1 de jun. de 2016

Parada LGBT 2016

Mais um ano e mais uma Parada LGBT na grandiosa São Paulo. Apesar do furto do meu celular na Parada anterior, decidi ir nessa apenas para ver os temas desse ano. E também para ver o elenco da série Sense8.

Os temas principais ~aqueles que prevaleceram nas ruas e no percurso dos blocos~ foram sobre gênero e sobre o governo atual.

A visibilidade trans veio com tudo esse ano! E que maravilhoso isso, dar finalmente atenção a classe mais apagada do movimento LGBT. Mais recentemente a transfobia começou a ser discutida e apontada no país. A maior reivindicação foi o direito ao nome social para transexuais e travestis em seus empregos, uma conquista recente que a bancada evangélica está tentando anular.

À parte das pessoas trans, também houve protestos contra o machismo e a violência contra a mulher. Por isso mesmo falei que o tema era 'gênero', visto que englobou xs trans e as mulheres. O caso recente do estupro coletivo foi o estopim para a inclusão do assunto na Parada. E por que não incluir, né? A mulher pode ser cis ou trans, hétero ou lésbica/bi/pan etc. Todas podem ser alvo de violência. Por isso a educação de gênero precisa ser incluída nas escolas!

(Um arco de balões com as cores da bandeira trans)

Ano passado aconteceu a polêmica da travesti que encenou uma crucificação. Esse ano ela retornou com uma nova crítica a bancada evangélica e todo retrocesso que a mesma promove para o país. Essa bancada, que não sabe separar a Bíblia da Constituição, que não respeita a laicidade do Estado, composta por gente que pensa só em seus próprios interesses.

Sendo o Brasil um Estado Laico, religiões não devem intervir ou influenciar na formação e condução das leis e na Justiça. Todas as pessoas devem ser iguais, não importa o gênero, a sexualidade, a etnia, que seja. Viviany criticou exatamente isso, além de escancarar sobre a ganância por trás da religião (a Bíblia que ela carregava tinha notas de dinheiro).

(Viviany Beleboni ataca novamente!)

Outro aspecto político marcante da Parada foi a revolta contra o novo governo. A esquerda se pronunciou contra a gestão do novo presidente desde o início. Presidente que não apenas aplicou um golpe como também em apenas duas semanas mostrou-se uma porcaria reacionária e corrupta de representante.

Nas ruas e nos blocos haviam faixas e cartazes contra o novo governo. Não apenas "Fora Temer", mas também "Amar Sem Temer" e outras frases que defendiam a democracia. E não, não foi apenas uma manifestação a favor da democracia, mas também a favor das minorias, pois o novo presidente claramente não está do lado delas.

Acreditam que havia muita gente dizendo que a Parada havia perdido seu "sentido político"? Não, não perdeu, nem na anterior. Visibilidade LGBT por si só já é um ato político; elemento presente essencialmente nas Paradas. Esse ano teve um posicionamento político dado a situação atual do país.

(Protesto contra Temer)

Outro acontecimento que embelezou mais a Parada foi a presença do elenco de Sense8. Cenas da segunda temporada foram gravadas durante a Parada. E claro que o elenco não perdeu a diversão. Houve beijos entre os atores e as atrizes e muitas danças. Era evidente o quanto gostaram do evento. Fãs da série piraram (incluindo eu)!

(Elenco de Sense8 ❤)

Agora, comentando um pouco sobre minha experiência. Infelizmente, não tive a companhia das pessoas que eu queria. Não consegui encontrar a pessoa com quem combinei. Fiz amizade com uma menina ao meu lado na estação do metrô e ela me convidou para acompanhar ela e as amigas.

Elas foram companhias agradáveis, porém falaram e interagiram pouco comigo. Minha maior alegria foi ver os temas da Parada e ver o elenco da série que tanto gosto. Me arrependi de não ter ido em um dos blocos; no caso, o bloco sobre visibilidade trans que um grupo de militância (do qual participo no Facebook) estava formando. Preferi ir acompanhado e... não deu muito certo.

Podia ter sido uma Parada mais animada para mim. Ano que vem farei as coisas bem diferente. Aquele ambiente de agitação e música alta não faz muito meu estilo, mas na próxima Parada (espero que tenha!) farei questão de me divertir mais.

A Parada acabou. A luta LGBT continua.

Beijos coloridos na alma de vocês!