22 de jun. de 2017

Parada LGBT 2017

"Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todas e todos por um Estado laico."

Essa foi a máxima do tema da Parada LGBT de 2017.


Optei por não ir nessa Parada. Mas tive a oportunidade de ter um contato maior com a APOGLBT, a organização da Parada LGBT no Brasil. Mês passado fui no Ciclo de Debates promovido pelo grupo e tive um conhecimento maior sobre como a Parada é organizada.

Esse ano o tema foi Estado Laico. O que é muito pertinente em relação ao nosso quadro político atual; a bancada evangélica no Congresso é uma constante ameaça aos direitos de minorias sociais e ao progresso do país.

A Parada LGBT é um evento cultural e uma manifestação político-social. A festa desse ano prometeu muita cor e muita música. Tivemos a presença de Anitta, Pabllo Vittar, Daniela Mercury e Leandra Leal. E foi prometido um número maior de participantes do que na Parada anterior. O clima também favoreceu o evento.

(Uma faixa com a primeira bandeira LGBT)

Certas marcas decidiram oferecer patrocínio, entre elas Doritos e Skol. Descobri que parte do dinheiro arrecadado na Parada foi revertido para instituições como a Casa 1, que acolhe LGBTs em situação de rua.

No entanto, ainda devo questionar toda empresa grande que decide mostrar apoio a causa LGBT e fazer discurso de inclusão. Colocar arco-íris em seus produtos e dizer umas palavras bonitas são atitudes até positivas para a causa. Mas essas mesmas empresas estão garantindo também empregabilidade de LGBTs, especialmente para transexuais, travestis, e todo grupo da periferia?

Não devemos deixar que usem a causa LGBT como um recurso para apenas conseguir dinheiro e criar uma boa imagem. Isso é desonesto. Patrocinar é algo fácil de fazer. O que a comunidade LGBT+ mais necessita de empresas grandes e ricas é de empregabilidade. Espero que as empresas que coloriram seus produtos esse ano tenham isso em mente.

Quero ressaltar que não importa quantas críticas eu faça, sempre apoiarei a existência da Parada LGBT. Ela é uma conquista da comunidade LGBT+ e como tal deve ser mantida. As falhas e a visibilidade mais G que LGBT+ que aponto antecedem a ela.

Por hoje a festa acabou, mas nossa luta não.