31 de out. de 2015

Enem 2015

Recentemente aconteceu no Brasil o famoso Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o programa do Ministério da Educação para avaliar o conhecimento dxs estudantes que terminaram o ensino médio. E faz parte dessa prova fazer uma redação. Todo ano o Enem exige um tema.

Pois bem. Para a alegria de muitas pessoas dos movimentos sociais e da esquerda política, a prova deste ano apresentou feminismo numa questão e pediu como tema da redação "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".

Será que causou revolta naquela linda e maravilhosa parcela da população chamada direita ou reacionária? Claro que sim! Como não?

No primeiro dia de prova, uma questão de ciências humanas apresentava um trecho sobre uma feminista chamada Simone de Beauvoir e perguntava sobre sua contribuição para a formação do feminismo.

E no segundo dia tivemos nossa querida redação.

Não é novidade que a bendita parcela é contra o movimento feminista por causa de suas pautas sobre igualdade de gênero e empoderamento da mulher. Essa mesma parcela, a grande maioria composta por homens (pra variar, né?), prefere que a mulher continue desigual ao homem. Não apenas desigual; que continue sendo capacho, serva, brinquedo na mão da classe homem. Isso deve ser parte de um complexo de superioridade que o patriarcado constrói nesses homens.

O mais chocante dessa situação é perceber que abordar a violência contra a mulher também gera revolta, como se ofendesse alguém ou estivesse destruindo algo de bom. Por que esse assunto incomoda tanto? Será que o pessoal da direita gosta de bater em mulher ou ver mulher apanhando?

A violência está aí; nos jornais, na TV, na mídia em geral, na Internet, em tudo! É uma realidade. E não, não me venha dizendo "ah, homem também sofre violência". Eu sei que sofre, mas homem nenhum sofre uma determinada violência por causa de seu gênero. A mulher, sim!

E para piorar esse show de escrotidão, a direita associa esse tema com a esquerda, falando o mesmo besteirol de sempre sobre "doutrinação marxista" e "feminazismo" (um termo reacionário pra depreciar o feminismo). Lutar e expressar-se contra a violência agora é exclusividade da esquerda? Isso deveria estar acima de posições políticas, isso é uma questão humanitária! Nenhum tipo de violência contra qualquer classe de pessoa deve ser tolerado! 

E mais uma vez a direita atual do Brasil mostra sua verdadeira face: um grupo que não sabe o que é empatia e respeito e não deseja paz e tolerância no mundo. Ela provou novamente que é contrária a humanidade das pessoas.

Parabéns ao Enem por ter feito 7 milhões de pessoas pensarem a respeito desse tema!

Serviu também para mostrar o quanto a direita atual do Brasil está contra a mulher. Apenas espero que as mulheres que se dizem de direita percebam isso; a direita definitivamente não é amiga delas.



28 de out. de 2015

Pensamento do dia

O que seria uma rede social?

"Uma rede que serve para socialização."

Talvez. 
Talvez inicialmente as redes sociais tenham sido feitas para esse propósito.

Claro que elas servem para facilitar a comunicação e a transmissão de notícias e acontecimentos pelo mundo todo. Que maravilhoso poder manter contato com pessoas em qualquer lugar do mundo!

As redes sociais devem mesmo ter sido feitas com boas intenções.
Mas será que as pessoas ainda têm essas boas intenções?

Facebook, Twitter, Tumblr, Instagram são alguns exemplos bem famosos atualmente. De longe são os mais utilizados, especialmente pela juventude.

As pessoas estão usando todas essas redes para se socializarem? Ou apenas para exibirem seu ego das mais diversas formas?

No Facebook temos pseudo-intelectuais, postagens inúteis, e gente vociferando seus preconceitos descaradamente.
No Twitter temos gente que parece animal no cio. Ou gente que posta todo tipo de inutilidade. Pelo menos é o único lugar onde as pessoas podem falar sozinhas sem parecerem doidas.
No Tumblr tem mais putaria do que tudo (não que seja algo ruim...).
E no Instagram só as pessoas bonitas e populares ganham muita atenção. É incrível como algumas pessoas têm paciência de postar todo tipo de foto todos os dias...

Tudo bem! Eu sei que rede social não tem muitas regras e você é livre para postar o que quiser. Mas será que nos esquecemos do verdadeiro propósito dessas redes?

A existência dessas redes deveria servir para aproximar pessoas. Estamos mesmo nos aproximando?



24 de out. de 2015

Como não paquerar alguém

Todo mundo sempre curte aquela pessoa ("crush"), e vemos nas redes sociais diversas dicas de como se aproximar. Hoje, vamos falar de como não se aproximar, isto é, o que não dizer ou fazer.



1- Dizer que a pessoa é seu crush.

2- Admitir que foi stalker da pessoa. Não pode dizer que achou a pessoa no Facebook, que sabe o nome completo dela, endereço, CPF, tipo sanguíneo, que sabe onde ela esteve semana passada... enfim, isso é medonho.

3- Ficar olhando a pessoa com cara de psicopata. A psicologia afirma que se alguém te encarar por muito tempo, ou a pessoa quer te matar ou quer fazer sexo com você. Não solte aquele olhar que faz parecer a primeira opção.

4- Chegar na pessoa já fazendo perguntas íntimas. Vocês precisam de uma intimidade antes, e ela não é construída logo depois do "oi, tudo bem?".

5- Não dizer coisas bizarras, como:

"Você é tão perfeitx! Quero te empalhar e te colocar na cabeceira da minha cama."

"Você é tão lindx que tenho vontade de te matar e te colocar num tanque de vidro cheio de formol, assim posso te admirar sempre."

"Você é tão fofx que... que... eu preciso te destruir!"

6- E principalmente, não exalte demais a pessoa. Isso abre porta para a mesma te pisar, te humilhar, te fazer de trouxa, e te usar e descartar como uma camisinha barata.



Espero que seja de alguma ajuda.

21 de out. de 2015

Comentando uma notícia

O mundo vibrou quando foi anunciado o filme Star Wars: Episódio VII. A franquia de Star Wars é adorada e aclamada desde a década de 70. As histórias desse universo contam com personalidades fortes de todos os gêneros e etnias, além de passar muitas mensagens de tolerância e união.

Infelizmente, e como em muitas franquias, existe uma parcela dos fãs que realmente não compreendeu as mensagens dos filmes...

O novo título gerou uma polêmica recentemente nas redes sociais. A bendita parcela que citei que promovendo um boicote ao novo filme de Star Wars por ter como protagonistas um negro e uma mulher.

Sim, amigxs, exatamente isso... O motivo é apenas isso.

Racismo e machismo em pleno século XXI não é novidade, principalmente em países retrógrados como o Brasil. Mas ainda é uma realidade em todo o mundo, e se manifesta até mesmo em relação a uma franquia de filmes.

A campanha afirma que o filme está promovendo "marxismo cultural" e "genocídio branco". O movimento foi impulsionado principalmente por racistas.

Caramba, esses termos me lembram os reaças daqui do Brasil. Teve um momento que me perguntei se não foi um brasileiro que começou essa campanha ridícula.

Há boatos de que a campanha é na verdade uma "trollagem". Independentemente de ser ou não algo sério, ela expressa descaradamente o que há de pior nas pessoas. Trolls e quem faz piada com minorias sempre utiliza a zoeira e a comédia para exteriorizar seus preconceitos internos.

Os criadores da série devem estar envergonhados por terem fãs que menosprezam um personagem por causa de sua cor de pele ou sexo/gênero. Esse pessoal teme o quê? O que um negro e uma mulher ameaça essa gente? Talvez algumas consultas num psiquiatra possam responder isso.

Ainda bem que essa campanha não irá para frente. Felizmente existe uma oposição forte contra pessoas com uma mentalidade tão ridícula. Espero que esse pessoal consiga algum dia compreender o que a franquia está tentando ensinar de bom.

O filme terá sua primeira estreia dia 17 de dezembro. Aguardemos pacientemente.



17 de out. de 2015

Livro: Will Grayson, Will Grayson


Esse deve ter sido o primeiro livro com temática LGBT que li. Escrito por John Green and David Levithan e publicado em 2010, foi reconhecido na categoria LGBT como um best-seller, e permaneceu assim por três semanas após o lançamento.

A trama gira em torno de dois garotos chamados Will Grayson, um é hétero e outro é gay. Outro foco da trama é o personagem Tiny Cooper, o amigo gay do Will hétero e uma figura chamativa na escola deles, tanto por sua extravagância quanto seu tamanho (ele é grande, daí a piada no nome Tiny -pequeno-). Outras duas personagens secundárias são Jane Turner (amiga e interesse amoroso do Will hétero) e Maura (uma menina que tem uma queda pelo Will gay). A história tem um tom de comédia (mais da parte do Will hétero) e a narração do Will gay retrata os medos de um homossexual ainda no armário. O personagem Tiny também critica a homofobia e quebra padrões.

Um fato interessante é que as histórias de cada Will foram escritas por cada autor; John escreveu os capítulos de número ímpar (do Will hétero), enquanto David escreveu os de número par (do Will gay). As perspectivas dos dois personagens se diferem mais pela personalidade deles do que por suas orientações sexuais. As histórias dos Wills são atrativas, embora a história do Will gay tenha um aspecto mais depressivo. Enfim, o livro é um exemplo de uma boa literatura LGBT, e alcança tanto adolescentes quanto adultos.



12 de out. de 2015

Número 100 - 1 ano

Centésimo artigo em um ano! 


No dia 12 de outubro do ano passado nasceu meu pseudônimo, Betsu-no-Shounen (ou "Um Garoto Alternativo", para quem não curtiu a versão em japonês). E no mesmo dia, minha identidade alternativa expandiu seu mundo na forma de um simples blog.

Devo admitir que eu não esperava tantas visualizações em geral, mesmo em um ano. É um blog pequeno, sem muita repercussão, mas fiquei muito feliz por ter conseguido dividir meu mundo com pelo menos mais de três mil pessoas.

Foi engraçado quando percebi que eu podia lançar meu centésimo artigo justamente nesse dia. Para poder fazer isso, fiquei uma semana sem postar nada.

Nesse período de um ano, escrevi cada artigo com prazer. Muitos precisei pesquisar para assim passar informações verdadeiras ou coerentes a todxs. Não tenho o objetivo de alienar ou desinformar, quero que as pessoas sejam informadas e tenham senso crítico.

Cresci nesse período, como pessoa, como ativista LGBT e como alguém que luta contra o preconceito (pode me chamar de revolucionário, ou talvez progressista XD).

Farei meu melhor para escrever mais e mais artigos interessantes. Se necessário, farei mudanças aqui. E estarei sempre em busca de conteúdo para vocês.

Quero agradecer de coração à todas as pessoas que acessaram esse humilde e estranho espaço virtual.

Agradeço a quem me acompanha com frequência.
Agradeço a quem me visitou pelo menos uma vez.
Agradeço a quem gostou, não gostou, ou ainda não formou opinião.


Beijos na alma de vocês 



3 de out. de 2015

Meu querido "A"

Falei sem muitos detalhes sobre meu primeiro beijo e com quem foi. Decidi fazer um simples poema sobre minha experiência com "A".
Para quem não entendeu, "A" é o homem que tirou minha virgindade bucal.



Meu querido "A", eu não esperava que nossa conversa naquele maldito aplicativo fosse rolar.
"Você gosta de batata?", foi a pergunta maluca que te fiz para apenas te zoar.
Conversar com outro ativista LGBT, alguém tão crítico e informado quase me fez pular.
Conhecer um garoto russo excêntrico e bonitinho que nem tu quase tirou meu ar.

Meu querido "A", tu não imagina o quão rápido meu coração batia naquela tarde.
Lá estava eu, bonito e arrumado, esperando você naquela estação de metrô cheia de gente.
Fiquei animado quando te vi chegando, calmo e espontâneo, sem alarde.
Sua companhia, mesmo tu sendo um desconhecido, bagunçou toda minha mente.

Meu querido "A", eu desejava que meu primeiro beijo fosse num lugar bonito.
O melhor lugar e mais próximo que havia era o Parque da Água Branca.
Encostar meus lábios nos seus lábios foi mágico e me tornou mais desinibido.
Meu tesão naquele dia fez eu te agarrar e quase te chupar na minha cama.

Meu querido "A", os dois dias seguintes foram inusitados e me deixaram otimista.
Você me mostrou a cidade de São Paulo como ninguém jamais havia feito.
Até parecia que você era meu guia e eu era o turista.
Caminhei e te segui para todo lugar, nunca um acompanhante me deixou tão satisfeito.

Meu querido "A", reencontrá-lo depois de algumas semanas foi ótimo.
Pena que tu queria se livrar de mim e encontrar um ex-namorado.
Seu descaso com minha pessoa me deixou com muito ciúme e ódio.
E no fim tu é apenas mais um perdido nesse mundo depravado.

Meu querido "A", após dias remoendo esse rancor, percebi que não valia a pena.
Estou sim arrependido de ter desperdiçado meu primeiro beijo com você.
Não quero sentir raiva de tu e nem de mim por viver uma paixão pequena.
Fui um adolescente típico e impulsivo, e não preciso justificar o porquê.



Meu querido "A", escrevi esse texto para retirá-lo definitivamente de dentro do meu ser.

Siga sua vida e eu segurei a minha.

Paz ✌