeira, um símbolo matriarcal e de empoderamento feminino, pode ter sido escolhido por ser artefato da deusa grega Deméter, cujos rituais envolviam atos sáficos. A bandeira ainda é utilizada por lésbicas, em especial feministas.

E na década de 1990 surgiram as sub-culturas lipstick e chic, que acreditavam na feminilidade como instrumento de empoderamento.

(Bandeira lipstick)

A bandeira lésbica alternativa e mais comum agora é apenas a bandeira lipstick sem a marca de batom (a primeira bandeira do texto). Ela está disponível para todes que não se sintam à vontade com a bandeira labrys por algum motivo.

Atualmente muitas lésbicas estiveram numa busca por uma nova bandeira, uma que contemple todas as lésbicas sem distinção. Há algumas bandeiras criadas em comunidades virtuais anglófonas, porém, são muito desconhecidas.

Mesmo com os estereótipos internos e sociais, a comunidade lésbica seguiu seu rumo, lutando contra invisibilidade e discriminação de todos os lados, tendo seus direitos defendidos por coletivos ativistas e figuras femininas de alcance, como atrizes.

A identidade lésbica se estendeu também para as pessoas não-binárias, assim como a identidade gay. Pessoas lunarianas ou conectadas com a feminilidade, e que sentem atração exclusiva por mulheres ou também por outres lunarianes podem se dizer lésbicas.

Por fim, o mês de agosto é marcado pelo Orgulho Lésbico, que une todas as pessoas que se identificam como lésbicas, sejam mulheres cis ou trans, não-binárias, alo ou a-espectrais, de todas as etnias e corporalidades, e também aquelas que ainda não se assumiram.