15 de jul. de 2017

Representatividade importa!

Quando se fala em representatividade, há uma cobrança sobre a presença de certos grupos de pessoas que têm vivências e experiências específicas.

Até hoje uma boa parte das pessoas, até mesmo da comunidade LGBT+, têm dificuldade de entender o quanto necessitamos de mais representatividade na mídia e meios de comunicação. Apagar certos grupos é apagar uma série de questões sociais que precisam de atenção.

Essa semana teve a polêmica do comitê LGBT+ da Coca-Cola Brasil, que se diz um grupo de diversidade, mas é composto apenas por seis homens cis brancos de expressão masculina. A causa da polêmica foi unicamente a falta de representatividade de outros grupos, como LBTs, mulheres e pessoas negras.

Esse padrão masculino cisgênero branco se repete em tantos outros grupos que se dizem LGBTs, que dizem ser a face da diversidade que defendem. E quando isso é questionado é tudo "mimimi", desnecessário, politicamente correto, chatice pós-moderna, enfim, os mesmos discursos vindo de pessoas que, coincidentemente, são representadas por esse padrão.

Perceba como o padrão não pode ser questionado, mas a maioria não pensa no quanto é estranho falar da variedade humana apenas mostrando um grupo específico e majoritário.

Ninguém está dizendo que os homens cis brancos não são necessários, que devem sumir ou não podem ajudar na causa LGBT. Os homens em questão são gays e a voz deles têm valor. Mas cadê o resto do pessoal? Não apenas LBTs, mulheres e pessoas negras, mas também os gays afeminados, gordos, trans etc?

Se o grupo é sobre diversidade, no mínimo ele deve ter diversidade. Não é possível que na empresa só existam esses seis indivíduos! Algo está errado aí!

Qual é o problema de haver apenas homens cis brancos? Bem, são grupos socialmente privilegiados, logo possuem maior aceitabilidade e visibilidade por parte da população. Isso é muito problemático. E LBTs, mulheres e pessoas negras, estão precisando ter mais voz, pois são grupos minoritários e alvos de opressões não sofridas pelos outros citados.

O próprio comitê se contradisse quando afirmou representar a diversidade sexual. Se é LGBT+ (ainda adicionaram o +), então é um grupo de diversidade sexual, de gênero, de sexo e de afetividade! A própria sigla justifica isso!

Se vamos falar de diversidade, então vamos representar devidamente essa diversidade! Que apareçam outros gays, que apareçam lésbicas, bissexuais, transgêneros, intersexuais, assexuais, pansexuais, e quem mais tiver por aí! Novamente, cadê esse pessoal? Se não está na tal empresa comprometida com a diversidade, algo está muito errado...