2 de abr. de 2017

Educação sexual

Outro tema que gera polêmica entre famílias é se deve ou não incluir educação sexual nas escolas. Sim, nós aprendemos sobre anatomia e reprodução humanas antes da puberdade. Mas o que falta para as instituições é explorar a dimensão psicológica e social do sexo, não apenas o biológico.

Nessa nossa era da informação (ou deveria ser) crianças e adolescentes são constantemente expostos a temas como esse. Muito se fala sobre sexo, tesão e prazer. Mas pouco se fala sobre uma vida sexual saudável e controlada. E prevenção deveria ser abordada com mais insistência, e estar acessível a todas as camadas sociais.

Com que idade deve-se abordar sobre sexualidade na escola? Bem, acredito que um pouco antes da puberdade é aceitável; entre 11 a 13 anos. Alguns países fazem isso. Porém, falar de sexualidade dentro de casa não tem uma idade específica. Às vezes a criança vê e pergunta. Normal. E por que não responder com sinceridade que aquilo é algo que "adultos fazem"?

Nenhuma criança ficará traumatizada por descobrir como ela foi gerada. Aliás, a geração infanto-juvenil atual vê coisas muito piores na televisão e na Internet. É inevitável. O que não for falado em casa e/ou na escola será aprendido na Internet ou por aí fora de casa.

Crianças precisam aprender que existe sexualidade. Até porque elas mesmas têm sua própria sexualidade, mesmo que ainda não aflorada. E adolescentes precisam aprender que sexo não é brinquedo. Deve-se haver proteção e controle para evitar doenças (algumas incuráveis), distúrbios e gravidezes indesejáveis.

Se continuarmos tornando a sexualidade algo pecaminoso, feio ou proibido, a repressão sexual só aumentará, o que só serve para estimular os índices de disfunções e transtornos sexuais em jovens e pessoas adultas e idosas. É uma questão de saúde ao longo da vida!

E não apenas falar de sexo e prevenção, mas também precisamos abordar a diversidade sexual. Do que adianta promovermos uma educação melhor e falar sobre a heterossexualidade se deixarmos jovens homossexuais, bissexuais, pansexuais e assexuais na inexistência, sem referências ou respostas?

A mesma educação que fala de sexo reprodutivo pode também falar sobre sexo não reprodutivo. Todas as formas de relações sexuais devem ser explicadas e normalizadas para adolescentes terem vidas sexuais conscientes e plenas.

Fazer tabu sobre a sexualidade é manter a ignorância. Educar não é incentivar, e sim informar! Não educar é o que realmente incentiva jovens a matarem suas curiosidades de forma descuidada e prejudicial. Informação é a salvação dessa geração.