Decidi escrever sobre isso de última hora. Quero falar sobre essa briga nas redes sociais de gay desconstruído contra gay padrão, que já encheu o saco e tomou uma proporção muito errada.
Os caras que chamo de "padrãozinhos" são aqueles dentro dos padrões estéticos. E só. Se eles são escrotos ou não já é outra história. E os caras chamados de "desconstruídões" são aqueles que criticam de várias formas o outro grupo e os padrões.
Não sei se é adequado chamar o lado crítico de "desconstruído". Porque sinceramente não sei até que ponto esse pessoal é mesmo desconstruído - se fingem que são, se acham que são o suficiente, ou se são mesmo. Mas vamos chamar esse lado assim pra facilitar.
Em algum momento (não sei quando ou como) criou-se essa divisão, essa polarização. Ela surgiu como um resultado das críticas contra os padrões estéticos. Sempre existiu discriminação contra gays afeminados, gordos e negros; três segmentos muito atacados pelos padrões estéticos. E felizmente muita gente decidiu se importar com essa parcela.
Os "desconstruídos" começaram a apontar as atitudes nocivas do grupo "padrãozinho", focando nas discriminações que esse grupo realmente pratica constantemente até hoje. Além dos outros comportamentos, como futilidades, superficialidades, e isolamento em bolhas.
E, claro, as críticas foram e são recebidas até hoje com escárnio e descaso, falam que é exagero e vitimismo, que é recalque ou inveja, entre outros absurdos que só revelam mais da escrotice da própria pessoa. Isso tudo, como em toda situação onde temos um grupo oprimido e um grupo opressor, acaba fazendo com que o oprimido fique mais "traumatizado" e criando certa intolerância com o outro grupo.
Os caras que chamo de "padrãozinhos" são aqueles dentro dos padrões estéticos. E só. Se eles são escrotos ou não já é outra história. E os caras chamados de "desconstruídões" são aqueles que criticam de várias formas o outro grupo e os padrões.
Não sei se é adequado chamar o lado crítico de "desconstruído". Porque sinceramente não sei até que ponto esse pessoal é mesmo desconstruído - se fingem que são, se acham que são o suficiente, ou se são mesmo. Mas vamos chamar esse lado assim pra facilitar.
Em algum momento (não sei quando ou como) criou-se essa divisão, essa polarização. Ela surgiu como um resultado das críticas contra os padrões estéticos. Sempre existiu discriminação contra gays afeminados, gordos e negros; três segmentos muito atacados pelos padrões estéticos. E felizmente muita gente decidiu se importar com essa parcela.
Os "desconstruídos" começaram a apontar as atitudes nocivas do grupo "padrãozinho", focando nas discriminações que esse grupo realmente pratica constantemente até hoje. Além dos outros comportamentos, como futilidades, superficialidades, e isolamento em bolhas.
E, claro, as críticas foram e são recebidas até hoje com escárnio e descaso, falam que é exagero e vitimismo, que é recalque ou inveja, entre outros absurdos que só revelam mais da escrotice da própria pessoa. Isso tudo, como em toda situação onde temos um grupo oprimido e um grupo opressor, acaba fazendo com que o oprimido fique mais "traumatizado" e criando certa intolerância com o outro grupo.
Consequentemente o lado "desconstruído" também começou a ter certas atitudes erradas. Não são realmente opressivas contra quem é "padrãozinho", mas podem afastar as outras pessoas da discussão e até criar uma péssima imagem do lado que deveria combater opressões.
Generalização é uma dessas coisas, tratar todo "padrãozinho" como se fossem todos escrotos. Não se pode generalizar. Expor um cara a um vexame ou rechaço só porque ele está "se mostrando" também é algo desnecessário. É direito dele. Assim como tem gente que faz questão de chamar um cara malhado ou musculoso de feio. Estamos aqui justamente criticando a imposição de beleza e fazendo isso chamando uma pessoa de feia???
O cara quer biscoitar? Deixa ele! As redes sociais lhe conferem a liberdade de biscoitar. Você pode achar ridículo e apelativo (e há situações que é mesmo), mas ainda é direito dele. Assim como é direito dos outros dar biscoito. Antes só biscoitando do que sendo escroto. E apesar de tudo, os biscoiteiros fizeram uma jogada inteligente: transformaram o ato de biscoitar numa brincadeira. Uma brincadeira que, até onde pude perceber, até o lado que os critica chega a participar.
Agora, vamos ao ponto problemático que realmente deveria ser discutido. Muitos gays de beleza padrão são reprodutores de muitas discriminações. São machistas quando atacam a expressão feminina; são gordofóbicos quando atacam os corpos fora do padrão; são elitistas quando atacam os gays periféricos; são falocêntricos quando exaltam pênis considerados grandes; de brinde são cisnormativos, pois excluem homens trans; e são racistas, visto que a grande maioria é branca.
Esses comportamentos são mais descarados nos aplicativos de "namoro". Não são novidade. E isso sim precisa ser discutido, isso é o mais importante e urgente. Excluir esses segmentos alimenta a opressão que os mesmos vivem diariamente.
Se formos criticar um grupo que está sendo opressivo, precisamos focar justamente nessa opressão. Partir para revanchismos, julgamentos e reações exageradas que podem muito bem estar equivocadas não ajuda, causa mais divisão e ainda dá motivo para o lado opressivo desmerecer toda ação que realmente combata o preconceito.
Era só isso!