Descobri esses dias bem ao acaso no Medium um texto apresentando um novo conceito: modalidade de gênero.
Formulado por uma pessoa transfeminina chamada Florence Ashley, o conceito serve para explicar a relação entre a identidade de gênero de alguém com seu gênero designado, levando em conta todos os fatores possíveis de influenciar essa relação.
Basicamente, as categorias de gênero - cis, trans, ipso, etc - são modalidades de gênero. Ainda é comum esses termos serem utilizados como se fossem a identidade de gênero em si ou parte intrínseca dela, sendo que são especificações da experiência pessoal de gênero da pessoa com o gênero imposto pelo sistema.
E o termo modalidade abrange outros grupos que podem não querer ou conseguir se encaixar como trans, que é o caso de algumas pessoas não-binárias e pessoas agênero.
Exemplificando o uso do conceito, um homem cis e homem trans são de modalidades de gênero diferentes, afinal suas relações com o gênero designado são diferentes, mas possuem a mesma identidade de gênero. Uma mulher cis e uma mulher ipso são de modalidades diferentes, pois mesmo que tenham a mesma identidade de gênero, o fator da corporalidade traz experiências diferentes com o gênero.
O conceito pode melhorar o vocabulário e as explicações referentes às experiências e discussões de gênero, sem cair na dicotomia cis x trans, incluir mais vivências (como de pessoas intersexo), e englobar as muitas culturas com noções diferentes de gênero.
Enfim, é um conceito muito útil e necessário. Passarei a adotá-lo e espero que sua divulgação seja ampla e que tenha ótima recepção.
Deixarei logo abaixo o texto e uma postagem de Florence explicando como cunhou o conceito (ambes em inglês):
- Cunhagem