6 de jun. de 2018

Parada LGBT 2018

O tema deste ano foi "Poder pra LGBTI+: Nosso Voto, Nossa Voz". A verdadeira intenção foi conscientizar sobre a importância do voto, ainda mais considerando que estamos em ano de eleições, e também considerando o cenário atual de tanta corrupção e tantes candidates retrógrades.

Claro, não basta votarmos em candidates que sejam da comunidade LGBTQIAPN+ ou de outras minorias. Necessitamos de pessoas realmente comprometidas com as causas sociais, que queiram uma sociedade tolerante e inclusiva, que não usem minorias só para ganhar voto. A comunidade precisa ter ciência do poder que ela tem. Não somos uma ínfima parte da população nacional: somos milhões! Milhões podem fazer mudanças!

Depois de acompanhar todo o processo de formação e condução da Parada, mudei até minhas perspectivas sobre ela. Eu ainda me preocupava com a consciência política das pessoas no evento. Mas eu agora penso que o evento não consegue realmente mudar as pessoas, ainda mais em um único dia que é mais festa do que um protesto político. E que bom que vai tanta gente pra festejar! E que a cada ano vá mais pessoas.

A APOGLBT precisa também melhorar muito sua inclusividade e interseccionalidade, tanto com a própria diversidade da comunidade quanto com outros grupos. Sinceramente, embora tenha sido ótimo a adição da letra I de intersexos, não presenciei qualquer discussão sobre o segmento, então a letra ficou muito de enfeite. E o Grupo de Trabalho BiPanPoli sofreu o maior descaso a ponto de nem terem um trio elétrico próprio, e ainda quase serem jogades com gays e lésbicas.

E sobre minha experiência, estava tudo bem enquanto pude me soltar um pouco e mostrar meus cartazes (fiz cinco cartazes só para o evento). Depois aconteceu uma série de eventos que estragou minha festa, e não quero narrar aqui. Essa Parada conseguiu ser melhor e também pior que as anteriores. Dificilmente irei em outra. Vida que segue.