22 de jan. de 2017

Comentando sobre gêneros

No artigo anterior pesquisei sobre as variações de gênero em culturas pelo mundo. Pouco ainda se fala sobre gêneros não-binários - identidades fora da concepção de homem e mulher, nosso padrão binário.

É um assunto que ainda gera controvérsias, não apenas pela descrença de pessoas cis em mais de dois gêneros, mas devido a casos específicos de pessoas que levaram a transgressão das regras a um outro nível e geraram polêmicas de todos os lados (ex: Carlota Miranda).

Eu particularmente não sei se acredito em todos os gêneros que vi por aí pela Internet. Mas é inegável que gêneros fora do padrão binário não são "invenções" dos tempos atuais. Eles existem e sempre existiram.

O conceito de identidade de gênero, em todo seu contexto, nunca foi tão explorado como atualmente. E isso graças a militantes T - transexuais, travestis e transgêneros. Nosso conceito moderno separa a identificação da sexualidade e expressão. Justo.

Na humanidade sempre foi reconhecida a existência de mulheres e homens, isto é fato. Em diversas culturas e ao longo dos anos houve variações sobre nossa ideia de feminilidade e masculinidade, assim como os papeis dos gêneros dentro de uma sociedade.

Mesmo antes de se explorar profundamente sobre o gênero, culturas antigas (principalmente orientais) mostravam uma compreensão ampla da identidade humana. Aceitavam o gênero como a manifestação de ser, e não como algo pré-determinado por genitálias.

Os modelos de gênero de quase todas combinava a anatomia com a expressão, que pelo nosso conceito moderno não é correto. Ainda assim, ao que tudo indica, esses modelos eram bem aceitos pelas pessoas. Talvez fosse pela simplicidade com que viam a sociedade e os papeis?

Infelizmente tratamos da diversidade como "fora do tradicional"; a terminologia "não-binário" aponta nossa visão cisnormativa do tema. Separamos as identidades em tradicionais e não tradicionais, enquanto as culturas mencionadas aceitavam apenas identidades. Temos que reaprender isso.

Espero que algum dia falaremos não de gêneros binários e não binários, e sim apenas gêneros.