21 de jul. de 2016

Confissões

Eles desaparecem. Somem sem deixar rastro. Aconteceu algo? Morreram? Foi de propósito?

Você e ele se conhecem. Vocês conversam. O papo flui lindamente, vocês têm afinidade.

"Tudo vai dar certo", você pensa. Dizem para não criarmos expectativas, ainda mais nesses tempos modernos de relações líquidas, sentimentos artificiais e interesses efêmeros.

Como não criar expectativa quando tudo está caminhando bem? 
Como não criar expectativa sendo que o que desejamos no fundo é que o melhor aconteça?
Ninguém aqui quer ser pessimista!

Você acorda numa bela manhã. Pega o celular e abre o WhatsApp. A foto dele sumiu.

"Que estranho..."

Não demora muito até você perceber que ele te excluiu. Excluiu o número e também das redes sociais. Se desapareceu mesmo, deve ter te bloqueado nelas.

Seu mundo despenca. Você fica sem chão. Um fluxo de negação, tristeza, indignação e frustração te inunda por dentro, até transborda. "O que houve?" Você ainda fica um tempinho sem entender.

 "O que fiz de errado?"

Se é horrível com quem estava criando ainda um vínculo, imagine para quem estava num relacionamento?

Ok, as coisas já não estavam muito boas, o contato estava distante, houve uma ou duas brigas bobas... Mas porra, avisa! Diga: "Não quero mais nada". Nem que seja apenas isso!

Nem precisa ter um vínculo enfraquecido. Acontece até com quem estava bem! Estava tudo um paraíso e, na manhã seguinte, um inferno.

 "O que fiz de errado?"

Deram o nome de "ghosting" para isso.

Isso é cruel. Isso demonstra covardia e imaturidade. Isso é a manifestação do mau-caráter.

Sumir da vida de alguém sem mais nem menos, sem nem avisar, mesmo que não revele os motivos. Se bem que no mínimo deveria dizer os motivos. Ninguém aqui é vidente!

Me pergunto até hoje: quem faz isso sente remorso depois? Quem faz isso pensou, nem que por um instante, no dano que causaria?

O seu sumiço dói. 
Dói mais ainda quando fico nessa dúvida: "O que fiz de errado?"