9 de set. de 2017

Pink money

Alguma vez você leu ou ouviu o termo "pink money" (lit. dinheiro rosa)?

Esse termo representa, falando de maneira bem resumida e crua, todo lucro gerado utilizando-se de alguma forma a comunidade LGBTQIAP+.

Inicialmente pesquisas apontavam que o público gay gastava mais que o público hétero-cis. A razão principal de haver renda para isso era o fato de gays não terem filhos. Então houveram empresas e organizações empenhadas em agradar esse público para gerar mais lucro. Até hoje o turismo é a maior fonte de pink money.

Quando marcas decidem ser inclusivas e mostrar apoio à causa LGBT+, elas atraem membros da comunidade e passam uma imagem positiva, o que acaba atraindo pessoas hétero-cis aliadas ou a favor da diversidade. Existem artistas e figuras públicas que seguem a mesma linha.

Estima-se que o pink money movimenta cerca de 3 trilhões de dólares no mercado mundial! Sim, é muita coisa. A causa pró-LGBT+ esteve sendo muito rentável...

Não há como negar que a promoção da tolerância por parte de indústrias e personalidades da mídia tem seus efeitos positivos para a comunidade, como aceitação e empregabilidade.

E também não podemos ignorar a questão de que os maiores movimentadores desse "capitalismo colorido" são homens cis gays brancos. Qual o problema de eles terem e gastarem dinheiro? Nenhum! Mas a prevalência deles abre discussões importantes (e ignoradas) sobre as desigualdades socioeconômicas em função de etnia e gênero.

A população negra e a população trans de modo geral ainda são muito marginalizadas e não têm acesso às mesmas oportunidades (e privilégios) que homens cis gays brancos. Onde o pink money está ajudando essas pessoas?

Além de tudo isso, a maior questão sobre o pink money é como o lucro gerado é utilizado posteriormente. Ele está apenas engordando bolsos ou sendo revertido para caridades e políticas pró-LGBT+? Ainda há muita discriminação e nem toda a comunidade está inserida nesse tal mercado LGBT+.

Por isso que incentivo a todxs a pesquisarem sobre o que empresas e pessoas fazem com os lucros conseguidos em ações pró-LGBT+. E também sobre o que fazem em prol da comunidade. Cuidado com os oportunismos!