2 de dez. de 2015

Meu primeiro encontro

Muitas pessoas devem estar pensando "finalmente aconteceu!"; outras, provavelmente, "uau, nem acredito!". Pois bem, finalizo o ano de 2015 contando essa experiência.

Logo após uma (outra) decepção amorosa, na mesma semana, numa calorosa tarde de sábado, puxei conversa com um garoto que eu conhecia só por nome. Como ele chamou minha atenção, senti-me corajoso para chegar nele. Podia dar certo, podia dar errado (de novo)... mas algo dentro de mim disse: vai!

Imaginei que era novamente minha consciência me mandando para mais uma decepção desse ano. Porém, milagrosamente, o que aconteceu foi totalmente o oposto.

Eu e ele conversamos, tudo fluiu harmonicamente, senti que estávamos numa boa sintonia, e eu, louco como sou, simplesmente o chamei para sair. E ele, sem pensar muito, aceitou. Fiquei verdadeiramente surpreso! Ele simplesmente aceitou! Não houve questionamento, desculpas, ou uma pausa para pensar. Ele disse... "sim"! Foi o melhor "sim" que tive esse ano.

Mantivemos contato até a quinta-feira. Combinamos certinho o local e o horário de nos encontrarmos. Ele demorou um tempo. Durante a espera, por um instante, pensei no pior: que eu havia levado um bolo! E como de costume iniciei meus draminhas mexicanos na cabeça "oh, será que cometi um erro???", "ah, por que os homens são tão cruéis comigo?", "há, foi bom me iludir, foi bom pensar que alguém se interessaria por mim".

E então ele apareceu e tudo voltou ao seu estado perfeito e radiante. Quase dei pulos de alegria. Só não fiz isso porque as pessoas na rua me olhariam e ele teria vontade de sair correndo hahaha.

Fomos no cinema do Shopping Frei Caneca. Tivemos conversas legais no caminho e na espera para o filme. Tive receio de me abrir e de falar de coisas ruins, como a decepção da semana passada. Mas no fim falei de tudo. Ele me retribuiu da mesma forma. E, como eu esperava (vindo de uma pessoa madura), ele me aconselhou sobre meus erros.

De fato, talvez meu lado infantil fosse uma das causas dos homens nunca me levarem a sério e me tratarem como lixo. E criar expectativas também não me ajudava muito. Decidi que daquele momento em diante eu procuraria mudar.

O filme começou. Estávamos lá no escurinho do fundo do cinema. Eu nem acreditava. Estava um tanto nervoso (desde que ele chegou), mas eu aguardava alguma ação, fosse da minha ou da parte dele. Até que num belo momento ele me beijou. De maneira dominante até, porque nem consegui mover direito a boca. E a língua dele entrou com tudo hahaha.

Assistimos ao filme, e de momentos em momentos beijávamos e trocávamos algumas carícias. Estar com uma pessoa, estar com aquela pessoa, começou me causar mudanças. Notei que comecei a mudar minha forma de enxergar e sentir o mundo. E embora transbordasse de felicidade e de estar me sentindo realizado, fiquei intrigado por eu não estar apaixonado.

Quando fiz uma autoanálise, percebi que eu não estava ardendo de paixão, ficando tonto, e vivendo nas nuvens. Por um instante fiquei com medo de ter me tornado oficialmente insensível. Mas depois tudo ficou claro: eu estava vivendo a realidade! Talvez eu já estivesse amadurecendo. Aquilo é viver um sentimento real; gostar da pessoa, querer conhecê-la, e depois a paixão viria. O contrário é a fantasia em que eu estava preso até aquele dia.

Após o filme, andamos de mãos dadas na rua. "Devo ter enlouquecido", pensei. Mas logo em seguida liguei o foda-se e aproveitei o momento. Eu não queria me despedir dele, mas não foi algo difícil. Na verdade eu ansiava pela minha cama. Ele me ensinou coisas naquele dia, e me estimulou a ser mais ousado, a me mostrar mais para o mundo. Por mais que eu me declare um ativista, ele me fez reparar que, na prática, ainda vivo muito no armário.

Sinceramente, não esperava que eu terminasse o ano de 2015 tendo meu primeiro encontro. Pensei que ficaria para o ano que vem, ou depois... (talvez nunca)

O que valeu aqui não foram apenas os beijos, afeto, a presença dele, etc. Aprender e experimentar as maravilhas da espontaneidade também foram pontos importantes. E, claro, interagir com outra pessoa, dividir meu mundo e meu ser com ela, e deixá-la fazer o mesmo. Dei um passo grande como pessoa, e não posso negar que sinto gratidão. Gratidão a quem? Ao Universo e a mim mesmo, talvez à vida em si. Desde esse dia passei a acreditar que as coisas vêm na hora certa.

Não importa se no fim vai rolar ou não um namoro entre nós. Ao contrário do meu primeiro beijo, posso afirmar que meu primeiro encontro foi um acontecimento especial, e não me arrependerei dele. Dessa vez eu agi com consciência e sem perder minha essência.

Beijos nas almas de todxs