Essa é uma discussão que já gerou muita polêmica entre as vertentes do feminismo. E nem é uma discussão tão importante assim. Entretanto, eu, como aliado do movimento, sinto a necessidade de falar sobre isso.
Quando o feminismo começou a ganhar mais e mais destaque na mídia e nas redes sociais (algo que deve ter atingido o auge nessa década), as feministas receberam o apoio de homens, homens que demonstravam empatia pela mulher e boas intenções. Eles decidiram então fazer sua contribuição (que na verdade não é nada mais que a obrigação deles) e apoiaram apaixonadamente as feministas.
Esses apoiadores digníssimos e despretensiosos passaram a se chamar de feministas, assim como as próprias ativistas. Todos os meios, principalmente as redes sociais, mostravam homens orgulhosos em levantar a bandeira a favor do feminismo e que adoravam exibir o título de feminista.
As feministas de vertentes consideradas como "mais radicais" não aceitaram isso e se manifestaram contra o homem se dizer feminista. Elas preferem o título de 'pró-feminismo'. Algumas outras até falam em 'machista em desconstrução'.
Muitos homens choraram por causa disso. Um deles fui eu, inclusive (risos). Ainda há aqui no blog um artigo sobre o assunto, e eu me recusei a abrir mão do título de feminista. Bem, isso faz mais de um ano, e a gente muda com o tempo.
Embora haja vertentes que aceitem o homem se intitular feminista (mesmo não sendo protagonista), atualmente creio que o termo correto é pró-feminismo. Vou explicar o por quê:
Mesmo não roubando o protagonismo, o título de feminista expressa que a pessoa é uma ativista da ideologia do movimento, e apenas quem o protagoniza pode ser ativista em seu sentido pleno. Até porque são as mulheres que são vítimas do machismo, e com isso veio a necessidade de criar o movimento!
As mulheres defendem as ideias, se expressam, criam suas pautas e passam adiante informações de diversas maneiras. O homem aliado, aquele verdadeiramente aliado, repassa o que aprende com as ativistas e aplica os ensinamentos em sua vida.
No fim, o homem não contribui de forma direta para o feminismo. Ele apenas aprende. Como ele pode ser ativista se apenas repassa o que aprende? Além de que o homem não vivencia toda a opressão do machismo igual à mulher. Logo ele nunca será apto a falar contra essa opressão na mesma dimensão que as próprias mulheres.
"Mas e quanto a esses grupos de homens que também enfrentam o patriarcado e as partes do machismo que os oprimem?"
Ora, são grupos anti-patriarcado. Simples. Se eles estão incomodados com certas opressões do próprio machismo (como o padrão de gênero) e questionam seus privilégios e o sistema, são muito bem-vindos para se organizarem e agirem (não deixam de ser aliados do feminismo).
Por isso, aliados, vamos abrir mão de um título que nem é nosso. Chega de brigas por títulos, afinal nem monarcas nós somos hahaha. Passou da hora de ouvirmos mais as feministas. Não fiquem querendo se mostrar, e sejam realmente aliados. Sejam pró-feminismo.