Precisamos falar sobre HIV. Ou melhor, precisamos voltar a falar mais sobre HIV. O vírus ainda existe, há milhares de pessoas vivendo e convivendo com ele, temos epidemias e índices de infecção que necessitam de análises para assim formularmos medidas de prevenção e adesão ao tratamento. Muita coisa? Então vamos com calma.
Não quero que o artigo seja uma chatice com informações científicas e parecendo apenas uma cartela de posto de saúde. Mas devo antes passar uns conceitos básicos, visto que uma grande parte da população geral é muito alheia ao assunto.
Primeiramente, HIV e AIDS não são a mesma coisa. O HIV é o vírus. A AIDS é a doença causada pelo vírus quando não há tratamento adequado. Embora ainda haja muita infecção por HIV, cada vez mais o número de pessoas com AIDS tem diminuído. Isso se deve aos tratamentos modernos e à adesão a eles.
Pessoas vivendo com HIV são aquelas infectadas com o vírus. As pessoas convivendo são aquelas não infectadas e que têm relações (amorosas, familiares, fraternas, sociais etc) com pessoas HIV+. Em primeira instância, mesmo que haja suspeita de infecção, toda pessoa é alguém convivendo.
Muita gente, mesmo quem nasceu na década passada, ainda tem uma ideia antiquada de uma pessoa soropositiva. O estigma da década de 1980, quando sequer existia os tratamentos que temos hoje, ainda perdura.
O tema do HIV está pouco falado. E quando se fala, o maior erro que costumam cometer é dar mais ênfase à infecção do que às pessoas. Elas não são o vírus, nem um exame médico ou uma contagem de células de defesa!
Esse ano mesmo tive a maravilhosa oportunidade de entrar em contato com grupos e organizações cujo foco é o HIV e pessoas vivendo e convivendo. Há diversas entidades como UNAIDS Brasil, GIV (Grupo de Incentivo à Vida), Associação Civil Anima, Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, Pela Vidda, Fundação Poder Jovem, Conexão Positiva, entre outras. A causa HIV+ é um dos assuntos que estive devendo aqui no blog, e agora abordarei mais. Não apenas para enriquecer o conteúdo, mas também para que aqui seja um espaço incluso para as pessoas soropositivas.
Os medicamentos avançaram tanto que há pessoas que podem tomar apenas um e ter bem menos efeitos adversos. Foi comprovado que pessoas com uma carga viral (presença do vírus nas células) indetectável - ou seja, extremamente baixa - por seis meses não pode transmitir o vírus através de relações sexuais. É realmente gratificante perceber que o tratamento está se aprimorando e dando chance às pessoas soropositivas de terem uma vida saudável e plena assim como as soronegativas.
Isso não resolve o problema! Devemos nos atentar ao lado humano. Não somos apenas um corpo físico e saúde não é apenas bem-estar do organismo. A população soropositiva ainda lida com preconceito e discriminação (sorofobia) e conflitos internos com a aceitação, que é um fator importante na adesão ao tratamento e na vida individual e social. Lidar com esse lado humano tem sido uma prioridade também, assim como a tão sonhada cura do HIV.
O estigma, fundamentado na falta de conhecimento, faz com que pessoas soropositivas fiquem desconfortáveis em assumir a sorologia em público, que não mantenham relacionamentos pelo medo da rejeição, que tenham receio de serem julgadas e vistas como promíscuas e sem auto-cuidado, e entre outros efeitos nocivos que prejudicam a qualidade de vida. E a melhor arma contra estigmas é justamente o conhecimento.
E por isso elas precisam ser ouvidas, suas pautas precisam ser atendidas. O HIV precisa ser discutido constantemente, e não mencionado apenas em época de carnaval ou no mês de dezembro. A população geral necessita de campanhas de conscientização e acesso à informação. É um trabalho árduo, mas a iniciativa pode vir de todxs nós.
Sobre dezembro, o mês é conhecido como Dezembro Vermelho em referência ao laço vermelho, símbolo do combate ao HIV/AIDS e que representa solidariedade e comprometimento com a vida. O dia 1 de dezembro é o Dia Mundial de Combate a AIDS, feito para conscientizar sobre as pandemias do vírus e suas vítimas.
Isso não resolve o problema! Devemos nos atentar ao lado humano. Não somos apenas um corpo físico e saúde não é apenas bem-estar do organismo. A população soropositiva ainda lida com preconceito e discriminação (sorofobia) e conflitos internos com a aceitação, que é um fator importante na adesão ao tratamento e na vida individual e social. Lidar com esse lado humano tem sido uma prioridade também, assim como a tão sonhada cura do HIV.
O estigma, fundamentado na falta de conhecimento, faz com que pessoas soropositivas fiquem desconfortáveis em assumir a sorologia em público, que não mantenham relacionamentos pelo medo da rejeição, que tenham receio de serem julgadas e vistas como promíscuas e sem auto-cuidado, e entre outros efeitos nocivos que prejudicam a qualidade de vida. E a melhor arma contra estigmas é justamente o conhecimento.
E por isso elas precisam ser ouvidas, suas pautas precisam ser atendidas. O HIV precisa ser discutido constantemente, e não mencionado apenas em época de carnaval ou no mês de dezembro. A população geral necessita de campanhas de conscientização e acesso à informação. É um trabalho árduo, mas a iniciativa pode vir de todxs nós.
Sobre dezembro, o mês é conhecido como Dezembro Vermelho em referência ao laço vermelho, símbolo do combate ao HIV/AIDS e que representa solidariedade e comprometimento com a vida. O dia 1 de dezembro é o Dia Mundial de Combate a AIDS, feito para conscientizar sobre as pandemias do vírus e suas vítimas.
HIV não é de interesse exclusivo de pessoas soropositivas e nem da comunidade LGBTQIAP+. É uma questão de saúde. E a saúde é de interesse da humanidade. Precisamos conscientizá-la disso. Novamente, precisamos falar de HIV.
(O símbolo internacional criado em 1991)