Essa é uma dúvida que me apareceu uma ou outra vez quando o assunto era o "guarda-chuva bi" ou a definição mais ampla e inclusiva (atração por dois ou mais gêneros).
Teoricamente, eu poderia me dizer bi enquanto uma pessoa atraída por muitos gêneros. Porém, nossa escolha de identidade também leva em conta nossa afinidade com determinada comunidade.
Eu adoro a comunidade bi! Espaços bi sempre foram inclusivos e receptivos comigo quando eu estava questionando meu gênero e, posteriormente, minha sexualidade. E eu amo esses espaços pela diversidade que sempre vi neles: pessoas bi e de outras orientações multi, pessoas a-espectrais, e pessoas não-binárias (e não acho coincidência serem sempre os grupos mais invisibilizados).
Mesmo assim, quando frequento espaços bi, ou quando consumo conteúdos bi num geral, eu percebo uma enorme diferença nas vivências entre mim e as pessoas bi. Percebo que muitas delas já se entendiam desde sempre como atraídas ou interessadas, até então, por "meninos e meninas". E, consequentemente, isso as colocou como alvos de situações bem específicas.
Essas vivências acabam aparecendo tanto em pessoas bi atraídas apenas por homens e mulheres, por gêneros binários e não-binários, e por todos os gêneros. E embora eu saiba da existência de pessoas bi atraídas por um gênero binário e pessoas não-binárias, até hoje por aqui no Brasil não encontrei alguma assim nos espaços que frequentei - e esse seria o grupo mais próximo de mim.
Logo, me sinto alienade diante da identidade bi quando não encontro semelhanças ou pontos em comuns com as vivências da grande maioria das pessoas bi. Minha descoberta foi bem mais tarde, e desde criança me entendia como (cis) gay. Não me sinto protagonista num espaço bi, apenas ume parceire multi - embora na mesma luta contra o monossexismo.
Isso não me impede de me juntar politicamente ao segmento bi quando necessário; por exemplo, no caso das políticas públicas que reconhecem apenas os segmentos LGBT. Nesses momentos percebemos o quanto estamos juntes, porque o que bi não tem, as outras orientações multi também não têm.
Também acredito que seria estranho me declarar bi em público. Embora eu defenda fervorosamente a definição inclusiva, sei que ainda existe uma ideia equivocada no imaginário coletivo de que bi é uma pessoa atraída só pelos gêneros binários. E eu gostaria de evitar essa possível impressão.
Tudo isso me direcionou para a única identidade multi "popular" ao lado de bi e pan, que desde já passa uma impressão de atração além de homem e mulher, com uma comunidade pequena aqui no Brasil, e onde é mais provável de achar pessoas com vivências parecidas com as minhas. E essa identidade foi justamente a polissexual.
Acho que é isso que tenho a dizer do assunto. Esse pode ser um exemplo de possíveis critérios para as pessoas escolherem determinada identidade e comunidade.
Mesmo assim, quando frequento espaços bi, ou quando consumo conteúdos bi num geral, eu percebo uma enorme diferença nas vivências entre mim e as pessoas bi. Percebo que muitas delas já se entendiam desde sempre como atraídas ou interessadas, até então, por "meninos e meninas". E, consequentemente, isso as colocou como alvos de situações bem específicas.
Essas vivências acabam aparecendo tanto em pessoas bi atraídas apenas por homens e mulheres, por gêneros binários e não-binários, e por todos os gêneros. E embora eu saiba da existência de pessoas bi atraídas por um gênero binário e pessoas não-binárias, até hoje por aqui no Brasil não encontrei alguma assim nos espaços que frequentei - e esse seria o grupo mais próximo de mim.
Logo, me sinto alienade diante da identidade bi quando não encontro semelhanças ou pontos em comuns com as vivências da grande maioria das pessoas bi. Minha descoberta foi bem mais tarde, e desde criança me entendia como (cis) gay. Não me sinto protagonista num espaço bi, apenas ume parceire multi - embora na mesma luta contra o monossexismo.
Isso não me impede de me juntar politicamente ao segmento bi quando necessário; por exemplo, no caso das políticas públicas que reconhecem apenas os segmentos LGBT. Nesses momentos percebemos o quanto estamos juntes, porque o que bi não tem, as outras orientações multi também não têm.
Também acredito que seria estranho me declarar bi em público. Embora eu defenda fervorosamente a definição inclusiva, sei que ainda existe uma ideia equivocada no imaginário coletivo de que bi é uma pessoa atraída só pelos gêneros binários. E eu gostaria de evitar essa possível impressão.
Tudo isso me direcionou para a única identidade multi "popular" ao lado de bi e pan, que desde já passa uma impressão de atração além de homem e mulher, com uma comunidade pequena aqui no Brasil, e onde é mais provável de achar pessoas com vivências parecidas com as minhas. E essa identidade foi justamente a polissexual.
Acho que é isso que tenho a dizer do assunto. Esse pode ser um exemplo de possíveis critérios para as pessoas escolherem determinada identidade e comunidade.